Sexta-feira, 24.04.15

Antes de 25/4/1974, Portugal era um país sem esperança e sem futuro.

O  25 de Abril devolveu-nos a dignidade e a liberdade.

Nos últimos anos, a política de direita neoliberal, quer-nos roubar a esperança, a dignidade, o trabalho, a liberdade, os direitos sociais e a cidadania activa.  

Vamos deixar ?  NÃO !.    Temos de nos  Unir  e  Lutar .

25abrilnet

                   Associação 25 de Abril,  mensagem da Direcção em Abril 2015:

   Já passaram 41 anos sobre o dia em que o MFA libertou os portugueses de uma ditadura de mais de 47 anos, abriu as portas à Liberdade, à Democracia, à Paz, à Justiça Social.    Durante estes 41 anos, os portugueses puderam decidir dos seus destinos, através de eleições livres, escolhendo os seus representantes nos diversos órgãos do poder. Muitos avanços se conseguiram, a sociedade evoluiu para melhor, mas, é uma constatação que não podemos ignorar, de há alguns anos a esta parte, o retrocesso vem sendo uma realidade e as conquistas alcançadas vêm sendo destruídas, como se quem exerce o poder esteja possuído de um desejo de vingança, para com os que protagonizaram a madrugada libertadora. Assumindo-se, pelo menos aparentemente, como herdeiros dos vencidos em 25 de Abril de 1974.
      Resultado, hoje estamos envolvidos por um pântano de indignidade, com servidores subservientes de interesses alheios aos portugueses ao leme do poder. Como afirmámos há quatro anos, a crise de valores que vivemos é bem mais grave que a crise financeira em que nos lançaram. A respeitabilidade e a dignidade do País têm sido postas em causa por dirigentes sem idoneidade para o exercício das funções que têm desempenhado e continuam a desempenhar.
     Só não assistimos ainda a acções de ruptura violenta porque, apesar de todos os maus tratos de que têm sido alvo, com destruição da condição militar, os soldados de Portugal têm posto acima de tudo o seu sentimento de dever patriótico, cumprindo todas as missões de que são investidos e garantindo a defesa do Estado Democrático e de Direito. Acreditamos que o seu sentimento de dever cívico continue a sobrepor-se a todos os sentimentosde revolta. Neste sentido, teremos de ser capazes de fazer uma ruptura com as políticas que levaram Portugal à situação a que chegou.
     Temos de continuar a sonhar, mesmo que nos pareça utópico, com o regresso dos valores de Abril à nossa Pátria. A indignidade atingiu limites insuportáveis, daí que um dos objectivos fundamentais dos próximos tempos é o de recuperarmos a Dignidade perdida. Temos de consegui-lo! O pão, a habitação, o trabalho, a saúde, a educação e a segurança social têm de voltar a ser direitos efectivos de todos os portugueses.Temos de conseguir que cada português possa ter o direito de tornar real a utopia de viver no seu Pais, em condições de dignidade. Para isso, temos de ser capazes de derrotar a ideologia dos mercados, do individualismo e do egoísmo. Só o faremos se conseguirmos resgatar a cidadania, se encontrarmos novas formas de expressão e mobilização.
     Os cidadãos têm de ser intervenientes nas decisões que lhes dizem respeito, sejam as individuais,sejam as de sentido colectivo. Por mais difícil e utópico que nos pareça, temos de conseguir praticar uma democracia de corpo inteiro, uma democracia que viva connosco e não seja apenas uma visita que nos venha bater à porta, de tempos a tempos, para nos pedir um voto.
     Temos de acabar com a corrupção, com o não cumprimento dos mais elementares deveres por parte dos dirigentes, com a desbragada destruição do parelho de Estado, com a despudorada transferência de tudo o que é público para o sector privado. Temos de ser capazes de recuperar um verdadeiro Estado Social, devidamente adaptado aos novos tempos que vivemos. Temos, enfim, de ser capazes de dar resposta aos anseios de uma enorme maioria de cidadãos que se não revê nos actuais partidos políticos e, ainda menos, nos dirigentes que nos desgovernam.
      Para isso, temos de conseguir mobilizar as vontades das mulheres e dos homens sérios de Portugal e recuperar os valores que nos fizeram sonhar há 41 anos. Não o poderemos conseguir se funcionarmos de forma isolada, por isso temos de congregar esforços com os povos europeus que enfrentam problemas semelhantes e, em conjunto, recuperar o projecto solidário, fraterno e justo que nos levou à integração na Comunidade Europeia.
     Caros amigos e compatriotas. Nós não desistimos e acreditamos que, com a mobilização de todos os democratas, conseguiremos recuperar os valores de Abril, para a nossa sociedade. É essa a nossa convicção, é essa a nossa esperança, é esse o nosso desafio, é esse o nosso compromisso!   Viva Portugal !  Viva o 25 de Abril !
 
