---- Cai, vai cair (- por Joana Lopes,10/11/2015, Entre as Brumas...)
“Quem semeia miséria colhe raiva” (-por , Aventar, 29/5/2014)
foto: Demotix
Em Barcelona, e desde o início desta semana, as ruas ardem, literalmente, de descontentamento. Há perseguições policiais, dezenas de detenções, caixas de multibanco destruídas, contentores incendiados, barricadas. Consequências da decisão do autarca Xavier Trias que ordenou o despejo (e demolição do edifício) de Can Vies, um centro social gerido por iniciativa popular. Num edifício ocupado desde 1997, organizaram-se, ao longo dos últimos anos, oficinas de teatro, debates, apresentações de livros, peças de teatro, concertos, jantares comunitários, e até um jornal de bairro: “La Burxa”. Can Vies tem sido um lugar emblemático daquilo a que se vai chamando “movimentos alternativos”, uma espécie de laboratório onde várias gerações foram construindo utopias e dando corpo a projectos sociais com impacto directo na vida da gente de um bairro operário, o de Sants, com grande tradição de associativismo e múltiplas cooperativas.
Ora, uma “escola de militância”, como alguns lhe chamaram, transcende as suas quatro paredes, e o despejo foi sentido como uma afronta às gentes de Sans. O rastilho de Can Vies incendiou o bairro, em seguida a cidade, e os tumultos já chegaram às vizinhas Lleida, Tarragona e Girona.
A autarquia argumenta que não houve, por parte dos colectivos de Can Vies, abertura para chegar a um acordo quanto à utilização do local, e que não cederá à violência dos protestos. Mas não deixa de ser surpreendente, por muito que a acção política se vá mostrando cada vez mais cega às necessidades e anseios das pessoas, que um autarca decida despejar um centro social que é, há quase duas décadas, uma referência na vida de uma cidade, sem prever que essa atitude de força, ainda que tenha a lei do seu lado, é uma afronta aos cidadãos.
Can Vies tem tudo para se transformar num símbolo da violência imposta por governantes cuja arrogância os estupidifica, que são incapazes de entender o alcance de um centro social, incapazes de prever as consequências de uma atitude violenta numa cidade já incendiada pela crise económica, pelas centenas de despejos de famílias, pelo desemprego, pelos cortes, pela desigualdade crescente.
A autarquia lembra agora a necessidade de acabar com a violência, recusa-se a negociar enquanto não terminarem os tumultos, sem reconhecer que era sua obrigação compreender e respeitar o papel social de um lugar que sempre contribuiria mais para a solução do que para o problema. Porque é disso que se trata, procurar soluções cidadãs num contexto cada vez mais difícil e mais desagregador. Foi o acto violento da autarquia que gerou a violência nas ruas. Como se gritava num dos protestos, “quem semeia miséria, colhe raiva”. E é por isso que Can Vies já é muito mais do que as suas quatro paredes entretanto encerradas, já é um símbolo da revolta dos cidadãos já não apenas ignorados e silenciados, mas pisoteados pelo poder político.
O presidente entendeu reunir os “senadores” pela primeira vez neste seu segundo mandato na presidencia. Quem espera-se alguma novidade, que dali pode-se sair, enganou-se.
A declaração proferida pelo presidente constitui o habitual auto-justificativo de preocupações “eu avisei!” acrescentando que “Decidi de imediato ouvir os membros do Conselho de Estado, os quais se pronunciaram no sentido de o Governo e os partidos representados na Assembleia da República realizarem um esforço adicional para chegar a um compromisso tão rapidamente quanto possível e antes da próxima quarta-feira, dia em que terá lugar a votação na generalidade da proposta de Orçamento para 2011.”
Como poderá haver algum entendimento sendo verdade que, conforme noticias publicamente conhecidas, em 2012 exigem que os portugueses paguem mais do que recebem?
