Banif ou BPN, parte 2 e BPP, BES, ..., BCP, CCAgrícola, Montepio, CGD e BdP... BCE.
A Caixa Geral de Depósitos (instituição financeira oficialmente "ainda" 100% do Estado) encerrou no paraíso Fiscal (offshore) da ilha da Madeira (agora «menos competitivo»- irra !!) e abriu dependência no 'offshore' das ilhas Caimão !!! ... não é só o PD que foge ('legalmente') aos impostos ... alguns organismos (autónomos) do Estado também !!
Para que conste e esperando contribuir para a consciencialização dos cidadãos e moralização da política e economia em Portugal, repasso alguns dados retirados do site da CGD, referente a 2009:
Presidente - remuneração base: 371.000,00 €
Prémio de gestão: 155.184,00 €
Gastos de utilização de telefone: 1.652,47 €
Renda de viatura: 26.555,23 €
Combustível: 2.803,02 €
Subsídio de refeições: 2.714,10 €
Subsídio de deslocação diário: 104,00 €
Despesas de representação: não quantificado (cartão de crédito onde "apenas" são consideradas despesas decorrentes da actividade devidamente documentadas com facturas e comprovativos de movimento). Situações semelhantes passam-se no Banco de Portugal (BdP), IGCréditoPúblico, etc.
A directora do FMI, Christine Lagarde , vai ter um rendimento anual líquido de 323 mil euros, a que se somam 58 mil euros para gastar em despesas, o que representa mais 10% do que o seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn, mas mesmo assim menos do que o presidente da CGD, entre outros gestores portugueses, pelo que a senhora ainda está mal paga pelo padrão da élite de Portugal.
Note-se que, em média, os trabalhadores portugueses ganham menos de 50% em relação aos dos restantes 27 países da EU. "... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os "nossos excelsos" gestores/ administradores recebem, em média:
· mais 32% do que os americanos;
· mais 22,5% do que os franceses;
· mais 55 % do que os finlandeses;
· mais 56,5% do que os suecos". (Manuel António Pina, JN, 24/10/09)
Não esquecer que cada um destes meninos da élite económico-financeira e do arco do poder têm 2, 3, 4 e mais "tachos", cada um deles muito bem remunerado... e vivem a "mamar/ sugar/ saquear" o Estado e destruir o erário e interesse público.
E são estes mesmos (des)governantes e seus sabujos e apaniguados que têm a lata de afirmar que "os portugueses devem trabalhar mais", "gastam acima das suas possibilidades", "têm de empobrecer" ... e "emigrar" !!
Sabemos que é necessário melhorar a eficiência do Estado, abrangendo também os institutos e empresas públicas (e dos municípios e regiões) ... - e que muitas entidades duplicam funções e têm gestores com vencimentos e regalias muito superiores ao vencimento do Presidente da República.
Mas também sabemos que esta sociedade (e 'democracia') está cada vez mais injusta, irracional e auto-destruidora.
É uma vergonha o aumento da pobreza e a disparidade de rendimentos entre cidadãos. É inaceitável a delapidação dos recursos (financeiros e patrimoniais) que deveriam privilegiar o desenvolvimento e não uma prática/ política neoliberal (selvagem) onde a alienação de bens e interesses da comunidade é feita por incompetência, nepotismo, corrupção e ganância sem limite nem justiça.
É isto que ajuda a explicar a grave crise económica, financeira e social que Portugal está a viver.
Mais palavras para quê ?!
Isto só se resolverá quando ... os cidadãos (em conjunto com os da U.E.) quiserem, mesmo ! (i.e., quando diminuir a iliteracia e a alienação).
[- um português preocupado com o futuro ... especialmente dos jovens, dos desempregados e dos cidadãos explorados, humilhados e burlados...]
-----(post original em 2/1/2013)
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Brutalmente claro (-por J. Rodrigues, Ladrões de B.)
Contributo para o debate ideológico: - Está em declínio a democracia (e os governos social-democratas)? A modernização e "branqueamento" de autocracias / estados securitários. Extractos de The Big Debate (David Brooks, 2014/5/19) : is democracy in decline? Modernizing autocracies / guardian states*
« It’s now clear that the end of the Soviet Union heralded an era of democratic complacency. Without a rival system to test them, democratic* governments have decayed across the globe. In the U.S., Washington is polarized, stagnant and dysfunctional; a pathetic 26 percent of Americans trust their government to do the right thing. In Europe, elected officials have grown remote from voters, responding poorly to the euro crisis and contributing to massive unemployment.
... The system of checks and balances can slide into paralysis, as more interest groups acquire veto power over legislation.
... A new charismatic rival is gaining strength: the Guardian State. ... Asia’s modernizing autocracies. In some ways, these governments look more progressive than the Western model; in some ways, more conservative.
