Crime, digo eu (-por V.Dias, 1/7/2014, tempo das cerejas2)
Este resumo que hoje vem na primeira página do DN fala por si e dispensa mais comentários porque são 14 linhas explosivas sobre a selvajaria social de um governo e da sua política, pelo que tudo mais é acessório. Mas não possa deixar de registar e lamentar que o jornal que tem o mérito de fazer esta síntese e de a levar para a primeira página remeta o seu desenvolvimento para uma secção chamada «BOLSA». Eu sei que, vinda de mim, esta observação é perfeitamente falar para o boneco porque já há muitos anos critiquei que reivindicações ou lutas dos trabalhadores fossem tratados em jornais na secção «Negócios» e ninguém emendou a mão criando uma secção «Trabalho».
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Alternativa ... ( PS / UGT )... é isto ?!! (-por J.Simões, derTerrorist)

João Proença, ex-secretário-geral da UGT, da UGT da assinatura do Código do Trabalho, no Secretariado Nacional de António José Seguro, de António José Seguro do apoio do PS à "reforma do IRC", de António José Seguro apoiado por Carlos Silva, secretário-geral da UGT, da UGT em negociação com o Governo para o fim da contratação colectiva.
João Proença que ainda antes de sair se mostrou muuuuuito indignado por o Governo não cumprir o assinado com a UGT e até ameaçou denunciar o acordo. Aguardemos.
Carlos Silva que está muuuuuito preocupado com a criação de emprego mas, como é homenzinho responsável e prenhe de "sentido de Estado", vai dar o aval da UGT à liquidação da contratação colectiva, esse entrave que impede os patrões de criar emprego e de contratar ao desbarato. Ao desbarato e a preços justos e regalias sociais inimagináveis para o comum dos portugueses, habituados que estão a viver em regime de exploração socialista desde 1974.
Só [ainda] não sabemos se Carlos Silva depois de pedir autorização a Ricardo Salgado para avançar para a liderança da UGT repetiu a façanha antes de apoiar António José Seguro nas primárias do Partido Socialista.
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No país da amiguismo e do empurrãozinho na carreira e dos medíocres no estrelato porque pertencem à família
A falta de portas lacadas em branco...
Já por diversas vezes e pelas mais diferentes razões aqui, no LUMINÁRIA, se escreveu sobre os pertinentes, necessários e justos apoios sociais a muitas famílias e desvalidos de capacidades económicas próprias.
Há anos que as populações da freguesia de Carnide e arredores esperam pela construção do necessário e digno Centro de Saúde. Há vários anos (desde o mandato de João Soares) que a autarquia lisboeta determinou os respectivos terrenos para essa construção. São diversas as tentativas de realojamento das famílias (avos, pais, filhos e netos) circenses e outros “artistas” que se acumulam junto da Casa do Artista.
Os argumentos para a escusa da mudança são os mais variados e, por vezes, inusitados chegando ao ponto de servir como desculpa, de não aceitação do apartamento proposto, o facto de as portas interiores não estarem lacadas de branco.
Uma coisa são as necessidades e a satisfação das mesmas, outra bem diferente é o regabofe e os oportunismos que por aí grassam abusivamente e sem qualquer controlo.
Entre as demagogias do CDS e os excessos do Bloco é urgente, é necessário, encontrar um meio-termo entre os apoios e os respectivos controlos dos dinheiros/bens publicos com a, concomitante, responsabilização de quem tais apoios recebe.
Há demasiada gente a receber casas entregues pelas autarquias, como recentemente foi do conhecimento público, circunstância muitas das vezes agravada pelo facto das parcas rendas não serem pagas, o património desrespeitado e destruído, além dos vícios criados que se perpetuam nas famílias e sociedade.
Já por aí se afirmou que é necessário fazer um rigoroso controlo sobre a composição e o modo de vida das famílias que recebem apoios das diversas entidades e qualquer que seja a sua natureza. Não pode continuar a ser possível entregar casas a quem delas não tenha necessidade ou a quem as não cuide ou dar alimentos a quem os espalhe pela rua. Permitir tais situações, os putativos apoios, tornam-se em má formação tanto de adultos como de crianças.
Um desafio que o novo governo, em cooperação com as autarquias e outros organismos, deve enfrentar é o reequacionamento de certos apoios sociais.
O reenquadramento do próprio papel das Instituições privadas de solidariedade social e, concomitante, a coordenação do trabalho por cada uma delas desenvolvido urge e necessário, por forma a não se sobreporem apoios que acabam por ser desaproveitados se não, mesmo, a cair no lixo.
Debater se é Rendimento Mínimo ou de Inserção não é o fundamental, não é o nome que mais importa. O que interessa é o conteúdo e a forma quer quanto aos valores em causa como, sobretudo, quanto ao método de atribuição.
O princípio de uma boa gestão de dinheiros públicos nunca deverá ser só fundamentado no apoio social através da atribuição de subsídios mas sim através da criação de postos de trabalho e da prestação de serviços à comunidade quer através das autarquias como de movimento associativo credibilizado para promover actividades quer de acompanhamento a idosos a jovens e a crianças nomeadamente através de actividades culturais de lazer e troca de experiencias entre gerações. Os recentes números de fraude divulgados pelos serviços do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social vêm dar razão a algumas críticas que por aí abundam.
Algumas críticas por parte de certas figuras de direita, que quando são governo não aplicam o que na oposição afirmam, não deixam de ter fundamento no essencial da questão. É facto que, culturalmente, na sociedade portuguesa, tem sido empurrada muita gente, com capacidade para o trabalho, para o ócio. As pessoas em situação de desemprego e a receber subsidio do mesmo, já reclamam, entre dentes e com os mais próximos, quando são chamadas a fazer formação. Não sendo menos verdade que muita da formação dada é fraca, imprecisa e ineficaz, quase a só justificar a remuneração dos formadores e pouco mais.
Não vale a pena enterrar a cabeça na área como avestruzes, é necessário alterar a filosofia de apoios a desempregados e a quem não tem formação nem competências suficientes para enfrentar desafios novos, mas o que se passa em muitos bairros sociais constituem paradigmas que urge alterar por forma a tornar as pessoas autónomas social e economicamente, produzindo para elas próprias os rendimentos de que necessitam ainda que os organismos estatais ou de solidariedade lhes tenham de proporcionar o modo e os meios dessa aquisição.
Subsídios, sem qualquer esforço ou contrapartida de responsabilidade produtiva, só a idosos e doentes, só a situações de comprovado infortúnio a que a sociedade, no respeito pelo contrato social para com o Estado democrático e solidário, tem por obrigação proporcionar o necessário a uma vida digna.