Sábado, 07.01.17

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Mário Soares: laico, republicano, socialista.

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Conclusão da intervenção de M. Soares no debate final global da Constituição da Rep. Portuguesa na Ass. Constituinte, a 2 de Abril de 1976.  - Obrigado    (-por D.Crisóstomo, 365forte.)

-- Coragem, liberdade, democracia e tolerância

 Obrigado Mário Soares    (-por N.Serra, Lad.Bic.)

-- Como recordo Mário Soares.     (-por J.Semedo; via J.Lopes, Entre as brumas)

       «Não há vidas sem mácula. A vida longa, intensa e plena de Mário Soares não é excepção, mesmo sendo ele uma figura excepcional. De que Mário Soares falamos, que Mário Soares recordamos hoje? O Mário Soares da Fonte Luminosa e do socialismo na gaveta, o líder do PS que arrastou toda a direita atrás de si? Ou o Mário Soares da luta antifascista e do exílio e que, mais tarde, nos apertos da democracia, se levantou contra a direita, quer no combate a Cavaco quer, tempos depois, na oposição à troika e ao governo de Passos e Portas?

        Não podemos falar de um e ignorar o outro, o próprio não nos perdoaria, como um dia me disse, sem ponta de arrependimento: “Eu fui isso tudo, eu fiz isso tudo, para o bem e para o mal”, a meio de um longo desabafo sobre a amargura e a inquietação com que olhava para os caminhos seguidos pela social-democracia europeia e o seu PS, sem esconder a sua irritação com as facilidades oferecidas aos mercados e à alta-finança pelos governos europeus liderados por partidos socialistas ou trabalhistas, tratados por ele com dureza e alguns palavrões.»
 
 -- PCP: Face ao falecimento do Dr. Mário Soares.
 «Mário Soares, fundador do Partido Socialista, seu Secretário-geral, personalidade relevante da vida política nacional, participante no combate à ditadura fascista, no apoio aos presos políticos, desempenhou após o 25 de Abril os mais altos cargos políticos, designadamente como Primeiro-Ministro, como Presidente da República e membro do Conselho de Estado. 
    Lembrando o seu passado de antifascista, o PCP regista as profundas e conhecidas divergências que marcaram as relações do PCP com o Dr. Mário Soares, designadamente pelo seu papel destacado no combate ao rumo emancipador da Revolução de Abril e às suas conquistas, incluindo a soberania nacional.»
 
      «Mário Soares foi um dos maiores protagonistas da política portuguesa e marcou o século XX. Foi combatente anticolonial e antifascista, preso político e exilado. Foi constituinte e fundador do regime constitucional de 76, ministro de governos provisórios, Primeiro-Ministro e Presidente da República. Socialista, republicano e laico, como ele próprio se definiu, foi o mais comprometido obreiro da integração de Portugal na União Europeia.
       Ao longo da sua vida, Mário Soares foi contraditório e frontal nas lutas que escolheu. Marcou todos os momentos determinantes da vida do país, por vezes em conflito e outras vezes em aliança com forças de esquerda. No tempo mais recente, levantou-se contra a invasão do Iraque e as guerras no Médio Oriente, assim como na defesa da Constituição da República Portuguesa contra as novas regras sociais impostas pela troika. Opôs-se às políticas de austeridade do governo PSD-CDS e saudou a mudança imposta pelas eleições de 2015.
       O Bloco de Esquerda saúda a sua memória, dirigindo os seus pêsames a toda a família de Mário Soares e aos militantes do Partido Socialista.» 

 

-- Passos Coelho esteve bem     (-por OJumento)
Depois de tudo o que Mário Soares disse dele e dos seu governo, Passos Coelho esteve à altura das circunstâncias, falou de Soares da forma que devia falar, sem ressentimentos, sem afirmação de divergências e sem julgamentos sumários. Depois disso assinou o livro de condolências na sede do PS, de onde saiu sem protagonismos jornalísticos oportunistas, numa demonstração de respeito.   ...

