Manifestante interrompe conferência do BCE (Reuters/ Público,
A conferência de imprensa do Banco Central Europeu foi marcada nesta quarta-feira por um momento insólito, com um protesto pacífico de uma jovem que saltou para cima da mesa de Mario Draghi (presidente do BCE) e Vítor Constâncio (vice-presidente do BCE).
Com uma t-shirt onde se lia “End the ECB dick-tatorship” (“Acabem com a ditadura do BCE” (financeira/ bancocracia) , em que a palavra dick remete também para "idiotas" ou "pénis", "f.d.p."), a manifestante lançou perante o ar assustado de Constâncio e Draghi, um monte de confetti / papeis para o ar.
Estes islandeses estão definitivamente loucos, dirão as nossas elites do poder:
depois de terem saído da crise e apostado no emprego na base do enfrentamento com os credores, da punição dos banqueiros, da instituição de controlos de capitais, da desvalorização cambial, da rejeição da UE, feita para impedir tais loucuras, agora ousam pensar numa alteração radical do sistema monetário e financeiro(ver em comentário como é que bancos privados criam moeda escriturada) passando o controlo do crédito, do essencial da criação monetária, da banca privada para as mãos de um banco central sob tutela democrática.
Como disse a este propósito o Nuno Teles ontem ao Negócios, “o mercado não é eficiente na alocação de crédito”. Podendo ter várias configurações, as alternativas radicais, ou seja, sensatas, pressupõem soberania democrática, ou seja, instrumentos de política que permitam passar do debate à acção consequente. Por falar nisto, mero pretexto, não podia deixar de assinalar esta corajosa e expressiva acção simbólica no coração da pós-democracia europeia...