A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.
Entrevista com o Secretário de Estado Henrique Gomes
«demitido» logo no início do mandato do atual Governo,
quando afrontou a EDP tentado baixar as rendas em vigor
e que considerava excessivas e perniciosas para o País.
(o video é longo, mas é demasiado importante para não ser visto até ao fim.)
Houve até quem abrisse garrafas de champanhe quando este Secretário de Estado foi afastado...
Uma proposta inaceitável (-por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)
Assumindo que a TAP usará metade dos novos 300 milhões no seu capital para aumentar o seu fundo de maneio e a outra metade para abater à dívida, "estamos a falar de uma melhoria dos custos de cerca de 9 milhões de euros por ano, ou seja, 0,4% dos custos totais da TAP". Ricardo Cabral defende que um aumento das receitas de 5% e uma redução das despesas de igual valor resultariam em melhorais operacionais de 250 milhões de euros por ano. Quase o mesmo que o empresário vai injetar na empresa. Ou seja, a empresa, comprada a preço de liquidação total, dará, quase sem esforço, lucro rapidamente. Um negócio 'da China'.
O economista português defende que o valor da empresa é de mil milhões de euros, sem descontar a dívida. Ou seja,para além dos 300 milhões que lá vai empatar, Germán Efromovich deveria pagar ao Estado português 700 milhões e não 20 milhões.
Tomando estas contas como certas, a proposta do empresário brasileiro não deveria merecer sequer qualquer negociação. Como disse, bem, Marcelo Rebelo de Sousa, é provável que este seja o negócio da vida de Efromovich. Mas está muito longe de ser o negócio da vida do Estado português. Quem vende por 20 o que vale 700 não se pode justificar com as suas dificuldades. Apenas explica porque vive e continuará a viver com elas.
Sobre as novas medidas de austeridade,
o sociólogo António Barreto falou em “inexperiência”
e considerou que já foram ultrapassados todos os limites.
O sociólogo António Barreto chama a atenção para a existência de cláusulas secretas nas parcerias público-privadas (PPP). Sem querer pormenorizar, pediu transparência ao actual Governo e também que não seja conivente com o anterior Executivo, quando foi tão crítico sobre esta mesma matéria.
“Estamos há um ano e meio à espera. Eu sei há muito tempo, há quatro anos, que há cláusulas secretas nas parcerias público-privadas (PPP). Não é aceitável que um estado democrático tenha cláusulas secretas”, começou por dizer António Barreto.
“Este Governo, já que as criticou em tempos, devia tornar, em primeiro lugar, todas as cláusulas transparentes. Não pode haver cláusulas secretas em contratos do Estado e, portanto, há um bocadinho de insatisfação nisto tudo”, acrescentou.
Sobre as novas medidas de austeridade, e falando como cidadão, o ex-ministro falou em “inexperiência” e considerou que já foram ultrapassados todos os limites.
“Os sinais dos últimos meses, os desvios inesperados, o imprevisível, afinal de contas foi pior do que se pensava, a despesa aumentou, a receita diminuiu”, apontou.
“Parece que há qualquer coisa de falta de perícia, de inexperiência. Eu acho que se está a passar dos limites, afirmou. “Porque é que se está a mexer nas pensões dos velhotes, nas pensões mesmo baixas? Não pode haver um pouco mais de selectividade? Eu penso que sim, podia haver mais cautela.”
“Será verdade que se vai compensar os grandes grupos económicos, as grandes empresas, e que vai de facto criar emprego e aumentar o investimento? Isto não está claro. Não se pode continuar a pedir, a pedir, a pedir, sem explicar melhor. Isso é que eu critico, sobretudo, às autoridades, é não explicarem nem partilharem melhor com os cidadãos”, concluiu António Barreto.
O sociólogo falava em Évora, à margem do IV Congresso Português de Demografia, que decorre até esta quinta-feira.
