«O Montepio Associação Mutualista tem enfrentado tempos difíceis devido aos efeitos da grave crise económica e social que assola o país a que se juntou uma gestão desastrosa da administração de Tomás Correia na Caixa Económica – Montepio Geral (CEMG). Neste momento difícil precisa muito da sua participação ativa.
A administração de Tomás Correia introduziu alterações estratégicas na gestão da Caixa Económica, mudando o seu "ADN original". De instituição financeira assente no crédito à habitação, às pessoas, às entidades da economia social, e às PMEs, procurou-se transformá-la num banco de empresas e, nomeadamente, de grandes empresas. E os resultados foram desastrosos.»
----- Informação AOS ASSOCIADOS DO MONTEPIO 6/2015 -- O TRATAMENTO DESIGUAL A QUE ESTÃO A SER SUJEITAS AS LISTAS PARA AS ELEIÇÕES DO MONTEPIO E O PROGRAMA DA LISTA C.
No processo eleitoral em curso para as eleições do Montepio Geral em 2 de Dezembro de 2015, está-se a verificar uma profunda situação de desigualdade no tratamento das diferentes listas, que beneficia grandemente a Lista A de Tomás Correia. A comissão eleitoral, para além de um representante de cada lista, também integra a mesa da assembleia geral atual – Padre Melícias, Dr. António Sameiro e Dr. António Sequeira – que também estão simultaneamente na candidatura de Tomás Correia. E o que se tem verificado é o adiamento continuo em fornecer dados importantes às outras listas para que estas possam contatar os associados.
Até a este momento não foram fornecidos os cadernos eleitorais onde devem constar o nome de todos os associados com direito a votar. Para além disso, também não foram fornecidos às outras listas dados essenciais sobre os associados – nomes, moradas, telefones, emails – para que possam contatar, apresentar e explicar os seus programas aos associados e para os convidar para as sessões de esclarecimento que realizam.
Enquanto se dificulta objetivamente desta forma a campanha das outras listas, Tomás Correia, que continua a ser presidente da Associação Mutualista, tem acesso à base de dados dos associados da Associação Mutualista onde, para além dos nomes, também constam as moradas, os telefones e emails de todos os associados. E a comissão eleitoral não tomou quaisquer medidas para impedir que a Lista de Tomás Correia tivesse acesso a essa base de dados da Associação Mutualista e para impedir a sua utilização em benefício da Lista A, ou para também fornecer os dados às restantes listas.
De acordo com informações de trabalhadores que chegaram ao nosso conhecimento, a Lista A de Tomás Correia está a utilizar essa informação, e também os apoiantes fieis que Tomás Correia colocou na área comercial da Caixa Económica (os seus “comissários”, a maioria deles diretores e gerentes de balcão que pressionam os restantes trabalhadores) para contatar os associados e os convidar a estar presentes nas sessões realizadas pela Lista A de Tomás Correia.
No entanto, as restantes listas continuam a não ter acesso aos mesmos dados dos associados. Parece que a estratégia, com a conivência do presidente da comissão eleitoral, padre Melícias, que é simultaneamente candidato presidente à mesa da assembleia geral da lista A de Tomás Correia, é deixar passar tempo para quando entregar esses dados às restantes listas já não haja tempo para estas os utilizarem de uma forma útil.
Para por cobro a este tratamento desigual, pedimos aos associados que foram convidados/ convocados, durante as horas de trabalho, por funcionários da Caixa Económica ou do Montepio para participarem em ações realizadas pela Lista A de Tomás Correia ou para votarem na lista A que nos informem para os emails eugeniorosa@zonmail.pt * ou para defenderomutualismo@gmail.com.