--Mário Soares  (pessoa, cidadão, político)      [-por M.E.Cardoso, Público].
   «Mário Soares não levou nada com ele. Deixou tudo connosco. É essa a maior generosidade que uma pessoa pode ter: querer tudo para os outros e dedicar a vida a lutar por isso — e por nós.
    Mário Soares não se importava que não gostassem dele. Ia em frente, achassem o que achassem. É essa a coragem maravilhosa que deixou: serviu de exemplo da liberdade mais importante de todas, que é a liberdade de sermos como somos e acreditarmos no que acreditamos.
    Até ao fim da vida, Mário Soares exerceu essa liberdade da maneira mais desobediente, imprevisível e desconcertante. Falava alto quando queríamos que se calasse. Quanto mais queríamos que se calasse, mais alto falava.
     Mário Soares foi um rebelde e um inconveniente. Era um grande erro tratá-lo com condescendência ou passar-lhe a mão pelo pêlo. Ele reagia com arrogância não só à arrogância como aos excessos de humildade. Não era nenhum santo, graças a Deus. E nunca nos deixava esquecer isso.
     No final de cada batalha — a grande maioria das quais perdeu descaradamennte — Mário Soares parava para dar lugar aos vencedores, saudando-os de igual para igual, como se também tivessem perdido.
     Pouco importava na estima dele. Mário Soares era uma pessoa profundamente civilizada e humana. Revia-se nas fraquezas que todos herdamos mas poucos reconhecem. Era mimado mas recusava-se a mimar. Respeitava os outros não porque os outros tinham alguma coisa de especial — mas porque não tinham. Eram seres humanos, cidadãos, compatriotas. E isso chega. Isso deveria sempre chegar se todos nós tivéssemos a ideia generosa de democracia que Mário Soares tinha, pôs em prática e deixou para que nos habituássemos a ela e fôssemos, por nossa vez, libertados por ela.
     Mário Soares deixou a pessoa dele nas gerações de camaradas e opositores que ele directa ou indirectamente inspirou. Podemos não reconhecer essa dívida — tanto faz. A liberdade de cada um de nós não cai nem cresce por causa do mal ou do bem que pensamos dela. É essa a única liberdade valiosa: a que não depende da nossa aceitação; a que é
independente da nossa vontade de exercê-la ou reprimi-la.
     Pode-se dizer mal de Mário Soares, o mal que se quiser. Não há nada que ele não tivesse ouvido em vida — e verdadeiramente tolerado, não com sobranceira indiferença, mas com o respeito democrático que vem dar ao mesmo. Encolher os ombros faz parte da liberdade. Foi Mário Soares que nos ensinou isso, tanto quando ergueu o punho como quando encolheu os ombros.
      Mário Soares era o político que era uma pessoa. Recusou-se sempre a ser um salvador ou uma figura acima da multidão. Ele era o político que era de um partido — o Partido Socialista — e com muita honra. Ele era um laico convicto, capaz de dar tudo pela liberdade religiosa de todos aqueles que têm religiões diferentes da grande maioria. Ele era um republicano honrado que sabia falar com monárquicos, que os monárquicos respeitavam por ter sempre consciência de que tudo depende
sempre do que sente cada um de nós e que as nossas crenças, nunca sólidas ou imutáveis, são tão nossas como a nossa humanidade.
     É essa semelhança no que nos distingue que nos dá razão para acreditar na humanidade e em ideais tão antigos e modernos como a liberdade, a fraternidade, a justiça e o progresso económico, social e político.
     Mário Soares era um revolucionário burguês. Os burgueses criticaram-no por ser revolucionário e os revolucionários criticaram-no por ser burguês. Era por isso que ele é tão refrescantemente moderno: ainda não nos aproximámos do que ele queria para nós.». 

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M.Soares no histórico frente-a-frente televisivo ("Olhe que não, .../ olhe que sim, ...") com Álvaro Cunhal, em 6.11.1975. 



Publicado por Xa2 às 19:00 | link do post | comentar | comentários (3)

Segunda-feira, 25.11.13

« ATACAR a iniquidade, a injustiça, o desprezo e o cinismo dos poderosos » (-por N.Serra, Ladrões de B.)

