O presidente da Turquia, Recep Payyp Erdogan, afirma que a tentativa de golpe militar de sexta-feira foi um “presente de Deus”: vai permitir-lhe “limpar” as forças armadas (e o resto: jornalistas, juízes, opositores, ... organizações políticas, cívicas e religiosas).
Quem fala verdade não merece castigo, pelo que todos os deuses evitarão punir o autocrata turco, embora sabendo que muitos são os seus pecados.
E “limpezas” são a especialidade deste padrinho e protector de uma miríade de grupos de mercenários e terroristas entre os quais se destacam, para os que não estão lembrados ou o ignoram, o Daesh ou Estado e Islâmico e a Al-Qaida nos seus muitos e variados heterónimos.
Limpou o país da oposição, acusando os principais adversários de servirem os direitos nacionais curdos e ameaçando privá-los da nacionalidade turca. Para que não surgissem obstáculos à sua ascensão ao topo presidencial do poder fez manipular actos eleitorais através da propaganda, da censura e do medo, de tal modo que nem os observadores do Conselho a Europa e da OSCE, embora reconhecendo as irregularidades em privado, ousaram torná-las públicas e definitivas.
Limpou o aparelho judiciário e militar saneando centenas de juízes e os procuradores que denunciaram a corrupção governamental e da família Erdogan, designadamente a sua familiaridade pessoal e financeira com o banqueiro saudita Yassim al-Qadi, próximo de Bin Laden e conhecido internacionalmente como “o tesoureiro da Al-Qaida”. Por essa razão, está sob a mira da ONU, o que não o impede de deslocar-se a Ancara em avião privado para conviver e gratificar generosamente a família presidencial.
Vem limpando paulatinamente as forças armadas, mas este “presente de Deus”, como admitiu o próprio Erdogan, proporciona-lhe uma oportunidade de ouro para acelerar o processo. A partir de agora ruirá o maior obstáculo secular à confessionalização de um regime turco formatado em estrutura ditatorial e em teor fundamentalista islâmico.
Erdogan fala claro, disso não tenhamos dúvidas. Há 20 anos, em plena ascensão na carreira política, iniciada entre os fascistas e supremacistas “lobos cinzentos”, definiu a democracia como “um eléctrico que abandonamos quando chegamos à nossa paragem”. Recentemente falhou a consulta para impor uma Constituição “inspirada em Hitler” (*) – as palavras são suas – de modo a consolidar um poder presidencial absoluto. A seguir a esse intuito por ora fracassado, Erdogan começou então a receber “presentes de Deus”.
O atentado contra o aeroporto de Istambul parece ter sido um deles. Apesar da autoria não ter sido reivindicada, Erdogan atribuiu-o ao Daesh, por conveniência da sua própria imagem internacional; mas por que razão os protegidos iriam atacar no coração do protector? Provavelmente por convergência de interesses – uma mão lava a outra, não é o que se diz? Um atentado é, sem dúvida, oportunidade de ouro para reforçar poderes de excepção e perseguir inimigos internos vários, mesmo que nada tenham a ver com a violência.
Quando ainda decorre o rescaldo do acto terrorista surge o golpe militar, com inegáveis debilidades de amadorismo num exército dos mais poderosos da NATO, precisamente com Erdogan ausente, “de férias”, circunstância excelente para um regresso triunfal, afirmativo, justificando limpezas. Deus não poderia ter sido mais generoso, em boa verdade.
Enfim, é a este ditador turco que a União Europeia paga anualmente três mil milhões de euros confiscados aos nossos impostos para impedir que cheguem à Europa os refugiados das guerras que os donos da Europa provocam. Para que conste, não há um vínculo formal entre o conselho Europeu e Erdogan sobre esta verba; foi estipulada apenas em comunicado de imprensa dos chefes de Estado e de governo da União Europeia.
Foi com este presidente turco que o governo francês negociou a garantia de não haver atentados do Daesh durante o Euro 2016, em troca do apoio à criação de um Estado curdo no Norte da Síria. Constatámos, da maneira mais trágica, que ao Daesh bastaram apenas quatro dias para se libertar do período de nojo, fazendo gato-sapato do securitarismo fanático e inconsequente de Hollande e Valls.
É a este presidente turco que a União Europeia ainda reconhece credenciais de democrata (!), apesar de o próprio rei Abdallah da Jordânia ter revelado o apoio (daquele) ao Daesh, à Al-Qaida, ao contrabando de petróleo que serve de financiamento ao Estado Islâmico e de enriquecimento à mafia familiar de Erdogan.
Foi comovente – e patético – o apoio de grande parte da comunidade mediática (tv, rádio, net, redes sociais... tudo controlado pelo governo) a Erdogan durante as vicissitudes da tentativa de golpe e ao uso dos seus apoiantes como escudos humanos e carne para canhão nas ruas, praças e pontes das principais cidades da Turquia.
Entre a componente militar e a mafia governamental de Erdogan estavam em luta, durante a tentativa de golpe, dois conceitos de regime autoritário: um secular, outro fundamentalista islâmico. A democracia e os interesses populares não tinham nada a ver com aquela guerra entre elites interesseiras e pouco ou nada preocupadas com as pessoas.
O terrorismo islâmico, a guerra e a anarquia no Médio Oriente, porém, têm muito a ganhar com a absolutização do poder de Erdogan em Ancara. Ou seja, é impossível estar simultaneamente contra o terrorismo islâmico e temer pelo futuro político de Erdogan. A democracia não passa por aí, mas também já pouco se sabe dela nesta União Europeia.
Porém, quando a vida das pessoas está à mercê destes “presentes de Deus” é possível testemunharmos os acontecimentos e os ditos mais bizarros. (e horrores)
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Curioso é também a Turquia ter assegurado (nas vésperas do 'golpe militar') acordos com Israel e com a Rússia... e agora acusar um líder islâmico rival, 'abrigado' nos EUA, de ser o instigador do golpe... (*) lembrem-se que os Nazis também incendiaram o seu 'Reichstag'/parlamento e atribuiram o crime aos judeus e opositores...! e consolidaram o seu poder ... e seguiu-se + horror.
E a U.E. não se demarca do autocrata turco (e do húngaro, ...) e dos movimentos, partidos e políticas de extrema direita que vão ganhando força na Europa ... (com apoio de governantes fantoches ditatoriais, tecnocratas neoliberais e/ou fanáticos religiosos...).
C. Scarllaty: Tudo não passou de uma Golpada de Erdogan para conseguir uma revisão constitucional que o torne único e perpétuo ditador eleito! - ... se analisarmos bem todo o "filme" é por demais evidente. Além disso, os militares que encabeçariam a rebelião... onde estavam? Nunca apareceram!!! - Os soldados foram mandados para a rua ao "Deus dará". (nem procuraram tomar/controlar mídia, infraestruturas estratégicas, ...- foram simples 'peões' enganados e mandadas para 'abate' **- tal como os 'camisas castanhas' nazis depois substituídos pelas SS de Hitler.) Uma conspiração a sério nunca teria esse final, daí que os EUA e a UE tenham vindo deitar logo 'água na fervura'! Demasiado evidente, até para um leigo.