    PASSARAM  41  ANOS       (-por Eduardo Pitta )
       Em Abril de 1974, vivendo sob ditadura, Portugal estava em guerra, com mais de duzentos mil homens deslocados em Angola, na Guiné e em Moçambique. Havia fome. A emigração era maçica. A PIDE/DGS fazia o que queria. As prisões abarrotavam de presos políticos. Mais de um milhão de portugueses tinha as suas vidas esmiuçadas em fichas que estão hoje arquivadas na Torre do Tombo e no Centro de Documentação 25 de Abril. O Governo de Caetano punha e dispunha nos Tribunais Plenários. Eram proibidos os partidos políticos. Soares e Cunhal viviam no exílio. A homossexualidade era crime. Notícias, livros, canções, peças de teatro, filmes, conferências, programas de rádio e televisão, etc., eram sujeitos ao crivo da censura prévia. Apenas 40% do território nacional dispunha de electricidade (idem para água canalizada, esgoto/saneamento, ...). O Banco de Portugal tinha os cofres cheios. Thomaz (P.R.) era uma figura de retórica.
     Em Abril de 2015, o BdP continua a ter os cofres cheios (? de ...?). Porém, a fome e a emigração persistem. O desemprego é uma mancha que alastra. Cavaco é uma figura de retórica. O grande mistério: quatro quintos da população (número que inclui muita gente de Esquerda) continua a pensar e a agir e a deseducar os filhos como fazia em 24 de Abril de 1974.  É triste.
 [*Imagem:  foto de Thomas Meyer, do mural com cap. Salgueiro Maia pintado na Av. Berna, Lisboa. Clique.]


Publicado por Xa2 às 07:47 | link do post | comentar | comentários (8)

Terça-feira, 21.04.15

Tráfico  de  morte  e  indiferença

     RefugiadosAs mortes no Mediterrâneo sucedem-se e deixam-nos sem capacidade de entender como é que um homem, que foi Presidente da Comissão Europeia nos últimos dez anos, só fala de helicópteros e outros meios bélicos ou de salvamento quando a questão tem de ser resolvida com meios de prevenção.
     Se a Europa (que só por engano continua a ser uma miragem para gente que prefere arriscar a morrer no mar do que morrer na sua terra onde tudo lhes falta) investisse no desenvolvimento e na paz dos países de origem desses imigrantes, provavelmente não andaria agora a discutir se o problema da imigração deve ser uma questão nacional ou europeia, porque apostaria na vida e não na morte.
      Se a Europa combatesse, à partida, o embarque para a morte feito por traficantes de seres humanos, por esclavagistas, não teria de chorar as despesas feitas com cada saco negro que faz descer à terra, ou com os subsídios de exílio atribuídos aos sobreviventes.
     Se a Europa liderasse o processo mundial contra a desumanidade e a indiferença, faria bem melhor do que andar nesta contabilidade de saber quanto vai ter de desembolsar para manter na miséria os que da miséria (e da guerra) tentam fugir.  -- (LNT  [0.206/2015])
           Mare  nostrum,  mare  mortis
 

  «Como em 2013, a expressão "nunca mais" volta a ser repetida. Como em 2013, quando morreram mais de 360 pessoas ao largo de Lampedusa, espera-se que algo seja feito, depressa, para minimizar o drama quotidiano das mortes no Mediterrâneo, a fronteira em paz onde mais se morre no mundo.     O problema é que o que foi feito em 2013, a missão de resgate e salvamento Mare Nostrum, só durou até Outubro de 2014, quando a Itália pôs ponto final a operações que envolviam gastos de 9 milhões de euros por mês e que os parceiros europeus recusavam partilhar.   Depois deste domingo, dia em que perto de 700 emigrantes se terão afogado no "Nosso Mar", já terão sido ultrapassados os 1600 mortos em 2015. (...)   Um dos motivos invocados para não apoiar a Mare Nostrum, nomeadamente pelo governo de Londres, é a ideia de que uma operação que salva vidas encoraja o aumento da imigração.    Algo que só quem não vê para lá das suas próprias fronteiras pode defender.»  -- (- Sofia Lorena, O «nosso mar» é um cemitério , a ler na íntegra)
     A indiferença continuada das instituições europeias perante a insuportável tragédia do Mediterrâneo não se distingue - na sua essência - da indiferença continuada perante o sofrimento induzido pela austeridade, nos países em que a mesma é imposta e aplicada.    Como se a Europa fizesse questão de dizer, e reiterar a todo o momento, que as dívidas e as fronteiras estão sempre primeiro. (as Pessoas e os Direitos Humanos são retórica...) --
Henrique Monteiro, no Expresso, 20.04.2015: )
(...)
(...)
(...)
     Todo o planeta TERRA é a nossa casa, é habitat de toda a Humanidade.
   "Não sou ateniense, nem grego, mas cidadão do mundo"- Sócrates.


Publicado por Xa2 às 07:44 | link do post | comentar | comentários (14)

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS