Mis cuatro nobles apellidos castellanos, superiores en nobleza a los de la Casa Real y “nobles” con título nobiliario (-por Paco Arenas, 19/3/2014, España por la República )
Quando Fernando Nobre diz que nem conhece ainda o programa político de Passos Coelho e já é candidato numero um por Lisboa e putativo Presidente da AR, é grave. Ou melhor, é revelador da figura e do seu carácter.
Agora, quando o mesmo Fernando Nobre vem à RTP explicar-se, e consegue piorar o quadro - quem votar nele, passa um cheque em branco, dado que o senhor só decide o que vai fazer com a sua eleição depois de mesma ocorrer… -, ele dá-nos um banho de verdade e transparência.
Daqui para a frente, só loucos ou inconscientes votam, em Lisboa, no PSD. Porque depois da vitória, Nobre decide se fica, se parte, se fica independente a votar contra o próprio PSD, se fica a fazer sudoku na Assembleia, se vai brincar no Facebook, enfim…
O estranho caso do candidato Nobre não é tão estranho como isso. Ele é afinal a ilustração do velho ditado popular de que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
Quem se limite a colher as aparências, verá na entrada de Fernando Nobre numa lista do PSD uma traição. E se fizer uma recolha atenta de declarações anteriores do azougado clínico encontrará amplo material para ilustrar a grande distância que existe entre o que repetidamente disse e o que agora fez. Mas quem conseguir desembaraçar-se da cortina de ilusionismo político de que o candidato se envolve, poderá ver com nitidez que tudo o que rodeia este caso é afinal bem mais simples.
De facto, hoje é evidente qual é o lugar ideológico-político do escudeiro do candidato miguelista ao inexistente trono de Portugal. É o que corresponde à sua opção monárquica e ao seu apoio a Durão Barroso e a António Capucho. Os apoios a Mário Soares, ao Bloco de Esquerda e a António Costa não passaram de manobras destinadas a dar uma maior aparência de realidade ao embuste que Fernando Nobre viria a urdir, lançando uma candidatura presidencial que fingiu ser uma componente discreta, moderada e aberta da esquerda, quando afinal era uma auxiliar disfarçada da direita, dirigida, no essencial, a facilitar a vida a Cavaco e a confundir as coisas no seio das esquerdas.
E terá sido o relativo êxito dessa operação de ilusionismo presidencial que terá levado o PSD a tentar explorar o mesmo equívoco. E para dar verosimilhança à ocultação da matriz direitista de Nobre, achou que podia instrumentalizar um alto cargo do Estado democrático para ficcionar a importância de Nobre, ao mesmo tempo que dava a aparência de realidade ao seu alegado suprapartidarismo. Mas como acontece com os ilusionistas que repetem o mesmo truque, as aparências apagaram-se perante a realidade, nesta segunda tentativa, ou nesta tentação de insistir na realidade de uma ficção vinda de trás.
E Nobre foi afinal reduzido à quilo que realmente é : uma personalidade política e ideologicamente de direita que concebeu o embuste de se fazer passar por um candidato presidencial contidamente de esquerda. Embora fosse um verdadeiro seguro político de Cavaco, era sempre apresentado como um dos potenciais causadores de uma ida de Cavaco à segunda volta.
A força das coisas mostra agora que tinham razão todos aqueles que chamaram a atenção para a presença, nas camadas menos aparentes do discurso político de Nobre, de muitas marcas identificadores do conservadorismo ideológico e do reaccionarismo político. De facto, Nobre é um político bem impregnado pelos dogmas e tiques da direita clássica, com uma maquilhagem oportunista de esquerda, propositadamente feita para enganar os eleitores. Por isso, ele não representa nenhuma abertura à esquerda praticada pelo PSD, mas apenas uma tentativa patética de insistir num embuste que deu eleitoralmente algum resultado nas eleições presidenciais.
Tal como aconteceu antes, há quem tente branquear a ostensiva rasteirice desta manobra política que envolve Nobre e Passos Coelho, invocando o currículo humanista do médico sem fronteiras. O mérito e o valor social do seu envolvimento em causas solidárias não está em causa, como o não está o de milhões de pessoas que em todo o mundo se ocupam desse tipo de tarefas. Mas o mundo não está dividido em anjos que seriam esses e demónios que seriam os outros; no mundo, mais prosaicamente, vivem pessoas com virtudes e defeitos, sendo certo que fica longe da excelência ética qualquer tentativa, subtil ou não, para fazer render em termos de prestígio que se usará (por exemplo, na política) o trabalho solidário realizado. Ora Nobre só não é um verdadeiro perito nessa utilização, porque vai longe demais na sofreguidão de tornar visível o seu envolvimento em missões solidárias. Não é um hábito decente.