Iniciada na passada sexta-feira, dia 15, e terminada em fracasso menos de 24 horas depois, a nova irrupção dos militares na cena política turca (a quinta, nos últimos 56 anos – uma por década), foi tão patética que deixou perplexo o mundo inteiro
… e levantou até suspeitas de que a aparente tentativa de golpe poderia afinal ter sido montada pelo próprio presidente do país.
Eleito chefe de Estado em 2014, depois de 11 anos consecutivos no poder como primeiro-ministro, à la Pútin, Recep Erdogan embarcou desde então numa deriva autocrática cada vez mais acentuada e pode agora, a pretexto da tentativa de golpe, reforçar exponencialmente o seu poder.
O imã muçulmano Fethullah Gulen, líder do Hizmet (Serviço), um movimento social e religioso com grande influência, que começou por apoiar Erdogan, mas depois se transformou num dos seus maiores opositores, foi um dos primeiros a levantar essa hipótese. Do seu auto-exílio na Pensilvânia, onde se refugiou no final dos anos 90 para escapar da perseguição do regime, Gulen afirmou: “É possível que estejamos perante um golpe montado a fim de justificar mais acusações”.
Inépcia ou engano?
Os militares chegaram a atacar a sede do Parlamento(*) e um helicóptero disparou contra os populares que vieram para as ruas protestar. Houve também aparentes tentativas de controlar a rádio e a televisão, mas – espantosamente! – a internet continuou a funcionar e foi através dela (FaceTime) que Erdogan se dirigiu aos seus apoiantes para virem para as ruas resistir.
Se a tentativa de golpe foi genuína, os militares envolvidos deram provas de grande descoordenação e inépcia, mais parecendo estarem a executar um acto desesperado do que uma acção bem pensada e planeada. E no momento da verdade parece não terem tido estômago (ao contrário do general Al-Sisi, no Egipto, em 2013) para enfrentar e reprimir em grande escala a população que protestava.
Ainda assim, dos confrontos resultaram quase três centenas de mortos, mais de cem entre os próprios militares, que baixaram as armas e passaram a ser perseguidos e atacados pelos populares.
Mas também não é de excluir que muitos dos membros das forças armadas envolvidos tenham sido induzidos em erro quanto à finalidade da operação. No sábado, alguns afirmaram terem sido enganados, dizendo que antes de saírem dos quartéis lhes comunicaram que se tratava de um simples exercício…
Uma “dádiva dos céus”
Real ou fictícia, a aparente tentativa de golpe conferiu a Erdogan um pretexto suplementar para intensificar a perseguição aos seus adversários que, numa espécie de golpe de Estado larvar, vem promovendo desde 2013, quando ainda primeiro-ministro, reprimiu violentamente as manifestações contra um polémico projecto urbanístico numa das praças centrais de Istambul.
Quando, em Dezembro desse mesmo ano, rebentou um escândalo de corrupção em que estariam envolvidos membros da sua própria família (um esquema em que eram violadas as sanções americanas contra o Irão), Erdogan fez saneamentos em massa no aparelho de Estado, em particular na polícia, ministério público e judiciário e praticamente suprimiu a liberdade de expressão e de imprensa no país. A Turquia é o quarto país do mundo com mais jornalistas presos.
Por outro lado, Erdogan voltou a reprimir severamente o movimento pela autonomia dos curdos, ao mesmo tempo que intensificava a participação do país na guerra da Síria (de facto contra os curdos e resistentes ao Daesh...), o que levou à reação dos islâmicos radicais, traduzida em sucessivos atentados terroristas.
Criou-se assim um clima de grande tensão e medo, com o país cada vez mais radicalizado e muito dividido entre os incondicionais do presidente e os seus adversários, quase em proporções idênticas.
Agora, real ou fictícia, a tentativa de golpe confere a Erdogan uma oportunidade de ouro (“uma dádiva dos céus”, na sua própria expressão) para intensificar o seu domínio, afastando o que resta da oposição no aparelho de Estado e criando no país um clima de intolerância, em que não há mais adversários, mas apenas inimigos e que em toda a oposição é tratada como um vírus que precisa de ser extirpado.
Desde que os militares regressaram aos quartéis, já foram detidas mais de 6000 pessoas e as autoridades estão inclusive a pensar alterar a lei para permitir a pena de morte para os golpistas, o que constituiria violação do princípio básico da não retroactividade do Direito. Também no sábado foram afastados quase três mil magistrados, incluindo pelo menos um do Supremo Tribunal. O objectivo parece ser o de substituir o regime parlamentar vigente por um regime presidencialista (absoluto/ ditatorial), em que todo o poder estaria concentrado nas mãos do chefe de Estado.
Depois da caça às bruxas e da limpeza radical da administração pública agora em curso, com as vozes da oposição silenciadas, Erdogan conta ter o caminho livre para fazer aprovar essa viragem, seja por votação no Legislativo, seja por via de um referendo, que no clima exacerbado actual certamente teria facilidade em ganhar.
Afastada durante largos anos do poder pelos militares de inspiração laica que seguiam a linha do fundador da República, Mustafa Ataturk, uma massa mais conservadora de (muçulmanos) religiosos praticantes acabou por ver-se representada nos políticos do AKP – Partido Justiça e Desenvolvimento – que se tornou, na última década, a força dominante da política turca, obtendo sistematicamente entre 40 a 50% dos votos. Erdogan (líder do AKP) apresentou-se inicialmente como um conciliador, procurando o justo equilíbrio entre a religiosidade intrínseca do país e os princípios da democracia, chegando por isso a ser visto no plano internacional e em particular na Europa como o homem capaz de conciliar Islão e liberdade. Daí, também, a possibilidade admitida pela União Europeia de – contra toda a história do continente, feita de séculos de confronto com o império turco – um dia vir a incluir a Turquia nas suas fileiras.
Mais fácil dizê-lo, no entanto, do que concretizá-lo. A ideia – fomentada por razões estratégicas pelos Estados Unidos – sempre desagradou a algumas elites europeias, em particular na França, e agora, com a deriva autoritária de Erdogan, esses planos parecem cada vez mais remetidos para as calendas gregas. (...)
O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes Farmacêuticas (e as multinacionais em geral) dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos (lucros/ dividendos) à Saúde (ao ambiente, ...), e detendo o progresso científico na cura de doenças (e na energia limpa, ...), porque a cura não é tão rentávelquanto a cronicidade (dependência).
Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas Farmacêuticas dos EUA (e da UE, ...) gastam centenas de milhões de dólares por ano em (corrupção/) pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas Farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos codificadores que sejam consumidos de forma serializada.
Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da Saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia.
- A investigação pode ser planeada?
Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pela Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.
Parece uma boa política. Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada … Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho.
- Como nasceu a biotecnologia ?
A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.
Uma aventura. Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.
Foi cientificamente produtivo?
Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida.
Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de intrões no ADN eucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).
Essa descoberta ajudou a entender como funciona o ADN e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro.
- Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu?
É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de Saúde… Eu tenho as minhas reservas. (Entendo.)
A investigação sobre a Saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.
Explique. A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais … Como qualquer outra indústria. Só que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa Saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos. Mas se eles são rentáveis investigarão melhor. Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos. Por exemplo… Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …
E porque pararam de investigar? Porque as empresas Farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação. (viciando doentes e fazendo-os clientes dependentes)
É uma acusação grave. Mas é habitual que as Farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos codificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo.