Quem, honestamente, poderá pagar um aumento de juros superiores a 25% conforme está previsto que aumente nos encargos da divida que o Estado terá de suportar, circunstancia que alem de não permitir qualquer amortização faz, isso sim, disparar a divida entrando numa espiral de suicido económico colectivo. Conforme documento apresentado pelo governo na AR só este ano ainda terão de ser pagos mais de 6 mil milhões e em 2012, tal extorsão, irá alem dos 8 mil milhões, sem qualquer amortização.
Além do actual governo ter apresentado um projecto de Orçamento em que mandou para as ortigas quaisquer perspectivas ou propostas com vista ao crescimento económico, as recentes declarações de Passos Coelho são, absolutamente, desconcertantes ao vir dizer que todos e o país temos de empobrecer. Se empobrecemos como podemos cumprir com as obrigações perante os credores. Não é isto contraditório?
Cá como em Bruxelas, Berlim ou Paris pedem coisas impossíveis de concretizar. Esta gente não são avestruz são outra coisa qualquer que eu não sei nomear.
Enquanto o país e a Europa continuarem a ser governados por estes, medíocres, políticos os povos continuarão a verter lágrimas, suor e sangue.
Eu não sou adivinho como parece ter sido o juiz que ilibou das acusações elencadas pelo Banco de Portugal a alguns dos presumíveis responsáveis pelos desvios nos BPN. Vejam lá que o dinheiro desaparece, nos pagamos e ninguém foi ou vai dentro. Isto é o máximo do expoente solidário em que os pobres, os excluídos, os sem abrigo, ajudam à faustosa vivencia de certas pessoas.
Ângela Merkel que havia dito, na semana passada, "não há milagres" na cimeira de domingo para a resolução da crise demonstrou que os seus interesses são outros que não seja a valorização dos mercados e o crescimento da economia.
Tudo indicia que esta gente está mais interessada nas quebras generalizadas nas bolsas europeias com o EuroStoxx 50 a cair 1,68% e o Bloomberg European 500 a descer 1,05%. Em Wall Street o balde de água frio germânico foi ainda mais pernicioso - com os principais índices a serem atacados pelo "urso": o índice Dow Jones quebrou 2,13%, o S&P 500 caiu 1,94% e o Nasdaq teve uma queda de 1,98%. O saldo diário final das palavras alemãs foi uma quebra bolsista mundial de 1%. A nível do sector financeiro, a quebra de capitalização nas bolsas mundiais foi superior, de 1,2%.
Eu não sou adivinho mas lendo as declarações proferidas por certos alemães como sejam Wolfgang Schauble que falando de "irrealismo" na resolução da crise em oito dias, fez baixar drasticamente as expectativas sobre a cimeira de domingo quase a matando, mais parece estarem a fazer o jeito a certos empresários e especuladores para adquiram as empresas públicas gregas, portuguesas, espanholas e italianas e pelo menos uma ou duas ilhas dispersas, no Atlântico “ao preço da uva mijona”.
Depois disso iremos constatar e retoma bolsista e a valorização da economia para que o capitalismo especulativo retome a sua marcha, a menos que, entretanto, os indignados se indignem, efectivamente, e as populações do planeta assumam nas suas mãos outras soluções e novos rumos para a economia mundial e fluxos financeiros.
Somos um país e uma sociedade ditos de católicos mas que, quase, não sabe fazer outra coisa que não seja protestar.
Se perguntarmos a alguém o que está disposto a fazer pelo seu país, pela sua região, pela sua freguesia, pelo seu bairro, pela empresa onde trabalha, pelo condomínio onde mora, é o que se sabe, o que se vê e o que se sente.
Quase ninguém está disposto ao que quer que seja de esforço para melhorar situações existentes. Direitos e mais direitos, tudo o que seja obrigações que fiquem para o vizinho do lado.
Com razão e quase sempre sem ela, tornamo-nos numa sociedade de lamurientos, de invejosos, muito pouco solidários e, ainda menos exigentes com cada um de nós. Os partidos não prestam porque os seus militantes deixaram de cumprir com as suas obrigações. A sociedade deteriorou-se porque os cidadãos deixaram de o ser.
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