O envolvimento da Presidência da Assembleia da República na tentativa de o PSD prolongar o embuste de Nobre, mostra a completa a ausência de sentido de Estado das personagens que urdiram essa farsa e a fraca qualidade do seu civismo. É aliás irónico e revelador que o seráfico Nobre se tenha envolvido num enredo tão sórdido. A imensa maioria dos políticos inscritos nos partidos, que ele tanto abomina, não teriam estômago para ir tão longe.
Rui Namorado [O Grande Zoo]
Fernando Nobre, que ainda há poucas semanas garantia na RTP 1 que "categoricamente, não!" aceitaria integrar uma lista partidária e, na SIC, que "está assente, determinado" e que "não volto atrás!", na decisão de não aceitar cargos partidários, dá tanto valor a tais "princípios" que, em troca deles, não aceita menos do que a sorte grande.
Assim, a crer na notícia que ontem animou imprensa, blogosfera e redes sociais, renunciará ao mandato de deputado e deixará às moscas (salvo seja) o seu lugar na bancada do PSD "se não for eleito" presidente da AR.
Pelos vistos, Passos Coelho não terá previsto tal hipótese (mas já se tornou "griffe" de Passos Coelho não prever hipóteses), e não será surpreendente que, assim sucedendo, o vejamos em breve a pedir de novo desculpa aos portugueses.
Será pena. Nobre-Passos Coelho constituiria uma prometedora parceria público privada, assente num imenso capital de inexperiência política e/ou governativa e num total vazio de ideias e projectos.
Trata-se de vazios de, digamos assim, cargas diferentes e por isso os parceiros se terão atraído entre si. O de Nobre, um vazio de tipo quântico, prenhe de "energia escura" e de potenciais partículas de ideias, como a de "cidadania" ou a de "participação". Já o de Passos Coelho é mais o Nada da física clássica: as ideias novas que anuncia todos os dias são contraditórias com as do dia anterior, anulando-se umas às outras.
Manuel António Pina [Jornal de Notícias]
No seu blog, Fernando Nobre diz: «Estou já a preparar um programa que submeterei aos futuros líderes parlamentares para gerar mais consensos, para reforçar o regime e a democracia, para abrir novas oportunidades de auscultação e diálogo com os cidadãos."».
Então, agora os presidentes da Assembleia da República também têm programa?
Com um pouco de jeito, ainda consegue inventar um governo de iniciativa presidencial... do presidente da Assembleia.
Era o que faltava! Devia ser bonito!
Ainda bem que Nobre não sabe quem serão os futuros líderes parlamentares, se não haveria de querer começar já a reunir com eles para lhes explicar o seu "programa".
Caso não seja eleito pelo Parlamento, Nobre abandonará o cargo de deputado.
Se não tiver a maioria absoluta dos votos dos deputados para ser eleito Presidente da Assembleia da República, Fernando Nobre poderá renunciar ao mandato de deputado e ao lugar na bancada do PSD.
O porta-voz do cabeça de lista social-democrata por Lisboa disse que Nobre teve "garantias do processo" no jantar em que foi convidado por Passos Coelho. Mas "sabe que a sua eleição depende dos deputados".
Artur Pereira respondeu que, se não existisse maioria para eleger o seu nome, então Nobre saberia tirar "as consequências, tendo em conta as circunstâncias".
O cenário de Nobre falhar a eleição é, no entanto, desvalorizado por Artur Pereira: "seria estranho que um candidato independente apresentado pelo partido mais votado não fosse eleito. Só por mero sectarismo!", concluiu.
Em Novembro de 2007, e de acordo com a Angop, uma agência de propaganda do MPLA, o regime angolano insurgiu-se contra os que, em Lisboa, promoveram uma conferência sobre a sua colónia de Cabinda.
Sem meias palavras, o protesto do regime angolano citou diversas personalidades portuguesas como Maria Antónia Palla, Fernando Nobre, João Soares, Maria Barroso e Maria João Sande Lemos.
