Sexta-feira, 22.05.15

Ó Brigada

« Comem-nos vivos em vida /  Mortos a terra nos come /  Como dá tanta comida /  Quem cá passou tanta fome? ».

    Logo que o Homem toma consciência da sua condição, e o exprime esteticamente, está entornado o caldo da exploração do homem pelo homem. Por isso há quem tenha procurado – e insista – destinar a Arte Popular ao recanto do pitoresco, o lugar em que tudo o que é testemunho vivo soçobra. Chegariam então os tais turistas, «avinhados ao ritmo dos ferrinhos e da concertina»; e haviam de chegar os mandantes, orgulhosos dos governados humildes, na atitude, e garridos, no trajar; e chegariam também os entendidos, habilidosos na justificação do paradoxo de um povo empobrecido porém feliz. Lopes-Graça, apoiado no trabalho de Michel Giacometti (e alguns, poucos, mais) viria a baralhar tão conveniente harmonia, definindo a nossa música popular como «a crónica viva e expressiva da vida do povo português – quer dizer: da vida rústica do povo português» (Fernando Lopes-Graça, in A Canção Popular Portuguesa). O fascismo não facilitou a vida à música dos nossos campos. Ciente da sua inadequação no cenário idílico do Estado Novo fascista, Salazar deu a inventar a «política do espírito» em que um povo colorido e coreografado se exibiria em arraiais de FNATes e concursos de folclore. A música do povo português não era bem-vinda nesses certames de construção de uma “tradição popular” fascista, e ainda bem. Cairia o cantar do povo português no esquecimento da História não fora a persistência – a existência! – dos seus naturais cultores, o trabalho de recolha realizado por Michel Giacometti e alguns mais (poucos), e a própria História que, por artes do 25 de Abril, havia de lhe encontrar lugar e urgência no desenho da nossa identidade democrática. Nada mais natural, pois, do que um grupo de jovens ter considerado, faz agora 40 anos, que o seu tempo era «o tempo de, também aqui, no campo da cultura popular, dar um passo em frente, fazendo [a música popular] irromper do marasmo e do esquecimento de cinquenta anos de ditadura cultural» (texto de apresentação de «EitoFora», 1977). Estava, assim, achado o programa de acção da Brigada Victor Jara dois anos depois de, no ambiente dinamizador do MFA, se ter achado o nome do grupo: «o de Brigada, com intenção; o de Victor Jara, com admiração e saudade». Quarenta anos depois, permanecem o propósito e o nome.    ...    Para Ouvir e Ver:

Brigada Victor Jara   ;   No You TubeBrigada Victor Jara  ;   Victor Jara, relato das últimas horas deste cantor revolucionário chileno executado, juntamente com milhares de cidadãos em Setembro 1973, pelos fascistas do ditador Pinochet que derrubou a democracia e assassinou o presidente Salvador Allende.



Publicado por Xa2 às 07:36 | link do post | comentar

Sexta-feira, 05.07.13


Publicado por [FV] às 13:11 | link do post | comentar

Quinta-feira, 23.05.13

Ainda ontem se celebraram os 89 anos de  Aznavour e  Georges Moustaki morreu hoje com 79.  Para nós, ficará sempre esta pérola que nos dedicou:
    
 
+ o sempre, sempre eterno: «Le Métèque» (o estrangeiro) ... e tantas outras.
Era o único sobrevivente destes cinco «monstros sagrados:

 (Ferrat,  Brel, Ferré, Brassens  e Moustaki)



Publicado por Xa2 às 07:55 | link do post | comentar | comentários (1)

Segunda-feira, 01.10.12

 

Victor Jara para celebrar o Dia Internacional da Música (1.Out.)

 



Publicado por Xa2 às 20:10 | link do post | comentar | comentários (1)

Segunda-feira, 28.05.12

          Os olhos dos camponeses...      e          Contra muros ...

 

   
... cantava Adriano... e porque há vozes que ultrapassam o tempo... partilho...



Publicado por Xa2 às 13:37 | link do post | comentar

Sexta-feira, 11.05.12
 
«...copiem os meus discos.
Pirateiem a minha música à vontade, mas oiçam-na.
Eu prefiro que o façam, mas que oiçam,
que tentem compreender, gostar, partilhar...»

 



Publicado por [FV] às 16:04 | link do post | comentar

Domingo, 06.03.11

Os Homens da Luta vencem o Festival da Canção 2011 com “A Luta é Alegria

Os Homens da Luta irão representar Portugal em Dusseldorf (Alemanha) a 5 de Maio, tendo sido os grandes vencedores da 47ª edição do Festival da Canção, ocorrido no passado sábado, 5 de Março, na RTP.

A letra da canção vencedora, preferida por 28 por cento daqueles que votaram pelo telefone, foi escrita por Falâncio, que anunciou a presença dos Homens da Luta na manifestação da Geração à Rasca, que irá percorrer as ruas de Lisboa no próximo dia 12 de Março.

Não sei se é para rir, mas o povo foi quem mais ordenou, foi o povo pá…

João Carlos Antunes


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Publicado por Gonçalo às 20:44 | link do post | comentar | comentários (3)

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