Há dividendos que matam. É por isso que lhe dizia que a Saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.
Um exemplo de tais abusos? Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas.
Não fala sobre o 3º Mundo? Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado.
--- [Outras práticas das malévolaspoderosas transnacionais farmacêuticas, biotecnológicas, petrolíferas, químicas, financeiras, ... são adquirirem os direitos das descobertas/ patentes (e "congelá-las"/ não os publicar nem aplicar em tecnologia/ produtos para o público), sabotarem (espionagem e guerra industrial/ comercial) ou adquirirem as empresas I&D/ inovadoras ou concorrentes que lhes poderiam abalar o lucrativo negócio monopolista ou cartelizado, ... ]
[ E isto passa-se tanto nas doenças/ medicamentos, como nas sementes/ transgénicos e fertilizantes/ químicos agrícolas, nos motores (que até podem funcionar a água!) e baterias, ... e ainda nas 'avaliações/ratings' de estados e empresas e nos 'papeis' comerciais/ financeiros (depois tóxicos)! ]
--- Os políticos não intervêm?
Não tenho ilusões: no nosso sistema (capitalista neoliberal), os políticos (e os jornalistas, ...) são meros funcionários/avençados dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos (tornando-os deputados/legisladores e governantesfantoches).
Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas (e ...) que financiam as campanhas deles. O resto são palavras… enganadoras.
--- Quer este tipo de capitalismo (neoliberal, desregulado, cartelizado, mafioso, ...) que não olha a meios para atingir os seus fins (+ lucros, privilégios e poder para controlar cidadãos e estados) ?!
É este mesmo tipo de capitalismo que pretende fazer dopetróleo, uma arma poderosa ao seu dispor, apesar de ser responsável pelos elevadíssos níveis de poluição e graves riscos que acarreta para a saúde de todos nós, alterações climáticas, e ser o causador do terrorismo internacional. Tem como objectivo controlar a energia ao nível planetário, porque sabe que quem controlar a energia tem o Mundo na mão. A ganância não tem limites ! e, por isso, os cidadãos e os Estados têm de intervir !
Só quando as populações do Mundo acordarem e começarem a ter consciência desse crime horroroso e protestarem publicamente, poderá haver uma inversão na marcha capitalista sem freios!
Tomemos bem consciência disso !... -- Fonte : paradigmatrix
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As poderosas empresas transnacionais 'Bayer' (gigante farmacêutica, química,...) e 'Monsanto' (gigante dos agro-químicos, sementes e alimentos transgénicos, ...) planeiam fundir-se ... (só falta acertar alguns 'biliões' e benefícios para accionistas e administradores) e, se tal acontecer, haverá uma nova mega super-potência privada... com mais capital e poder que muitos países Europeus (talvez até mais que a fragilizada União Europeia) ... cujos governantes e cidadãospoderão ser tratados como desprezíveis "servidores de café/bagageiros/cobaias" sem voz nem poder de decisão.
Em causa está a queixa da Monsanto quanto a uma suposta violação de patentes sobre sementes (sim, sementes patenteadas!), devido aos pólenes de campos cultivados com sementes da Monsanto terem contaminado outros campos sem essas sementes (devido ao vento, insectos, etc.).
Chegámos a um ponto da inversão da argumentação, onde é Monsanto que reclama indemnização por uma suposta violação, quando, na verdade, é quem acaba com os campos contaminados que deveria estar a reclamar. Mas estes agricultores não o podem fazer porque a lei protege a Monsanto. E agora, adicionalmente, ainda vai permitir perseguir quem não use as suas sementes.
Eis mais uma boa razão para estarmos contra contra o TTIP, pois, com este tratado, não haverá sequer disputa jurídica perante uma situação como esta. Bastará um tribunal arbitral, onde o Estado será, paradoxalmente, minoritário, decidir a favor de empresas, como a Monsanto, que se queixem por a legislação não lhes ser favorável.
----M: Mas uma entrevista de T.Sousa no ‘Público’ de 30/5/2016 a Ignacio Garcia Bercero, negociador-chefe da C.E. para o TTIP, parece que vamos passar a viver, após a assinatura desse Acordo, que Obama veio apressar recentemente, no melhor dos mundos. ...
----AM: Outra coisa não seria de esperar de um negociador-chefe, certo? Bercera MENTE com quantos dentes tem na boca. Logo a primeira resposta contém duas mentiras evidentes: os documentos publicados pela Greenpeace vieram SIM confirmar todos os receios que NÃO foram dados a conhecer pela UE, por isso é que foram “leakados”. E o princípio da precaução, de que Bercera diz não abdicar, não aparece uma única vez nos documentos publicados. É preciso um descaramento abismal para mentir desta maneira, passando tudo o que este homem diz ao domínio da pura manipulação. Apoiado visivelmente pela sra. jornalista.
"Apesar de a UE ser o principal doador de Ajuda Humanitária, apresenta-se nesta Cimeira Mundial -ironicamente Organização na Turquia - com a imagem desgraçada pela forma como NÃO tem sabido responder à maior crise humanitária desde a II Guerra Mundial, que resulta da guerra e do terrorismo na sua vizinhança, em particular na Síria, Iraque e Líbia, e da opressão e miséria noutros países da Ásia e de África.
O (infame) negócio UE-Turquia, em violação da Convenção das Nações Unidas sobre os Refugiados, e portanto em violação dos Tratados Europeus e dos mais elementares princípios humanitários, é vergonhoso. À conta dele, hoje na Europa, nos "hotspots" da Grécia há refugiados detidos e atacados, incluindo mulheres e crianças, muitas menores não acompanhados. E há a "sin city" (cidade-acampamento do pecado) em Idomeni.
A actuação europeia na Cimeira será mais um exercício de hipocrisia se a UE prosseguir com políticas de austeridade que projectam desemprego e pobreza em toda a Região Mediterrânica e além dela. E se continuar bloqueada e incapaz de agir para prevenir e resolver conflitos e para ajudar outros povos a acabar com regimes cleptocráticos e opressores". -- (Minha intervenção esta tarde, em plenário do PE, sobre a Cimeira Mundial Humanitária)
"Está iminente o colapso na Venezuela, acelerado pelo preço do petróleo em queda e pela "corruptocracia" a escalar a todos os níveis. Faltam produtos essenciais, como alimentos, medicamentos, cuidados médicos e até energia para os funcionários públicos poderem trabalhar. De país mais rico da América Latina, a Venezuela está a caminho de se tornar o mais pobre. Com inflação a 600%, 3/4 da população a viver abaixo da linha de pobreza, em insegurança e violência totais.
A União Europeia e este Parlamento, ainda para mais com tantos bi-nacionais entre os venezuelanos, não podem deixar de condenar a actuação sectária, populista e delirante do Presidente Maduro, que não governa, desgoverna a Venezuela.