A conferência "Caminhos para a paz" teve o apoio da "Associação Tratado de Simulambuco", contou também com a presença do então líder parlamentar da UNITA, Alcides Sakala, bem como com os deputados Filomeno Vieira Lopes e Luís Araújo, ambos do partido Frente Para a Democracia, FPD, e do economista Justino Pinto de Andrade.
De acordo com a Angop, que o mesmo é dizer de acordo com o regime angolano do MPLA, a reunião foi – como tudo o que contrarie a ditadura de José Eduardo dos Santos - "uma vergonha nacional", que visava comprometer o Governo angolano na véspera da cimeira EU/África.
Segundo o MPLA, os organizadores "pretenderam apagar ou ignorar muitos factos que demonstram a atitude dialogante e reconciliadora desde há muito assumida pelo Governo angolano, incluindo no tratamento da questão de Cabinda".
Boa! Atitude dialogante? Diálogo, segundo o meu dicionário, que é, creio, bem diferente do da Angop, significa a conversação entre duas ou mais pessoas. O que o MPLA faz é monólogo: impõe a razão da força e depois compra meia dúzia de fantoches para dizer que “democraticamente” impôs a força da razão.
"Esta atitude deplorável que já se mostrou negativa no passado para a necessária concórdia entre os angolanos, surge numa altura em que o país tem estabilidade política e possui um enorme sucesso económico", referia a Angop.
Seja como for, a partir de 26 de Junho de 2010, o MPLA retirou da lista negra um dos nomes que apontou como principal instigador da luta contra o regime de Angola, no que à sua colónia de Cabinda respeita: Fernando Nobre.
De facto, Fernando Nobre mudou de barricada, mudou de causas, passou de Homem livre a mais um acólito das “verdades” construídas a partir do petróleo, das “verdades” que mudam a História consoante os interesses de momento.
Desde essa altura (tal como agora o PSD) que o MPLA passou a ter em Fernando Nobre mais um aliado da sua causa.
Assim, Fernando Nobre deixou de estar preocupado com os que não têm voz e ajudou a ampliar a mentira de que “Angola vai de Cabinda ao Cunene”.
Afinal, parece-me, há cirurgias que permitem que a coluna vertebral se torne amovível. E, ao que parece, as recompensas são valiosas. Em Portugal, por exemplo, permitem ser cabeça-de-lista às eleições legislativas e, talvez, presidente da Assembleia da República...
Orlando Castro [Alto Hama]
O homem ainda não percebeu que a palavra dele foi classificada pelas agências de rating da opinião pública como lixo?
Quem apoiou ingenuamente Fernando Nobre, enganados por um discurso anti partidos, pretensamente não ideológico, e fechou os olhos à incoerência e arrogância do personagem, tem agora que retirar as suas conclusões. O homem que supostamente representava a esquerda moderada não alegrista é candidato pelo PSD. O mesmo que há menos de três semanas garantia não ir apoiar qualquer partido (perdão, há uma semana atrás) vai liderar a lista de um partido em Lisboa. Aquele que após a presidencial dizia não ir formar um partido político vai alinhar por um. O que não andava atrás de cargos quer ser Presidente da Assembleia da República. E dá calafrios compreender que Passos Coelho embarca nisso: ou está louco ou inconsciente.
É um episódio que entra directo para a antologia do oportunismo político (de ambos os envolvidos, entenda-se). Mas quem ainda não tinha entendido quem é o verdadeiro Fernando Nobre deixou de ter desculpa. E Passos Coelho passa uma imagem de desespero, o que é surpreendente.
Ricardo Alves [Esquerda Republicana]
O que é a AMI
A AMI é uma Organização Não Governamental (ONG) portuguesa, privada, independente, apolítica e sem fins lucrativos.
Desde a sua fundação, a 5 de Dezembro de 1984, pelo médico-cirurgião urologista Fernando Nobre, a AMI assumiu-se como uma organização humanitária inovadora em Portugal, destinada a intervir rapidamente em situações de crise e emergência e a combater o subdesenvolvimento, a fome, a pobreza, a exclusão social e as sequelas de guerra em qualquer parte do Mundo.
Com o Homem no centro de todas as suas preocupações, a AMI criou doze equipamentos Sociais em Portugal e já actuou em dezenas de países de todo o Mundo, para onde enviou toneladas de ajuda (medicamentos e equipamento médico, alimentos, roupas, viaturas, geradores, etc.) e centenas de voluntários.
Organograma: Cinco Nobres estão à frente da AMI, ou seja a ONG é dos Nobres.
Relatório de 2009 (o único que está publicado!)
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