Mário Crespo é demasiado ridículo para levar a sério, mas ouvi-lo armar-se em presidente do FMI e decidir quais são os países europeus que estão dificuldades tomando a iniciativa de à Grécia e Irlanda acrescentar Portugal já é demais.
Usar uma notícia para a rever incluindo a sua opinião não é fazer jornalismo é produzir um vómito jornalístico.
Os habituais convidados de Mário Crespo na SIC Notícias, Medina Carreira e João Duque, desmascararam-se como fascistas ao elogiarem tanto o antigo e velho chamado “Estado Novo” salazarista. A Filomena Mónica, também presente no programa, disse que Salazar era honesto.
Salazar era honesto, não enganava o povo nas eleições, não aldrabou os resultados na eleição de Humberto Delgado, não mandou matar o general sem medo, não proibia aos outros aquilo que se permitia a si mesmo, ou seja, todo o tipo de propaganda política. Medina criticou as eleições actuais, mas não falou nas gigantescas burlas eleitorais feitas por Salazar e os seus capangas. Não falou num Artigo 8º da Constituição de 1933 que garantia todas as liberdades, mas que o aldrabão do António de Oliveira Salazar sonegava a todo um povo. Em termos eleitorais, Salazar era um gangster e nunca foi eleito democraticamente seja por quem for. Mas não, dizia o Medina, pagava a sua conta de electricidade e da água. Formidável????
A Filomena disse a dada altura que Cavaco é honesto. Crespo falou no negócio das acções não cotadadas do BPN que foram compradas por Cavaco a 1 Euros e vendidas a quem as comprou a 2.tal euros, dando um lucro enorme por serem mais de 100 mil. Medina desvaloriza e finge que se tratavam de acções cotadas na bolsa que tanto podem subir como descer e quem compra pode ganhar como perder. Medina deve ter lido o Expresso de hoje e deveria saber que não eram acções cotadas e que, no caso do Cavaco, foi uma forma de o corromper, dando-lhe uma boa maquia. O BPN tinha o hábito de vender acções da SLN aos seus accionistas com a promessa de as voltar a comprar passado um certo tempo e por um valor mais alto e predefinido. O assunto vem no Expresso de hoje e era uma espécie de Dona Branca, mas no caso de Cavaco foi a sério porque se tratava de um político importante e muito "sério", além de economista e, como tal, pessoa entendida nestas altas finanças.
O João Duque disse que os homens do direito do tempo de Salazar era melhores que os actuais. O pobre homem nunca soube da existência de medidas de segurança que levavam uma pessoa do contra a ser condenada a um ano de cadeia e ficar lá mais de dez por simples informação de um inspector da Pide. Não sabia da existência da censura prévia a tudo o que era escrito, falado ou visto. Enfim, Salazar era honesto, o sistema eleitoral era honesto, só podia ganhar a União Nacional. Não sabiam que um inspector (esbirro) da Pide tinha o poder de um juiz de instrução e podia prender seja quem for e mantê-lo preso sem ter de apresentar provas.
Medina Carreira ainda disse que o PM teria dito que se deveria resolver o problema do Mário Crespo, mas, enfim, a Filomena Mónica lembrou ao tarado que estavam ali na televisão frente a todos os telespectadores daquele canal. Crespo não foi saneado.
O estúpido do Medina Carreira chegou a defender o Condicionamento Industrial e confundiu essa legislação com a protecção aduaneira quando se tratava de um sistema corrupto de licenciamento interno de indústrias e empresas até aos táxis que permitia todo o tipo de falcatruas e negócios baseados em alvarás e que foi uma das causas do atraso português, principalmente logo após 1945 em que a Europa estava destruída e o pobre Portugal poderia ter atraído técnicos alemães para instalar muitas indústrias no País. Medina disse que o Condicionamento era necessário quando na verdade era um sistema de concessão de alvarás a uns tantos amigos de Salazar e que tendencialmente não consentia nada. Há histórias fantásticas de como o condicionamento chegou a fechar pequenas fabriquetas de pessoas que queriam fabricar rádios, amplificadores, condensadores, etc.
Depois defendeu a escola fascista que seria muito boa quando a Filomena teve a coragem de falar nos mais de 80% de “alunos” que guardavam cabras nas aldeias sem frequentar qualquer escola.
Mas, ninguém disse que na década de sessenta mais de dois milhões de portugueses votaram com os pés e emigraram para a França, Alemanha, Luxemburgo, etc., deixando as aldeias meio vazias, mas com divisas.
O Crespo, vá lá, ainda lembrou que Medina foi Ministro das Finanças e ele respondeu que nada fez então porque o País estava na mendicidade. Na verdade, não estava, mas os contribuintes eram então tratados como cães vadios. Medina não foi capaz de reduzir no mínimo que fosse a arrogância dos funcionários de finanças fascistas dos primeiros tempos da democracia. Nada pois que se compare com um funcionário de hoje.
Eles dizem que Portugal não tem um projecto. Por acaso a Filomena perguntou pelos projectos dos outros países ao que o Duque respondeu que não vivia nesses países. Qualquer pessoa ilustrada que acompanhe o noticiário internacional pela Internet e em jornais e revistas, etc. sabe o que se passa na maior parte dos países do Mundo e conhece os gráficos e números da actual crise e do passado, aqui como em Espanha, Reino Unido, França, etc. Na net é possível ler e ouvir noticiários da BBC e de todas as grandes rádios do Mundo e ler os mais diversos jornais "online" desde que saiba inglês, pelo menos, o que pode não ser o caso do Medina e do Duque.
Medina elogiou a China que teria um projecto de desenvolvimento. Tem sim o projecto de explorar ao máximo os seus trabalhadores que começam já a protestar e moverem-se em pequenas greves e reivindicações internas nas maiores empresas. Curiosamente, numa zona em que há fábricas da Toyota rebentou uma luta entre os capitalistas chineses que não querem ver a Toyota aumentar em 70% os salários dos seus trabalhadores.
Enfim, o facciosismo actual leva Crespo a ter convidados neo-fascistas que vestiram há tempos um fato de democrata que não correspondia às suas medidas, ou seja, às suas ambições e daí a raiva contra quem está no poder e quem pode vir a ocupar o poder pela via de eleições democráticas que nada têm a ver com as burlas eleitorais de Salazar.
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