  «Não se espere de mim nem a mais pequena palavra de justificação por aqui estar. Bem pelo contrário. Farei a muitos a pergunta "por que razão não estão cá". (...) Custa-me a ideia de que o papel dos que aqui estão seja apenas defender, como se estivessem condenados a travar uma luta de trincheiras. Não, os que aqui estão não estão a defender coisa nenhuma, mas a atacar: a iniquidade, a injustiça, o desprezo e o cinismo dos poderosos, para quem a vida decente de milhões de pessoas é irrelevante, é entendida como um custo que se pode poupar.
   (...) A transformação da palavra austeridade numa espécie de injunção moral, que serve para um primeiro-ministro, apanhado de lado pelo sucesso dos celtas que muito gabava, sorrir cinicamente para nos dizer que a lição desses celtas e da Irlanda é que ainda precisamos de mais austeridade, ainda precisamos de mais desemprego, ainda precisamos de mais pobreza. E o pior de tudo é que, ao dizer isto, sorri, muito contente consigo mesmo.
    O discurso de continua mentira e falsidade, que nos diz - como se fosse uma evidência - que as empresas ajustaram, que as famílias ajustaram, só o Estado não ajustou, como se as três entidades fossem a mesma coisa e o verbo ajustar significasse o retorno a uma espécie de estado natural das coisas, que só o vício de querer viver melhor levou os portugueses a abandonar. (...) As empresas ajustaram. Sim, algumas ajustaram. Mas a maioria ajustou falindo e destruindo emprego. (...) As famílias não ajustaram, empobreceram. E estão a empobrecer muito para além daquilo que é imaginável. E têm que ouvir como insultos os méritos de perderem a casa, ou o carro, ou a educação para os seus filhos e o valor moral de deixarem de comer bife e passarem a comer frango.(quando o podem...)
    É para não termos esse remorso que estamos aqui, não à defesa, mas ao ataque. Ao ataque por todos os meios constitucionais, por aquilo a que chamávamos no passado (...) - e muitas vezes nos esquecemos - a nossa Pátria amada.»
    Da intervenção de José Pacheco Pereira, na Aula Magna, no encontro promovido por Mário Soares, «Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social».
   Demissão, demissão e demissão  (-por R.Narciso, 22/11/2013, PuxaPalavra)
Mário Soares, ... assertivo na vanguarda do combate à praga que assaltou o poder em Portugal, encheu o grande auditório da Reitoria da Universidade de Lisboa. ... A mesa tinha Soares ao centro e à sua direita Helena Roseta, Pacheco Pereira e Ruben de Carvalho, à sua direita estavam Víctor Ramalho que moderou a sessão, Marisa Matias, Pinto Ramalho, Carlos do Carmo e Alfredo Bruto da Costa.
     Mário Soares… percebeu-se logo ao que vinha e avisou que este não é o “bom caminho”, como falsamente por aí todos os dias nos massacram os ouvidos. Este - avisou - é o caminho que leva à ditadura (e à desgraça social e económica). Exigiu a demissão do governo e exigiu, exigiu e exigiu a demissão do Presidente da República. Incendiou o grande auditório e por entre as labaredas ouviam-se ritmados os gritos de demissão, demissão e demissão.   A expectativa era grande e as intervenções dos vários oradores não desiludiram, por isso foram várias vezes interrompidas por aplausos. Sem diminuir o alto nível das outras destaco a intervenção do atual Pacheco Pereira. Quem vê a Quadratura do Círculo conhece-o. Cultura, humor, acutilância, apurada sensibilidade política. A assistência não lhe poupou aplausos. Oiçam-no sff:


Publicado por Xa2 às 07:47 | link do post | comentar | comentários (1)

Terça-feira, 22.03.11

Entre a angústia e a ingenuidade

Naturalmente que uma velha raposa da politica como, obrigatoriamente, se terá de reconhecer a Mário Soares é muita ousadia estar a atribuir-lhe o epíteto de ingénuo.

Contudo e, admitindo memo que o tenha feito conscientemente, não deixou de ser oportuna a sua, pública, angustia manifestada no artigo que acaba de fazer publicar, na sua habitual crónica no DN e que aqui se poderá ler. Fê-lo tendo em conta a gravíssima situação, de deficit público e recessão económica, em que o país se encontra e que o bom senso deveria levar os partidos (chamados pelo Presidente) a formar um governo de coligação multipartidária sem necessidade do recurso antecipado a eleições. Infelizmente e para nosso mal não será lido nem escutado com a assertividade que as circunstancias o exigem.