Senhora Mogherini, Não demore a exigir, em nome da UE, ao Presidente e ao Governo da Venezuela que, se têm uma réstea de bom-senso, ponham fim imediatamente à censura e perseguição dos media, dos defensores dos direitos humanos e dos opositores, começando a trabalhar num entendimento patriótico com o Parlamento para salvar o país e o povo da catástrofe". -- (Intervenção que fiz esta noite em debate plenário do PE sobre a situação na Venezuela)
"No mês passado estive na Margem Ocidental, Jerusalém e Hebron. Vim alarmada com o ambiente explosivo e o desespero do povo palestiniano, descrente do Processo de Paz, da própria liderança, da solução dos dois Estados - que todos consideram já inviável face à política de colonatos, deslocamentos forçados, demolições, repressão militar e humilhação prosseguida, cruel e estupidamente, por Israel - sem falar em Gaza, prisão a céu aberto.
Nada melhor para promover a radicalização da juventude e das crianças palestinianas. Na comunidade beduína de Al Hadidiya, no Vale do Jordão, e noutros locais pude ver projectos financiados pela UE que têm sido sistematicamente destruídos por Israel.
Senhora Mogherini, - Como avalia os resultados do diálogo estruturado UE-Israel que deveria congelar as demolições, quando elas têm aumentado? - Já pediu compensações a Israel pelos danos que as demolições e o confisco de estruturas financiadas pela UE estão a causar aos contribuintes europeus? - Vai tornar público o custo dessa destruição?
Pagaremos muito caro, na nossa própria segurança, esses e outros custos da UE não agire deixar morrer o Processo de Paz." -- (Intervenção que fiz no plenário do PE, em debate esta noite sobre as demolições e destruições na Palestina/Margem Ocidental)
A Conspiração de Timor (-John Pielger*, jornalista australiano, 11.Mar.2016 )
«Documentos secretos encontrados nos Arquivos Nacionais Australianos fornecem um relance sobre como foi executado e encoberto um dos maiores crimes do séc. XX. Ajuda-nos também a compreender como e a favor de quem o mundo funciona. Os documentos referem-se a Timor oriental, agora conhecido como Timor-Leste, e foram escritos por diplomatas da embaixada da Austrália em Jakarta. A data é novembro de 1976, menos de um ano após o ditador indonésio general Suharto tomar a então colónia portuguesa na ilha de Timor. O terror que se seguiu tem poucos paralelos: nem mesmo Pol Pot conseguiu matar proporcionalmente tantos cambodjanos como Suharto e os seus amigos generais mataram em Timor oriental. De uma população de quase um milhão, um terço desapareceu».
Foi o segundo holocausto do qual Suharto foi responsável. Uma década antes, em 1965, Suharto tomou o poder na Indonésia com um banho de sangue que eliminou mais de um milhão de vidas. A CIA referiu: «Em termos de número de mortos, os massacres estão entre os piores assassínios em massa do séc. XX.»
Este acontecimento foi saudado na imprensa ocidental como “um raio de luz na Ásia” (Time). O correspondente da BBC no sueste asiático, Roland Challis, descreveu mais tarde o encobrimento dos massacres como um triunfo da cumplicidade e silêncio dos media, A “linha oficial” era que Suharto tinha “salvo” a Indonésia de um assalto comunista.
«Evidentemente que as minhas fontes britânicas sabiam qual o plano americano,” disse-me. “Havia corpos retirados dos relvados do consulado britânico em Surabaya e navios de guerra britânicos escoltaram um barco cheio de tropas indonésias para tomarem parte neste holocausto terrível. Só muito mais tarde soubemos que a embaixada americana estava a fornecer nomes [a Suharto] e a abatê-los na lista à medida que eram eliminados. Houve um acordo. Do estabelecimento do regime de Suharto fazia parte o envolvimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial [ dominados pelos EUA]. Foi esse o acordo.»
Entrevistei muitos dos sobreviventes de 1965, incluindo o aclamado escritor indonésio Pramoedya Ananta Toer, que testemunhou um sofrimento épico «esquecido» no ocidente só porque Suharto era «o nosso homem». Era quase inevitável um segundo holocausto em Timor oriental, rico em recursos e colónia indefesa.
Em 1994, filmei clandestinamente em Timor oriental. Encontrei uma terra de cruzes e inesquecível sofrimento. No meu filme, «Morte de um Povo», há uma sequência filmada a bordo de um avião australiano voando sobre o mar de Timor. Decorre uma reunião. Dois homens de fato fazem saúdes com champanhe. «É um momento verdadeiramente histórico,» balbucia um deles, «verdadeira e unicamente histórico.»
É o ministro dos Estrangeiros da Austrália, Gareth Evans. O outro é Ali Alatas, o principal porta-voz de Suharto. Estamos em 1989 e estão fazendo um voo simbólico para celebrar um acordo de pirataria a que chamam «tratado». Foi isto que permitiu à Austrália, à ditadura de Suharto e às companhias petrolíferas internacionais dividirem os despojos dos recursos em petróleo e gás de Timor Leste.
Graças a Evans, ao então primeiro-ministro da Austrália, Paul Keating – que encarava Suharto como uma figura paternal – e a um gang que conduzia a política externa da Austrália, este país distinguiu-se como o único país ocidental a reconhecer formalmente a conquista genocida de Suharto. O preço, disse Evans, foram «montanhas» de dólares.
Membros deste gang voltaram a aparecer há dias em documentos encontrados nos Arquivos Nacionais por dois investigadores da Universidade de Monash em Melbourne, Sara Niner e Kim McGrath. Funcionários superiores do Departamento de Negócios Estrangeiros relatam pela sua própria mão violações, tortura e execuções de timorenses de leste por tropas indonésias. Em anotações rabiscadas num apontamento que refere atrocidades num campo de concentração, um diplomata escreveu: «parece divertido». Outro escreveu: «a população parece extasiada.»
Relativamente a um relatório da resistência indonésia Fretilin que descreve a Indonésia como um invasor «impotente», outro diplomata zombava: «Se o inimigo era ”impotente”, conforme lá está dito, como é que conseguem violar todos os dias a população capturada? Ou será que se deve a isto?»
Os documentos, diz Sarah Niner, são «prova evidente da falta de empatia e de preocupação pelos abusos de direitos humanos em Timor-Leste» no Departamento de Negócios Estrangeiros. «Os arquivos mostram que esta cultura de encobrimento está intimamente ligada à necessidade de o DNE reconhecer a soberania indonésia, para iniciar as negociações sobre o petróleo no mar de Timor-Leste.»
Tratou-se de uma conspiração para roubar o petróleo e o gás de Timor-Leste. Em telegramas diplomáticos divulgados de agosto de 1975, o embaixador australiano em Jakarta, Richard Woolcott, escreveu para Canberra: «Parece-me que o Departamento [de Minerais e Energia] poderia ter interesse em resolver a atual diferença na fronteira marítima acordada e isso poderia ser muito melhor negociado com a Indonésia… do que com Portugal ou com o Timor português independente.» Wolcott revelou que tinha sido informado sobre os planos secretos da Indonésia para uma invasão. Telegrafou para Canberra que o governo devia “ajudar à aceitação pública na Austrália” e contrariar «o criticismo contra a Indonésia».