In RR
E nós a vê-los contratar
In [JN]
De vez em quando vem a público, e logo é esquecida, a notícia de mais uma dessas inúmeras heterotopias jurídicas que é de uso designar de parcerias público-privadas, através das quais, sempre da mesma maneira, dinheiros públicos acabam em bolsos privados.
Desta vez é a Fagar, empresa de águas e resíduos sólidos de Faro criada há sete anos pela Câmara com capitais maioritariamente municipais e em parceria com a AGS (grupo Somague, detido pela espanhola Sacyr).
Uma auditoria do Tribunal de Contas descobriu que a Fagar representou, de 2006 a 2010, uma hemorragia de dinheiros públicos da ordem dos 3,6 milhões de euros, sendo que, a manter-se a "tendência crescente" de derrapagem, serão precisos 25,6 milhões para reequilibrar as contas até ao termo da parceria entre a Câmara e a Sacyr. O curioso do negócio é o mesmo curioso (chamemos-lhe assim, embora haja palavra mais adequada) de outros negócios do género: os riscos correm todos por conta do sector público; o capital privado, mesmo que a coisa dê prejuízo, tem contratualmente assegurada uma rentabilidade de 8,41% (paga adivinhe o leitor por quem).
Como se vê, não são só os chineses que fazem em Portugal negócios da China. Quando se trata de capital privado a render à sombra da árvore das patacas pública, os nossos eleitos não descriminam ninguém, dos espanhóis da Sacyr aos angolanos do BPN. Até porque o dinheiro não é seu e a impunidade está garantida.
Antes da EMEL, já existiam Parquímetros em Lisboa.
E como funcionava então o negócio que era justificado pela cidade lisboeta como uma necessidade de forma a poder regular o estacionamento, limitando-o no tempo através dum pagamento condicionado a um horário, o que seria vantajoso para quem necessitava de pontualmente se deslocar quer ao comércio local quer a serviços por tempo limitado e, não havendo parquímetros dificilmente encontrava lugar... Pois quem estacionava era para quase sempre para o dia inteiro!
Então como foi de início implementado este negócio?
De forma simplista era assim:
- Uma empresa colocava os parquímetros na cidade nos locais designados pela autarquia;
- Essa empresa fazia as obras necessárias para a implementação das máquinas, colocava-as nos locais designados pela CML, dava a assistência técnica e manutanção aos aparelhos e ainda fazia a recolha do dinheiro recebido;
- Esses pequenos «cofres» que estavam dentro dos parquímetros eram levados a uma entidade bancária e só ela possuía os códigos e ferramentas que os abriam;
- Então o dinheiro apurado pelo estacionamento era creditado em três contas: na da empresa dona dos aparelhos e prestadora de todos os serviços anteriormente descritos, na conta da CML e na da PSP, cabendo a cada uma delas as percentagens previamente acordadas.
Resumindo: Não havia compra de parquímetros pelas autarquias, não havia também despesas de manutenção nem de instalação, etc. Era só lucros divididos pelas três entidades. E porquê a PSP? Para que esta fizesse a fiscalização e autuasse quem não metia a moedinha…
Ora esta maneira de implementar o negócio do estacionamento regulado funcionava bem e aparentemente todos ganhavam com o método encontrado. Estou a falar do final dos anos 80.
Então porquê alterar a metodologia? E passar a ser as Câmaras a comprar os aparelhos, a fazer as obras de instalação e a criar uma empresa municipal para fiscalizar e autuar os incumpridores?
Criou despesas à autarquia: É preciso comprar os aparelhos + é preciso fazer as obras na via pública, e foi criar uma EMEL sempre deficitária… Porquê? Sim, porquê?
Porque se passou de uma solução de receitas certas (e sem despesas) para uma solução que para além de obrigar a despesas (compras e obras) e ainda a ter uma entidade fiscalizadora que só dá prejuízos?
É preciso eu explicar melhor ou basta ser bom entendedor?
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