Ingénuo porque parece ignorar, ou não ter percebido, a real intenção (os factos demonstram-no) das referidas declarações produzidas por Cavaco Silva, no discurso da sua posse, quando se comprometeu a “exercer uma magistratura de influência activa.” Essa e outras declarações do mesmo discurso foram, elas próprias, o exercício da influência activa visto que as mesmas, partir desse momento, impulsionaram Pedro Passos Coelho e o PSD para desenvolver toda a actividade seguinte e que irá continuar. Cavaco foi tão-somente o impulsionador dessa actividade, os multiplicadores passaram a ser, a partir daí, toda a oposição com o PSD ao leme.

Cavaco Silva nunca esteve tão activo como está actualmente, ainda que se não oiça, se não veja e se não sinta. Ele anda por aí, vai estar na queda do governo, vai estar na marcação das eleições, vai estar na escolha do próximo governo e até de alguns ministeriáveis.

Como diz o poeta, só que desta vez é o corpo e, também, o povo é que paga.



Publicado por Zé Pessoa às 14:02 | link do post | comentar | comentários (2)

Quinta-feira, 03.02.11

Aqui no LUMINÁRIA, provavelmente, nem sempre nos darão a atenção que julgamos merecida, muita presunção da nossa parte, claro está. Mas, será que darão ao mais destacado “Senador” da nossa democracia, Mário Soares, que na sua habitual e mais recente crónica no DN afirma, entre outras importantes reflexões que “Para o PS português, é o momento, também, de fazer uma reflexão aprofundada. Para dar um novo impulso à sua participação na vida política (independentemente do Governo), com mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro e promover-se, enfim, mais voltado para o futuro e menos para o passado. É que um PS dinâmico, pluralista e voltado para o futuro - que a sociedade civil respeite e admire - faz falta a Portugal e ao Governo.”

É um momento já algo tardio. Muitos vícios, maus hábitos e corrupção a rodos se poderiam e deveriam ter evitado se o agora desígnio sugerido por Mário Soares se não tivesse perdido de vista e sempre tivesse sido uma prática, de um partido dito socialista que sempre deveria ter pergaminho por tais princípios. Todavia, sempre valerá mais tarde que nunca, se é que é desta vez. Quem acreditará? 

A dado passo escreve que “...Na verdade, há aqui um problema, que a crise global tornou claríssimo, e que é preciso resolver, quanto antes, para que a União Europeia saia da paralisia e da crise em que tem vivido. É que a União Europeia está dividida: entre os Estados da Zona Euro e os Estados que não pertencem ao euro e vêem a União como um simples mercado de livre-câmbio. Ora, os dirigentes europeus, maioritariamente conservadores, têm-se recusado a ver esta realidade e procedem como se não existisse.”

E aponta como sair dessa crise afirmando que “Como tenho escrito, só vejo uma maneira: estabelecer que os Estados que não pertencem ao euro não têm de ter voto nas questões que se referem à moeda única, nem podem travar o avanço do projecto da União, em domínios como: a construção europeia do futuro; uma Europa cidadã e política, com uma identidade social própria (que, reconheça-se, faz a inveja do mundo); regras claras e obrigatórias para todos os Estados-membros da Zona Euro, no plano não só financeiro mas também económico, fiscal, social e ambiental; com regimes eleitorais e datas comuns quanto às eleições, não só para o Parlamento Europeu mas também para os respectivos parlamentos nacionais.”

Porque será que os políticos, actualmente no poder nos vários países da União Europeia, não têm tão elevado grau de lucidez? É que se o tiverem não têm feito dele o uso devido, saiam do marasmo, em que se deixaram cair, e tomem medidas, para bem desta mesma Europa, dos cidadãos que nela habitam, do mundo e de voz mesmos. Tenham alguma auto-estima.



Publicado por Zé Pessoa às 00:03 | link do post | comentar | comentários (4)

Terça-feira, 14.12.10

Mário Soares: Sócrates e Zapatero devem juntar-se e erguer a voz contra Merkel e Sarkozy

(i on line, 13.12.2010, via Dar à tramela

-Estamos a viver agora uma crise gravíssima. Há alguma maneira de não ficarmos derrotistas?