E como tudo isto já não fosse suficiente, o atual conselho de administração da Caixa Económica, escolhido por Tomás Correia, decidiu impedir que os candidatos das diversas listas contatassem nas instalações da Caixa Económica os trabalhadores, que são também associados. Esta decisão que nunca tinha acontecido no Montepio, já que em eleições anteriores os candidatos sempre puderam contatar os trabalhadores nos seus locais de trabalho, embora sem perturbarem os serviços, favorece objetivamente a Lista A de Tomas Correia. E isto porque Tomas Correia tem nos postos-chave da Caixa Económica (diretores e gerentes) pessoas da sua inteira confiança, que sempre funcionaram como autênticos “comissários do presidente” e que continuam a fazer propaganda e a denegrir as outras listas, ficando impossibilitado qualquer contraditório, ou seja, a possibilidade das outras listas esclarecerem os trabalhadores sobre os ataques e calúnias feitas contra elas. É com todo este processo de tratamento desigual que se está a verificar no processo eleitoral no Montepio, que visa perpetuar a permanência e domínio da administração de Tomás Correia na Associação Mutualista, que queremos já alertar todos os associados.
É importante que os associados, quando votarem, não se esqueçam que a administração de Tomás Correia, nos últimos anos que esteve na Caixa Económica lançou OPA´s megalómanas; acumulou 514,4 milhões € de prejuízos, o que obrigou a Associação Mutualista e os associados a recapitalizarem a Caixa Económica com 1.100 milhões € e delapidou 605 milhões € dos capitais próprios da CEMG. E agora corre-se o risco de ser necessário mais recapitalizações que poderão servir de pretexto para abrir a Caixa Económica ao capital privado, já que não é possível ir de novo à Associação Mutualista retirar mais poupanças dos associados para recapitalizar a Caixa Económica. Na Associação Mutualista, a administração de Tomás Correia em dois anos (2013 e 2014) também acumulou prejuízos no montante de 486 milhões €, tendo sido delapidados, por essa razão, já cerca de 324 milhões € dos Capitais Próprios (contas consolidadas) da Associação Mutualista.
É preciso que os associados, quando votarem em 2 de Dezembro de 2015, também tenham presente que a Associação Mutualista não resiste mais 3 anos a uma gestão desastrosa de Tomás Correia como a que foi a dos últimos anos tanto na Caixa Económica como na Associação Mutualista. É necessário, quando votarem, que não se esqueçam que na Associação Mutualista estão 4.000 milhões € que são poupanças dos associados, que urge defender com uma gestão transparente e rigorosa. E é por isso necessário que não entreguem a gestão das poupanças a quem já deu provas de as não saber gerir com transparência, rigor e segurança, o que causou já enormes prejuízos ao Montepio, e também não entreguem a gestão da Associação Mutualista a quem só aparece no período de eleições para obter lugares, que esteve sempre ausente nos momentos difíceis, e que nunca deu provas de querer servir o Montepio, mas de se servir do Montepio. Confiamos que os associados irão escolher os candidatos que melhor defendem o Montepio, pois há situações que é necessário evitar para não haver arrependimentos no futuro, já que depois o retorno pode não ser possível.
Em anexo enviamos o programa da Lista C (ele está também disponível em http://defenderomutualismo.pt/programa-defender-o-mutualismo/) para sua reflexão e apreciação, solicitando que nos envie a sua opinião sobre ele, e pedimos que o faça chegar aos associados que conheça. Como rapidamente conclui da leitura do “Programa”, diferentemente de outros programas, procuramos identificar os principais problemas que enfrenta a Associação Mutualista (**) :
.remunerações e benefícios excessivos dos membros do conselho de administração;
.insegurança e riscos elevados na gestão das poupanças dos associados;
.elevada exposição da Associação Mutualista às empresas que tem determinado prejuízos significativos para esta;
.uma politica de pessoal autoritária e arbitrária que não tem respeitado os direitos dos trabalhadores, e que não tem valorizado nem o empenho nem a competência;
.um estatuto da AM com normas antiquadas/ desajustadas e algumas delas contrárias mesmo aos princípios democráticos do mutualismo;
.marginalização dos associados nas decisões mais importantes da Associação Mutualista;
.não prestação atempada de contas aos associados;
.risco de entrada e domínio da Caixa Económica por capital privado devido à gestão desastrosa de Tomás Correia, etc.
