(A propósito de alguma celeuma que se criou por um comentário feito pelo Dr. Mário Soares quando questionado sobre a morte de Eusébio)
O «Márocas» não deixa de ter razão…
Poderá não ter sido politicamente correto, mas julgo que não disse nenhuma mentira.
Aliás foi até muito «elegante» porque disse que bebia whiskies de manhã e de tarde. Esqueceu-se de dizer: e à noite! Ou de dizer que foi um grande futebolista e tornou-se com o passar da idade, num grande bebedolas… E até quis ser simpático acrescentando que não sabia que «mamar» uma ou + garrafas de whisky por dia, fazia mal à saúde e sobretudo a quem já tinha graves problemas de coração. + Dizem que Eusébio não só bebia em excesso como fazia uma alimentação não adequada ao seu estado de saúde e idade.
Mas se lhe dava prazer, porque não? Nós andamos por cá para tentar ser felizes. Senão para que vale andarmos por cá?
Mais vale uns anos bem vividos do que uma longa mas triste vida.
A propósito: com a idade nós vamos ganhando o «poder» de dizer o que nos apetece e até de sermos politicamente incorretos.
Neste caso, estou com o «Márocas». Eusébio foi um grande jogador e tornou-se num grande bebedola, mas isso era lá com ele, era a sua vida privada. Não lhe tira em nada o mérito desportivo que teve.
Se era humilde não sei, mas nas entrevistas que vi, parecia ser.
Culto? Não era, mas se calhar tinha mais cultura comparado com o que o Dr. Soares sabe de futebol.
«Cada macaco no seu galho» como diz o ditado. Embora uma coisa não impeça a outra.
E se o Eusébio podia ter sido um pouco mais culto e se o Dr. Soares podia saber um pouco mais de «bola», não vinha por aí nenhum mal ao mundo, mas também não acrescentaria nada a nenhum deles nos que os distinguíu na sociedade e na vida global onde se inserem ou inseriram.
Agora consta que costumava cobrar para aparecer nos locais públicos nomeadamente nos restaurantes, para além de fazer questão de não pagar as contas das suas refeições pois considerava que era um privilégio para os outros estarem na sua presença, portanto bastava-lhe aparecer que já estava pago. Não sei se isto que consta entre quem com ele conviveu é verdade, mas são rumores que há anos que se ouvem. E se, a ser verdade, e se aceitavam, era porque consideravam que este o merecia. Eu acho que sim, que o merecia.
Porque para onde ía era sempre um vulto e transportava a sua notoriedade no pobre panorama deste País. E se a Amália está no Panteão porque raio não deverá estar também o Eusébio? Cada um no seu género, mas com percursos muito similares… e da mesma época, portanto, comparáveis.
Não dizem para aí que a Amália para além de ser extraordinária na sua atividade profissional, o Fado, também era habitué nos «engates» e similares na sua vida pessoal. Não é assim em quase todos os notáveis artistas da noite? E quem se importa com isso? E os Reis de Portugal? Não andavam a «papar» os pajens (ou a serem papados) e as meninas das Côrtes para além de matarem a família para ascenderem ao poder, etc., etc.? Quem se importou com esses «pormenores» nas estátuas e destaque patrimonial e social, que ainda hoje se assiste nesta República à portuguesa?
Agora as verdades podem ser agradáveis ou mais duras de ouvir, mas a verdade não deixa de ser a verdade.
Temos que aprender a viver e a encarar os seres humanos como seres imperfeitos que são. E ainda bem que têm defeitos.
Pior são aqueles que nunca se distinguiram em nada de especial durante toda a sua vida.
Nunca foram excecionais em nada, nunca se distinguiram na sociedade, no País e no Mundo e nunca deram um verdadeiro valor acrescentado à humanidade. Isto é, evidentemente, pela positiva.
E quer Eusébio quer Amália, fizeram-no. Foram e são referências nacionais de relevo pela positiva.
O resto, o menos bonito das suas vidas pessoais, só mostram como eles eram humanos e iguais a todos nós.
E no meu entender, sendo eles iguais a nós nos defeitos, isso só lhes dá ainda mais valor e mérito no que os distinguiu e projetou a nível mundial.
Nós que não passámos de meros medíocres, mais ou menos fdp, mais ou menos bebedolas, mais ou menos puritanos e que não soubemos distinguir-nos, em nenhuma área de trabalho, vocação, artística ou desportiva, e fazer a diferença em Portugal e por Portugal.
E eu que até sou do Sporting acho que a inveja e a menoridade mental quando se torna pública é uma coisa muito feia.
Tenho a certeza que se o Eusébio tem vindo para o meu Sporting não tinha tido a carreira e o destaque que teve e fez por merecer no seu Benfica.
Portanto que viva para sempre na memória de todos nós o genial futebolista que foi.
E se custa muito dinheiro colocar Eusébio no Panteão Nacional a um País falido, custa muito mais pagar a alguns «distintos» cidadãos privilégios, que por decreto, gozam imerecidas verbas em reformas nada proporcionais ao que descontaram…
E acreditem, que ainda um dia teremos uma imagem de Nossa Senhora de Fátima no Panteão, para se concretizar a profecia portuguesa dos 3 F’s: Fado, Futebol e Fátima.
A esta hora, lá para os lados de Santa Comba, devem-se ouvir gargalhadas vindas do Além.
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