     Há. Há sempre. Já atravessámos muitas crises. Vencemo-las sempre, melhor ou pior. Talvez esta seja a mais grave, é certo. Lembro-me daquelas que, como primeiro-ministro, atravessei, quando cá veio o Fundo Monetário Internacional, duas vezes, em 1978 e 1983-85. Foram duas crises muito difíceis. Ultrapassámo-las. Conseguimos, simplesmente, vencê-las. Tínhamos mais armas, como é sabido. Tínhamos uma moeda própria - o escudo - podíamos desvalorizá-lo. Contudo, desvalorizando a moeda, destruíamos a riqueza das pessoas.
     Agora não podemos fazer isso. O que, para quem nos governa, é pior. Mas temos outros recursos. Não estamos isolados. E esta é uma crise que veio de fora. Foi importada.
     Agora, temos uma crise que é essencialmente europeia. O que mais me preocupa, a mim, não é que Portugal tenha um grande défice e grandes endividamentos públicos e privados. Os défices vão e vêm.
    O problema mais grave consiste em o Estado ficar sem meios para pagar às pessoas. O desemprego, o aumento da pobreza, as desigualdades sociais, cairmos em recessão.
    A União Europeia não tem um plano concertado para fazer face à crise. E os actuais dirigentes europeus, na sua maioria, resvalam para o nacionalismo e esquecem o projecto europeu, a solidariedade e a unidade entre os Estados-membros, como ensinaram os grandes Pais Fundadores.
- Está a falar da senhora Merkel e do senhor Sarkozy...

     A chanceler Merkel e o presidente Sarkozy olham só para a moeda única - o euro - e não para o risco da recessão que aí vem. Quando ultrapassarmos a crise da moeda, sem valer às pessoas, aos desempregados, aos imigrantes, aos mais desfavorecidos...

Agora encontraram-se para preparar a reunião que vão ter, que se espera seja pior do que aquilo que disse o presidente do Banco Central Europeu, que ajudou a moderar os apetites gananciosos dos mercados especulativos.

     Merkel e Sarkozy pensam apenas nos seus Estados e não no projecto europeu. É um erro colossal que lhes vai - e nos vai, a nós - sair muito caro. Portugal hoje não está isolado. Teve propostas muito interessantes, da China, que se manifestou disposta a comprar uma parte da nossa dívida, o pequeno Timor (que tem petróleo) e também a generosa proposta do Presidente Lula, que já foi corroborada pela nova Presidente Dilma. Isto é: fazer um empréstimo a Portugal, exactamente no mesmo sentido. São sinais importantíssimos, que valem bem mais do que os dislates das empresas de rating ou os comentários dos economicistas que temem os mercados desregulados, e só pensam no lucro pelo lucro.

 - E isso vai evitar que tenhamos que recorrer ao FMI, como estamos a ser pressionados a fazer?

      Não estamos a ser tão pressionados como dizem. Os jornais dizem isso, mas acho que não estamos a ser tão pressionados assim. O FMI quando quer pressionar vem cá e ainda não veio. Por outro lado, o presidente Dominique Strauss-Khan, até já disse que Portugal não estava numa situação tão difícil quanto lhe era atribuída...
     Acho que, quem vive das especulações, gosta que se diga isso, para ver se pega. Mas ainda não pegou. Também se o Fundo Monetário Internacional vier um dia a Portugal não é morte de ninguém. Haverá mais medidas a tomar - obviamente duras e impopulares - se as que estão anunciadas não forem aplicadas.
     De qualquer forma o problema irá resolver-se, se a moeda única não entrar em colapso e a União não se desintegrar, como espero... Portugal - e a Espanha, se possível em conjunto - devem fazer ouvir a sua voz na União. A Península Ibérica, no seu conjunto - com os falantes lusos e hispânicos - representam mais de um décimo da Humanidade. Não podemos deixar-nos dominar por uma senhora Merkel ou por um senhor Sarkozy, que estão em matéria europeia a perder o norte, como escreveram Helmut Schmidt e Jacques Delors, em entrevistas recentes.


Publicado por Xa2 às 08:07 | link do post | comentar | comentários (7)

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