Em 1993, entrevistei C. Philip Liechty, um antigo funcionário de operações senior da CIA na embaixada de Jakarta durante a invasão de Timor-Leste. Disse-me ele: «Foi dada luz verde a Suharto [pelos EUA] para fazer o que fez. Fornecemos-lhe tudo o que precisava [desde] espingardas M16 [até] apoio logístico militar dos EUA… talvez 200 mil pessoas morreram, a maior parte não-combatentes. Quando as atrocidades começaram a surgir nos relatórios da CIA, a maneira que arranjaram de tratar do assunto foi encobri-las o máximo tempo possível e quando já não podiam mais ser encobertas foram apresentadas de forma atenuada e em termos gerais, de modo que as nossas próprias fontes foram sabotadas.» Perguntei a Liechty o que teria acontecido se alguém tivesse denunciado. «A sua carreira teria terminado,» respondeu. Disse-me que esta entrevista comigo era uma forma de reparação pelo «mal que senti».
O gang da embaixada australiana em Jakarta parece não sentir tal angústia. Um dos escribas dos documentos, Cavan Hogue, declarou ao Sydney Morning Herald: «Parece a minha caligrafia. Se fiz tal comentário, sendo eu o cínico filho-da-mãe que sou, teria certamente sido com espírito de ironia e sarcasmo. Isso referia-se ao comunicado de imprensa [da Fretilin] e não aos timorenses.» Hogue declarou que houve «atrocidades de todos os lados».
Como pessoa que relatou e filmou as provas do genocídio, acho esta última observação especialmente profana. A «propaganda» da Fretilin que ele ridiculariza era rigorosa. O relatório subsequente das Nações Unidas sobre Timor Leste descreve milhares de casos de execução sumária e violência contra mulheres pelas forças especiais Kopassus de Suharto, muitas delas treinadas na Austrália. «Violação, escravatura sexual e violência sexual foram instrumentos usados como parte da campanha programada para infligir uma profunda experiência de terror, impotência e desespero nos apoiantes pró-independência,» diz a ONU.
Cavan Hogue, o brincalhão e «cínico filho-da-mãe» foi promovido a embaixador senior e mais tarde reformado com generosa pensão. Richard Woolcott foi promovido a chefe do Departamento dos Negócios Estrangeiros em Canberra e, na reforma, ensinou como um «respeitado intelectual diplomata».
Foram despejados jornalistas na embaixada australiana em Jakarta, especialmente empregados do (magnata das TVs e jornais) Rupert Murdoch, que controla quase 70% da imprensa da capital. O correspondente de Murdoch na Indonésia era Patrick Walters, que noticiou como «impressionantes» os «êxitos económicos» de Jakarta em Timor-Leste e «generoso» o desenvolvimento daquele território empapado de sangue. Quanto à resistência timorense oriental, estava «sem líder» e derrotada. De qualquer modo, «ninguém é agora preso sem os procedimentos legais apropriados».
Em dezembro de 1993, um dos empregados mais antigos de Murdoch, Paul Kelly, na altura editor-chefe do The Australian, foi nomeado pelo ministro dos Estrangeiros Evans para o Instituto Austrália-Indonésia, uma instituição fundada pelo governo australiano para a promoção dos «interesses comuns» de Canberra e da ditadura de Suharto. Kelly levou um grupo de editores de imprensa a Jakarta para uma audiência com o assassino de massas. Há uma fotografia de um deles que se está curvando.
Timor-Leste ganhou a independência em 1999 com o sangue e a coragem da sua gente vulgar. A pequena e frágil democracia foi imediatamente sujeita a uma implacável campanha de assédio pelo governo australiano, que procurou manobrar para lhe retirar o direito legal de propriedade sobre a exploração das reservas submarinas de petróleo e gás. Para o atingir, a Austrália recusou reconhecer a jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça e a Lei do Mar e alterou unilateralmente a fronteira marítima a seu favor.
Em 2006, foi finalmente assinado um acordo do tipo mafioso, em grande parte segundo os termos da Austrália. Pouco depois, o primeiro-ministro Mari Alkitiri, um nacionalista que tinha feito frente a Canberra, foi efetivamente deposto naquilo que ele chamou uma «tentativa de golpe» por «estrangeiros». Os militares australianos, que tinham tropas de «manutenção de paz» em Timor Leste, tinham treinado os oposicionistas.
Nos 17 anos desde que Timor-Leste ganhou a independência, o governo australiano apropriou-se de cerca de 5 mil milhões de dólares em petróleo e gás, dinheiro que pertence ao seu pobre vizinho.
A Austrália tem sido chamada o «vice-xerife» da América no Pacífico Sul. Um dos homens com crachá é Gareth Evans, o ministro dos Estrangeiros filmado a erguer a taça de champanhe para saudar o roubo dos recursos naturais de Timor-Leste. Hoje, Evans é um frequentador de púlpitos fanático que promove uma marca belicista conhecida por «RTP» ou «Responsabilidade para Proteger». Como co-presidente de um tal «Global Centre» sediado em Nova Iorque, dirige um grupo de influência apoiado pelos EUA que pressiona a «comunidade internacional» para atacar países onde «o Conselho de Segurança rejeita ou não aceita propostas de solução em tempo razoável». O homem indicado, conforme os timorenses podem confirmar.
«it is not enough for journalists to see themselves as mere messengers without understanding the hidden agendas of the message and myths that surround it.»- John Pilger. "Não é suficiente para jornalistas verem-se como meros mensageiros, sem compreenderem os objectivos escondidos da mensagem e os mitos que a envolvem."
NATO ? Para quê ?(Aventar, 26/02/2016 por João Mendes) (OTAN: Organiz. do Tratado do Atlântico Norte, ...que chega até à Turquia e mais além...)
Fez ontem 25 anos que os membros do Pacto de Varsóvia se reuniram na Hungria e chegaram a um acordo para a dissolução da organização, uma decisão precipitada pela fragmentação em curso da União Soviética. Dissipada a ameaça soviética, o outro império optou por manter a sua rede militar de poder e, 25 anos após ter deixado de fazer sentido no campo do equilíbrio de forças, a NATO está viva e continua a servir os interesses geopolíticos e militares da superpotência sobrevivente, usando a defesa dos seus aliados como mera fachada para as suas ambições imperialistas.
Que sentido faz hoje a existência da NATO? Confesso que não vejo outra razão que não a legitimação da hegemonia norte-americana. Que ameaças reais existem hoje que possam atormentar a segurança dos países ocidentais? O palhaço norte-coreano? A China comuno-capitalista? A Federação Russa que a única coisa que quer é jogar o mesmo jogo que os EUA, com a ocasional violação da soberania de um seu vizinho? E desde quando é que a NATO se preocupa com isso? Existirão assim tantas diferenças existe entre as invasões russas da Ossétia e da Ucrânia e as invasões norte-americanas do Iraque ou do Afeganistão, para além do desfasamento geográfico e do facto das segundas terem deixado um rasto de destruição incomparavelmente maior?
Com o fim da Guerra Fria, a NATO perdeu a sua razão de ser. A globalização criou uma interdependência planetária tal que o risco da Federação Russa invadir a Europa é praticamente nulo e as consequências seriam catastróficas para ambos os lados. Para além de que, se os EUA supostamente partilham dos mesmos valores e interesses que o restante Ocidente, porque não viriam eles em seu auxílio como vieram durante as grandes guerras? Já era tempo de colocar um ponto final neste teatro. O Europa não precisa da NATO para nada. Mas seria interessante que os parceiros europeus tivessem a sua própria política externa de defesa, capaz de proteger o seu espaço geográfico comum. Só para não sermos apanhados com as calças na mão. Daí até continuar a beijar o anel ao imperador vai um longo caminho.