In places like Singapore and China, the best students are ruthlessly culled for government service. The technocratic elites play a bigger role in designing economic life. The safety net is smaller and less forgiving. In Singapore, 90 percent of what you get out of the key pension is what you put in. Work is rewarded. People are expected to look after their own.
These Guardian States have some disadvantages compared with Western democracies. They are more corrupt. ... They can move fast because they limit democratic feedback ...
... So how should Western democracies respond to this competition? What’s needed is ... a strategy to make democracy dynamic again.
The answer is ... to become less (?!) democratic at the national level in order to become more democratic at the local level. At the national level, American politics has become neurotically democratic. Politicians are campaigning all the time and can scarcely think beyond the news cycle. Legislators are terrified of offending this or that industry lobby, activist group or donor faction*. Unrepresentative groups have disproportionate power in primary* elections.
The quickest way around all this is to use elite ...commissions to push populist reforms. ... Gather small groups of the great and the good together to hammer out bipartisan* reforms ... Democracy’s great advantage over autocratic states is that information and change flow more freely from the bottom up. Those with local knowledge have more responsibility.
If the Guardian State’s big advantage is speed at the top, democracy’s is speed at the bottom. So, obviously, the elite commissions should push proposals that magnify that advantage: which push control over...programs to local organizations ... and to spread power to consumers.
Democracy is always messy, but, historically, it’s thrived because it has been more flexible than its rivals. ...
--Are people dissatisfied with government or (and) governments increasing favoritism towards the rich at the expense of the rest of us? »
-------------- notas:
* - Análise sob perspectiva americana/USA e seu sistema bipartidário: "republicanos" (conservadores/liberais) e "democratas" (social-democratas).
*- "guardian states" traduzida por "estados securitários", com "democracia de fachada/ musculada", mais vigilância e controlo dos cidadãos e menos liberdade política e cívica; "autocracia" aqui equivalente a "quase-ditadura" ('moderna-esclarecida' ou 'bruta', de uma pessoa/família, oligarquia ou partido "quase único").
*- Não é aqui abordado ... mas muito mais há a dizer sobre "pseudo-democracias" (governos eleitos por minorias -entre 10% e 40% dos eleitores, com mais de 50% de não votantes -, que governam a favor de elites e sob batuta estrangeira ou dos "mercados"/ alta finança e multinacionais, ...), ocidentais e outras...
Portugal, Risco de Extinção? - Retrato Demográfico de um País (-por A.P.Fitas, 19/3/2014, ANossaCandeia)
O Precipício Europeu ... (-por Ana P. Fitas, 5/1/2014)
Nos dias de hoje emigram também os mais qualificados. Não admira, por isso, que alguns sectores da nossa sociedade e da sua classe dirigente (financeira, económica e política) incentivem este fenómeno. A emigração alivia a pressão política e social, ajuda a que tudo fique na mesma ou pior, sobretudo no que se refere à mobilidade social e aos instrumentos públicos necessários para garantir que haja verdadeira igualdade de oportunidades, como o Serviço Nacional de Saúde e o Ensino Público de qualidade.
A política de austeridade, recessão e desemprego, a degradação deliberada do Estado Social, a privatização das suas componentes mais rentáveis e o encorajamento da emigração fazem parte de uma mesma estratégia política, que visa proteger os interesses e os privilégios de uns poucos - os mesmos de sempre, que, aliás, pouco sentiram os efeitos desta crise -, mesmo que isso signifique a perda de tantos jovens, de tanto talento e a consagração de uma grande regressão social.
Quem incentiva a emigração certamente que não tem filhos emigrados (ou experimentou a dureza desta 'sub-vivência', embora possa ter 'expatriados' em 'lugares protegidos'...).
No fundo, (a EMIGRAÇÃO é um ostracizar de cidadãos, uma perda de recursos, uma política reacionária mortal e) é uma traição, desde logo desse compromisso colectivo que é a nossa Constituição (da R.P. e da "res pública"). Tornou-se claro que a Constituição constitui o maior entrave a estes desígnios políticos. Até porque a direita não dispõe dos dois terços necessários na AR para alterá-la. Então resta o seu esvaziamento e violação despudorados. Mas sem o respeito pela Constituição deixa de fazer sentido afirmar que Portugal ainda é um Estado de Direito democrático.
Os juízes do Tribunal Constitucional têm sido verdadeiros heróis face às inqualificáveis pressões, internas e externas, a quem têm sido sujeitos. A grande maioria dos portugueses está com eles (faça-se uma sondagem e veja-se a percentagem de portugueses que apoia o TC). Eles são o último reduto na defesa da nossa dignidade e também da estabilidade - porque quando já não houver nada a perder, para os portugueses que não emigraram, torna-se difícil travar a revolta.
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