Sexta-feira, 27.01.12

        Ele disse «orgulho»?

        Santos Pereira não anunciou apenas que o 5 de Outubro deixará de ser feriado. Anunciou também que o 10 de Junho é mantido «para que se reforce o orgulho de ser português». O conceito é absurdo. Faz sentido ter orgulho em trabalhar, em cumprir deveres, em esforçar-se e em ter resultados. Mas não há mérito algum em ser português por nascimento, como também não há mérito em ser alto, de olhos verdes ou filho de pais ricos. Ter «orgulho» em ser português é ter orgulho em algo para que não se trabalhou.
       O 10 de Junho é o mais artificial dos feriados nacionais: é principalmente uma criação do "Estado Novo" (do 'botas' e da 'outra senhora'), que em tempos serviu para exaltar a «raça» e até (a partir de 1963) a guerra colonial (e "o império"). Mantê-lo quando se elimina o 5 de Outubro e aumentar a sua importância é introduzir uma deriva salazarista na cultura política do Estado português.
      O ministro Mota Soares pertence a uma Ordem monárquica «secreta»?

      Já escrevi, e mantenho, que os cidadãos têm o direito de pertencer a organizações discretas, e que não devem ser obrigados a revelar a sua pertença. No entanto, demonstra uma incrível duplicidade de critérios que poucas semanas depois de uma inusitada «caça às bruxas», em que os jornalistas andaram de microfone na mão a perguntar aos deputados se eram maçons, ninguém pergunte aos membros do governo se pertencem, por exemplo, à Ordem de S. Miguel da Ala. É que esta organização tem por objectivo «a defesa da Fé Católica, Apostólica Romana, a defesa do Rei e do Património Tradicional Português». E o governo acaba de anunciar que o 5 de Outubro, data da implantação da República, deixará de ser feriado. E o ministro Mota Soares é dado num blogue como membro dessa «Ordem» (não sei se do ramo Duarte Bragança se do ramo Câmara Pereira, mas isso a mim pouco me importa).

       Os monárquicos no governo da República

       A Causa Real está «francamente contente» com o fim do feriado do 5 de Outubro. Entende-se. O respectivo presidente esqueceu-se apenas de agradecer publicamente aos dois monárquicos publicamente assumidos do governo: o «destacado» dirigente da Causa Real Mota Soares e o «convicto» quotizante Paulo Portas. Entre outros? Em qualquer caso, é uma ingratidão.

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República e Laicidade   

        Lamentamos quererem esquecer a República e alienar a Independência.

        Viva a República!     Viva a República implantada em 1910, a restaurada em 1974, mas principalmente a que vamos construindo todos os dias.

        Por uma RES  PÚBLICA  secular e  laica,  por uma  sociedade  livre, justa, inclusiva, democrata e plural.

(-por Esquerda Republicana, "entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, é a Liberdade que oprime e a Lei que liberta" - Lacordaire)



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Sexta-feira, 19.02.10
Conseguir estágio de advogado é cada vez mais difícil
por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA, DN, 18.2.2010

 

Sociedades de advogados contratam cada vez mais cedo os recém-licenciados que são sujeitos a uma selecção exaustiva e competitiva com a presença dos principais sócios

Os finalistas do curso de Direito enfrentam cada vez mais obstáculos para conseguir um lugar de estagiário num escritório de advogados. Como se de um verdadeiro casting se tratasse, os recém-licenciados mergulham num processo de selecção exigente, competitivo e que se arrasta durante quase seis meses.

A selecção apertada deixa de fora centenas de jovens por ano: só da Faculdade de Direito de Lisboa ficaram desempregados quase 200 licenciados, segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, divulgados no ano passado.

As razões? "Um maior número de licenciados em Direito" que tem vindo a crescer exponencialmente na última década, segundo dados da Ordem dos Advogados fornecidos ao DN, e uma maior selectividade e exigência por parte dos grandes escritórios que desde logo tentam "formatar" os futuros advogados ao perfil que exigem.

"Fui a três entrevistas a cada um dos cinco escritórios que me pré-seleccionaram", explica João Madureira, licenciado em Direito em 2007, actualmente desempregado e que preferiu não nomear as sociedades em causa. "Parecia que me estava a candidatar a uma multinacional nos cinco casos e isso não me agradou", explicou. "Um dos sócios de um desses escritórios chegou a dizer-me que não eram eles que tinham sorte em ter-me, caso eu fosse contratado, mas eu em trabalhar para eles."

Outro advogado, que estagia na Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados há um ano e que preferiu o anonimato, diz que não está arrependido: "O mercado é competitivo e eles têm que ser agressivos logo no início para ver se nós correspondemos ao estilo que eles pretendem."

Se há dez anos as sociedades de advogados começavam a receber as dezenas de currículos dos candidatos em Junho/Julho do ano em que os estudantes acabavam o curso, actualmente a selecção termina em Fevereiro, quando os estudantes ainda estão a acabar a licenciatura.

"Agora começamos a receber currículos em Outubro quando o estudante de Direito ainda está a acabar o curso", explica Fernanda Matoso, sócia da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, responsável pelo recrutamento no escritório.

Depois de seleccionados os currículos - em função da faculdade e da média do aluno -, vem a ronda de entrevistas. "Tentamos perceber se o candidato tem apetência efectiva para o direito, qual a área em que gostaria de trabalhar e fazemos uma avaliação do perfil humano da pessoa", explica a advogada. Dessa fase exaustiva de entrevistas escolhem-se os 20 a 30 melhores para serem "apresentados" aos sócios António Pinto de Leite e João Soares da Silva, que seleccionam, em média, dez a quinze futuros advogados.

"Um número que nunca é estanque, já que isso também depende das necessidades do escritório", explica Fernanda Matoso. "Este último ano, por exemplo, por causa da crise, foram só seis."

"Quando estamos a contratar estagiários, estamos a contratar um futuro advogado para a PLMJ", explicou ao DN Pedro Mettelo de Matos, sócio do maior escritório de advogados português.

A ronda de entrevistas e uma avaliação exaustiva do inglês fazem parte do processo. "O primeiro teste é escrito, para determinar a sensibilidade jurídica da pessoa", diz Marta Trindade, da Abreu Advogados, gestora dos estágios do escritório. "Depois um segundo teste de inglês e uma revisão de todos os testes dos seleccionados." A MLGTS chega a recorrer a uma advogada norte-americana para dar formação na vertente técnica do inglês. "O mercado da advocacia é cada vez mais competitivo e os jovens preocupam-se cada vez mais cedo com o que querem escolher", explica o sócio da VdA, Paulo Barros Baptista.

André Luiz Gomes, da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira explica: "As sociedades têm padrões cada vez mais exigentes devido à profissionalização. É natural que a necessidade de captar os melhores leve a que o recrutamento seja cada vez mais uma prioridade."

..........

Exame de acesso para iniciar estágio
 Desde o início de Janeiro que os recém-licenciados que queiram candidatar-se a um estágio têm de fazer um exame na Ordem dos Advogados (OA). Até agora, os candidatos a advogados só prestavam provas no final da formação dada pela OA, mas desde o primeiro dia do ano que por deliberação do Conselho Geral se institui "um exame nacional de acesso ao estágio de advocacia para verificar os conhecimentos considerados necessários". A medida é polémica e já tinha sido rejeitada por anteriores bastonários. Marinho justificou a nova regra com a necessidade de melhorar o ensino do direito, que "se degradou''.

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