----- Semear a guerra para colher milhões: à indústria bélica, a crise nunca chega
(J.Bautista, 24/2/2016, redaccion@lamarea.com, texto em espanhol: )
La industria bélica, un negocio seguro
Ingresa miles de millones y cuenta con el apoyo político y económico de los gobiernos más poderosos del mundo. La industria armamentística, que no conoce la palabra “crisis”, saca pecho en medio de un contexto geopolítico marcado por la inestabilidad y los nuevos conflictos armados. (invasão, ajuda militar, revolta, golpe militar, guerra civil, ...)
La industria de la guerranunca gozó de tanto poder como el que tiene actualmente. En el cóctel de su éxito se mezclan los nuevos conflictos en Oriente Próximo y África, las carreras armamentísticas en Asia –la región alberga seis de los diez mayores importadores de armamento–, un mayor apoyo político por parte de las potencias occidentales y la disminución de barreras legales y políticas que antaño restringían la venta de armas a países enemigos. Para poner en perspectiva esta realidad, un dato: la estadounidense Lockheed Martin, el mayor fabricante mundial de armamento, ingresa cada año más de 34.000 millones de euros, cifra superior al PIB de 97 países y cinco veces el presupuesto de Naciones Unidas para misiones de paz. Hoy, la venta de armas vuelve a ser uno de los negocios más rentables y prometedores tras haber dejado atrás el pequeño bache con el que tropezó en 2012: una caída del 1,9% del gasto militar mundial, el primer retroceso desde la caída de la URSS que puso fin a la Guerra Fría. En medio del secretismo del que goza esta industria, los ejecutivos de la guerra emprendieron una silenciosa campaña estratégica para devolver el vigor a un mercado acostumbrado a crecer, incluso en medio de la peor crisis económica que ha vivido el planeta desde el crack de 1929 y la II Guerra Mundial.
Northrop Grumman, BAE Systems, Raytheon, Boeing Defense, Almaz Antei, Airbus y otros grandes fabricantes de armas brindan hoy para celebrar nuevos récords de ventas mientras continúan las fusiones y adquisiciones que dan lugar a imperios cada vez más influyentes en la cúspide de organismos internacionales, gobiernos, bancos y medios de comunicación de todo el mundo. Las victorias de la industria de la guerra son un secreto a voces, pero, ¿cuáles son las claves de su éxito?
El sector armamentístico es especial y se rige por normas diferentes a las de las demás industrias. Los fabricantes de armas son entidades privadas, aunque algunas cuentan con participación estatal, que venden casi la totalidad de su producción a gobiernos de todo el mundo. Estas corporaciones operan de la mano del Estado a la hora de exportar armamento y de diseñarlo, puesto que es el erario público el que financia la mayor parte de los proyectos de innovación militar que dan lugar a tecnologías cada vez más letales. Se trata de un negocio redondo en el que el dinero público sirve, al mismo tiempo, para financiar el diseño y la compra de aviones, fragatas, fusiles y tanques. (... e munições, drones, ciborgs, fármacos, equipamentos, logística, ... reconstrução e dinheiro)
“Cada vez hay vínculos más estrechos entre gobiernos, militares y ejecutivos de esta industria (…), los puestos van rotando”, explica Linda Åkerström, directora de desarme de la Sociedad Sueca de Paz y Arbitraje, la organización especializada en resolución de conflictos más antigua del mundo que en 2010 logró la prohibición de las bombas de racimo. Åkerström afirma que “incluso países con grandes problemas económicos siguen invirtiendo en armas, un sector libre de problemas”, y cita el caso de Grecia. Poco antes de recibir el primer rescate en 2010, el gobierno de Angela Merkel activó una línea de financiación especial para que las autoridades helenas pudieran pagar sus pedidos de armamento made in Germany. Alemania, uno de los países que más presión ejerció para que Grecia aplicara duros recortes, es el principal proveedor de armas con destino a ese país, que dedica el 4% de su PIB a fines militares (la media de los países de la OTAN es 2,5%). En otros países, ahora con dificultades económicas, se ha disparado el gasto militar en los últimos diez años. Es el caso de China (+170%), Rusia (+108%) y Brasil (+48%), según datos del Instituto de Estudios para la Paz de Estocolmo (SIPRI).
La “seguridad nacional”, un negocio de Estado
Las puertas giratorias son el pan de cada día en el rentable mercado de la guerra. “Usan lobbies oficiales e ilegales en Bruselas (e ...) para organizar cenas y conferencias, e invitar a políticos y miembros de la OTAN”, explica desde Barcelona Jordi Calvo, investigador del Centro Delàs de Estudios por la Paz. Incluso las democracias más antiguas del planeta padecen esta vieja enfermedad: en Francia la familia Dassault, fabricante de los famosos cazas Rafale, ocupa escaños de Les Républicans (el refundado partido conservadorde Nicolas Sarkozy) en el Senado y Congreso, y además dirige Le Figaro, L’Express y 70 diarios regionales. A sus 91 años y con la quinta mayor fortuna de Francia, el patriarca Serge Dassault ocupa un puesto en el Senado galo desde 2004, mientras que su hijo Olivier, presidente del consejo ejecutivo de la empresa familiar, es diputado desde 1988.
En Estados Unidos, centro de gravedad del negocio de la guerra, las donaciones de campaña de los contratistas militares son vitales para alcanzar la Casa Blanca.Medios como The Wall Street Journal y CNN tildaron de “secuestro” los recortes de la administración Obama sobre la partida militar de 2013, mientras que ese mismo año los fabricantes de armas desembolsaron más de 137 millones de dólares para obtener el favor de los congresistas estadounidenses, según el Centro para Políticas Responsables, con sede en Washington. En enero, las lágrimas de Barack Obama dieron la vuelta al mundo junto con su propuesta para aumentar el control sobre la venta de armas ligeras en Estados Unidos. Aunque ni él ni ningún miembro de su equipo pareció triste cuando los fabricantes de armas, la Asociación Nacional del Rifle y las poderosas empresas de mercenariosestadounidenses ofrecieron su apoyo financiero para la campaña electoral del Partido Demócrata.
“España es un gran ejemplo de traspaso de personas de la industria armamentística a la política, y viceversa”. Jordi Calvo menciona a Pedro Argüelles, secretario de Estado de Defensa y antiguo presidente de Boeing en España, y al último titular de Defensa del Partido Popular, Pedro Morenés, quien hizo carrera en la industria militar antes de obtener la cartera ministerial. Tras la prohibición de las bombas de racimo, Morenés presionó al Gobierno para conseguir una indemnización de 60 millones de euros para Instalaza, la firma española que vendía este tipo de bombas a regímenes como el de Gadafi en Libia… y una de las empresas en las que ocupó el cargo de consejero hasta 2011. El pasado diciembre el Tribunal Supremo rechazó su petición, aunque ningún ente judicial cuestionó que el ministro concediera 32 contratos a Instalaza durante sus tres primeros años al frente de Defensa.