Portanto, é um programa que não é apenas um conjunto de boas intenções e palavras sobre o mutualismo, mas é constituído por propostas e medidas muito concretas (para apreciação e debate) cuja implementação poderá ser depois acompanhada e avaliada pelos associados.
*-- Eugénio Rosa, economista, membro do conselho geral da Associação Mutualista até Outubro de 2015, membro atual do conselho geral e de supervisão da Caixa Económica, e candidato ao conselho da administração na Lista C às eleições de 2/12/2015.
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**-- Problemas de que padecem também muitas outras organizações portuguesas: públicas, privadas e da economia social (associações, mutuas, cooperativas, fundações, congregações religiosas, ... , IPSS-estatuto atribuído para receber subsídios da SS/Estado...).
A partilha, a ganância e como a política está em todo lado
por Daniel Oliveira
O voluntariado, a participação cívica, o mutualismo e tantas outras coisas provam o mesmo: apesar de vivermos numa economia capitalista há, ao lado dela, muitas experiências que seguem outra lógica e, mesmo quando não é isso que as motiva, desafiam-na.
Recentemente recorri a mais uma. Curiosamente, vive do excesso. Num grupo virtual (Freecycle ), quem se quer livrar de coisas - roupas, brinquedos, móveis, electrodomésticos - oferece-as e quem as quer só tem de tratar do transporte. Não é caridade, porque nem sabemos à partida se quem recebe não pode comprar. Não é troca por troca, porque nem sempre quem dá recebe. É apenas vontade de não mandar fora o que outros ainda podem usar. Não é um manifesto político. Mas é o oposto ao consumismo, porque reduz a necessidade quando tudo na sociedade a alimenta. É apenas um ato natural.
E essa é a razão porque acho que aqueles que pensam que o capitalismo corresponde à natureza humana (e por isso será o fim da história) estão enganados. As sociedades não se organizam nem pelo altruísmo nem pelo negócio. Caminham pelas duas coisas. E quem vê na ganância a explicação de todos os atos humanos é tão cego como quem acredita que uma sociedade se pode regular apenas pelo desejo do bem. Uns e outros amputam parte do que é ser humano.
Não usei o Freecycle por querer praticar o bem. Não o usei porque queria que que me levassem as coisas - a Câmara Municipal faria o mesmo com menos trabalho para mim. Usei-o porque o instinto de partilhar é, como a ganância, dos mais humanos de todos.
E é esta, e não a falsa dicotomia entre igualdade e liberdade (como se uma não dependesse da outra), a grande clivagem entre a esquerda e a direita (deixemos de fora a direita conservadora, que é apenas anacrónica e que virá a ser, quando os ultraliberais desregularem tudo, aliada natural da esquerda). Uma acredita na comunidade, a outra no lucro. Uma tem mais fé na partilha, a outra tem mais fé na ganância. Mas todos sabem que qualquer dos dois instintos está sempre à espreita. Porque também eu, que partilho, compro e vendo. E quem compra e vende também gosta de partilhar. A questão é apenas o que pesa mais na forma como imaginamos as nossas utopias. Já na vida real, há ilhas de socialismo no capitalismo, como sempre houve ilhas de capitalismo no socialismo.
Claro que se o Freecycle se tornar popular vai haver quem queira ganhar dinheiro com a coisa. Mas ele nasceu antes disso. Como quase todas as ideias. Forçando a nota: o socialismo precede sempre o capitalismo. A partilha precede sempre a ganância. A criatividade precede sempre o negócio. E é por achar isto, e, claro, não por usar o Freecycle, acrescentar informação na Wikipédia ou escrever em blogues, que sou de esquerda. Porque sei que é em comunidade que evoluímos. A ganância apenas tira partido disso, dividindo desigualmente o que todos nós construímos.
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Um ecossistema político-empresarial
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