Si la industria militar vendiera peines en lugar de armas, posiblemente todos los calvos del mundo tendrían un buen set de peluquería bajo el brazo. Gracias a su discreto poder de influencia en el ámbito académico, político-militar y económico, los fabricantes de armas siembran inestabilidad y cosechan contratos millonarios. Un caso reciente es el de la venta de armas a Taiwán que Washington aprobó en diciembre. El contrato, valorado en 1.690 millones de dólares, no servirá para mejorar la seguridad de la isla sino para desestabilizar su delicada relación con China. Con el precio del petróleo por los suelos y tras varios años de conflicto, las empresas armamentísticas temen que las ventas militares en Oriente Próximo toquen su techo en los próximos años. Poco a poco Asia se convierte en la carta más preciada de la baraja y las grandes corporaciones de la guerra están ávidas por seguir jugando: el verano pasado Japón suprimió la ley que impide a sus fuerzas armadas tomar parte en conflictos fuera de sus fronteras, mientras que 2016 comenzó con una nueva prueba atómica de Corea del Norte. El país gobernado por Kim Jong-un aseguró haber probado con éxito una bomba de hidrógeno, cuyo potencial devastador supera al de las bombas atómicas lanzadas sobre Hiroshima y Nagasaki en 1945.
Åkerström admite que “armar a un país es la forma perfecta para crear conflictos”, y añade que “los países productores de armamento hablan de crear empleo y apoyar la paz y la seguridad (…), facilitan armas y después, cuando los clientes no van en la dirección marcada, los despachan”. Bajo esta lógica los productores europeos y norteamericanos mantienen sus exportaciones a países como Arabia Saudí o China, que desde 1987 está bajo un embargo europeo que prohíbe el envío de armas, aunque ni España ni sus demás socios lo respetan.
En los últimos años los gobiernos de las grandes potencias occidentales volvieron a poner sus cuerpos diplomáticos al servicio de los contratistas militares para amortiguar la reducción de sus presupuestos de defensa. Un ejemplo del éxito de esta medida es el de los últimos viajes del presidente francés, François Hollande, a Oriente Próximo, que sirvieron para que las exportaciones militares de Francia pasaran de 4.800 millones de euros en 2012 a más de 12.000 millones en 2015. En noviembre, menos de 48 horas después de los atentados yihadistas en París, el Gobierno francés empleó 12 aviones Rafale para bombardear Raqqa, capital del Estado Islámico en Siria, “un gesto que permitió mostrar por primera vez la efectividad letal de los cazas franceses y que aumentará su atractivo de cara a nuevos compradores”, afirma a este medio un analista militar que no quiere dar su nombre.
“La industria pide reiteradamente el apoyo gubernamental para poder vender fuera”, reconoce Eva Cervera, directora de Edefa, el mayor medio hispano especializado en Defensa. Desde que Morenés es ministro, las embajadas y consulados de España han abierto 37 agregadurías militares que impulsan los contratos con la industria de armas española. Cervera cree que un gobierno “progresista” de coalición en España podría empeorar el “ya de por sí lastrado” presupuesto de Defensa y paralizar “ventas a determinados países”.
Doctrina del shock
“Si quieres la guerra, prepárate para la guerra, porque si quieres la paz, te prepararás para la paz”. Jordi Calvo, coautor del Diccionario de la guerra, la paz y el desarme (Icara), utiliza esta frase para explicar que el miedo posterior a un ataque terrorista es el mejor lubricante para justificar la venta de armas y el uso de la violencia. La industria de la guerra es consciente de sus ventajas, y sus inversores también: en la primera jornada bursátil tras los atentados de París del 13 de noviembre, las acciones de la francesa Thales se dispararon un 7,1%. Los títulos de BAE Systems, el mayor grupo armamentístico británico, se revalorizaron más del 12% entre noviembre y el 3 de diciembre, el día en que el primer ministro británico anunció la entrada de Reino Unido en los bombardeos sobre Siria. Casi al mismo tiempo, los imperios armamentísticos introducen en la agenda global la creación de nuevas organizaciones a imagen y semejanza de la OTAN para Asia, África y América Latina.
Pierre Berthelot, experto en seguridad el Instituto de Prospectivas y Seguridad de Europa (IPSE), cree que “con el argumento de parar a Valdimir Putin, los contratistas occidentales vuelven a tener una justificación para vender armas a regímenes autoritarios”.”Si se trata de un régimen amigo, no hay problema; si es un régimen enemigo, aunque sea menos dictatorial, no se le venden armas”, cuenta Berthelot. Un ejemplo reciente es la venta frustrada de dos portahelicópteros franceses Mirage a Rusia que el gobierno de Hollande anuló tras el enfriamiento de las relaciones con el Ejecutivo de Putin. Finalmente los dos buques, valorados en 960 millones de euros, fueron adjudicados al general egipcio Al-Sisi, sobre quien pesa la muerte de más de 3.000 civiles durante el golpe de Estado que le abrió las puertas del gobierno y la represión que lo consolidó en el poder.
“Tras el 11-S, EEUU dobló su presupuesto militar”. Berthelot asegura que el Gobierno estadounidense contribuye a mantener la inseguridad y el conflicto en Oriente Próximo, “para que ni Irán ni Arabia Saudí sean demasiado fuertes y sigan importando armamento”. Este investigador también cree que los gobiernos occidentales serán más moderados en sus futuras ventas de armamento a los Petroestados tras los atentados de París, a pesar de que en diciembre, EEUU aprobó la venta de 13.000 misiles de precisión a Arabia Saudí.
“Antes no había contradicción en que saudíes y cataríes financiaran a los rebeldes sirios, incluso a grupos como Al-Nusra, vinculado a Al-Qaedapero que todavía no ha atentado fuera de la región”. Tras analizar 1.700 casquillos sobre el terreno, la organización Conflict Armament Research desveló que el 20% de las municiones empleadas por los combatientes del Estado Islámico habían sido fabricadas en Estados Unidos. La cadena británica BBC eleva a 2.500 el número de combatientes saudíes en las filas yihadistas y señala que las monarquías del golfo Pérsico, clientes voraces de los contratistas militares occidentales, contribuyeron a la radicalización de los rebeldes sirios a través de su financiación y el envío de armas. “Se aprovechan los grandes arsenales de Libia y ahora de Arabia Saudí para transferir armas a Siria, donde se les pierde la pista”, apunta Jordi Calvo. Al otro lado de la trinchera, las armas de fabricación rusa y china abastecen los arsenales de Bashar al Asad a través de canales de difícil seguimiento, como el que desmanteló el gobierno de Kuwait en diciembre tras interceptar un cargamento de misiles antiaéreos chinos procedentes de Ucrania con destino a Siria. El suceso está plagado de interrogantes sin respuesta, como el hecho de que Turquía, país aliado y miembro de la OTAN, sea la puerta de entrada de la mayor parte de envíos de armas hacia territorio sirio.
Un negocio que mueve el 2,4% del PIB mundial
Eufemismos como “defensa nacional” y “respuesta proporcional” vuelven a estar de moda en la agenda global marcada por las potencias militares para hacer frente a la amenaza yihadista y a quienes huyen de las guerras en Oriente Próximo, Asia y África. “La crisis de refugiados en Europa podría convertirse en una nueva oportunidad para que muchos contratistas presionen a los gobiernos y ofrezcan equipos de vigilancia fronteriza, radares y sensores”, explica desde Washington Carina Solmirano, experta en seguridad internacional en el prestigioso SIPRI.
El principal aliado de los productores de armamento es el secretismo. “Parece que los presupuestos de Defensa están remontando”, admite desde el anonimato una trabajadora de Navantia, el astillero militar español propiedad del Estado que está entre las 100 mayores empresas armamentísticas del mundo. Si este centenar de compañías de armas “ingresa más de 400.000 millones anuales y las exportaciones mundiales no superan los 30.000 millones, es evidente que se nos escapa mucho margen”, advierte Jordi Calvo. La falta de control e información apoyada por el secreto militar da lugar a violaciones flagrantes del derecho nacional y a sucesos tan rocambolescos como el que desveló en enero de este año el diario The Wall Street Journal: un misil Hellfire procedente de Estados Unidos con destino a la base de Rota (Cádiz) acabó en Cuba, con quien Washington no mantiene ningún tipo de cooperación militar.
La legislación en materia de Derechos Humanos está por detrás de los criterios mercantilistas a la hora de decidir qué países pueden adquirir la última tecnología bélica. En 2013 la Unión Europea estableció un embargo sobre la venta de armas a Egipto, pero en marzo de 2015 lo levantó y la administración Obama restableció su programa de asistencia militar, un cheque anual de 1.300 millones canjeable por armas made in USA. Otro país que pronto se beneficiará del levantamiento de sanciones es Irán, que ya ha expresado su intención de invertir sus fondos congelados en el extranjero en tecnología militar rusa.
La nochebuena de 2014 entró en vigor el Tratado sobre el Comercio de Armas (TCA) de Naciones Unidas, que demanda a los Estados firmantes información sobre la compra y venta de armas y prohíbe las exportaciones a países donde se producen crímenes de guerra y de lesa humanidad o casos de genocidio. Un total de 130 países firmaron este acuerdo, aunque hasta la fecha sólo lo han ratificado 64, entre los que no está EEUU, país que abarca un tercio de las exportaciones militares mundiales y que presume de tener 88 armas por cada 100 habitantes.
Al no existir instituciones independientes que controlen el comercio de armas, los gobiernos pueden mantener en secreto lo que quieran, como en España, donde el Ejecutivo autoriza que el 20% de las exportaciones vaya a países en conflicto, entre ellos Israel, Arabia Saudí y Ucrania, destaca Calvo. El juego de la guerra incorpora nuevas reglas, como los estándares de control del TCA, pero ninguna supone una amenaza para quienes nutren los arsenales.
Uno de los nuevos retos que afrontan los legisladores es la irrupción de los aviones no tripulados (drones) sobre el campo de batalla. Desde 2002 Washington utiliza drones para captar información y bombardear zonas de alto riesgo en Afganistán, Iraq, Pakistán, Yemen, Somalia y Libia, mientras que en los últimos años otras potencias han ido desarrollando e incorporando estos aparatos a sus fuerzas armadas. El prometedor mercado de los drones militares, valorado en más de 10.000 millones de dólares anuales y con un millón de aparatos vendidos en 2015, ha evolucionado a toda velocidad gracias a acuerdos con empresas como Microsoft o IBM.
Organizaciones como Amnistía Internacional denuncian año tras año la impunidad con que muchos ejércitos cometen crímenes de guerra mediante el uso de drones no tripulados, así como la ausencia de cifras oficiales más allá de las filtraciones de WikiLeaks y The Intercept. “Lo que nadie sabe es cuántos civiles murieron y cuántos de ellos eran inocentes”, lamenta Letta Tayler de Human Rights Watch. Las palabras de Harold Koh, máximo asesor legal del Departamento de Estado estadounidense hasta 2013, arrojan poca esperanza sobre un futuro marco legal para drones y ciborgs en combate: “Como la tecnología de los drones es altamente precisa, es también más legal y consistente con los derechos humanos que las alternativas”, sentencia.
Misiles con responsabilidad social corporativa
Las contrapartidas indirectastambién son un as en la manga de la autodenominada “industria de la defensa”. La lógica de estos acuerdos es simple: cuando un gobierno compra armas a una empresa extranjera, ésta debe incluir en el paquete una serie de proyectos para fomentar el empleo local y amortiguar las reticencias de quienes desconfían del buen hacer de los empresarios de la guerra. Según The Economist, estos sobornos de guante blanco superaron los 250.000 millones de euros en 2014 y dejaron proyectos tan surrealistas como el de la empresa estadounidense Raytheon y su gigantesca piscifactoría de gambas en Arabia Saudí, inviable en las temperaturas del desierto, o las reparaciones de la piscina municipal de Puerto Elizabeth, (Sudáfrica), por parte de la sueca Saab.
En otras ocasiones los sobornos millonarios se realizan sin decoros, como el que protagonizó la italiana Finmeccanica con altos mandos militares indios para asegurar la compra de 12 helicópteros, o el que puso en evidencia a la alemana Heckler & Koch, que en 2011 vendió 9.472 fusiles G-36 a grupos de narcotraficantes mexicanos a través de los gobernadores de Chiapas, Chihuahua, Guerrero y Jalisco. De momento, el antiguo presidente de Finmeccanica está siendo procesado, mientras que el fabricante alemán tuvo que pagar una multa simbólica de 300 euros por cada fusil incautado.
La industria también saca provecho de los millonarios proyectos de reconstrucción que surgen después de las guerras. Algunas consultoras ya auguran nuevos conflictos relacionados con el cambio climático y la escasez de agua y alimentos, mientras que muchas voces especializadas afirman que en 2016 las ventas militares romperán las previsiones más optimistas. Las consecuencias de este negocio dejarán otras plusmarcas para la posteridad, como sucedió en 2015, año en que el Alto Comisionado de Naciones Unidas para los Refugiados (ACNUR) contabilizó 59,5 millones de desplazados.
Desde el verano pasado Arabia Saudí preside el Consejo de Derechos Humanos de las Naciones Unidas. El embajador saudí Faisal bin Hassan Trad consiguió el puesto gracias al voto secreto de Reino Unido, tal y como muestran las negociaciones filtradas por WikiLeaks. Adivine qué industria se ha embolsado más de 8.000 millones desde 2013 en contratos militares con el reino que ostenta el récord de presos condenados a la horca.
Muitos disseram que era um sonho impossível, mas alguns dos maiores líderes mundiais acabaram de se comprometer na Cúpula do G7 (reunião dos líderes dos 7 países mais industriais/ poderosos)tirar os combustíveis fósseis (petróleo, carvão) da economia global para sempre! (gradualmente...) Até mesmo a imprensa, normalmente incrédula, está divulgando esse acordo extraordinário. É um grande passo para a vitória na cúpula de Paris em dezembro, onde o mundo inteiro pode vir a se unir em torno de uma mesma meta: um mundo sem combustíveis fósseis. Essa é a única maneira de nos salvar da catástrofe causada pelas mudanças climáticas. Nos últimos dois anos, nossa comunidade tem feito mobilizações públicas em todo o mundo com esse objetivo. Algumas de nossas ações:
nós encabeçamos a marcha do clima, que levou 700 mil pessoas às ruas no ano passado – com a marcha, criamos o momento político que precisávamos;
entregamos a dezenas de líderes mundiais nossa petição com 2,7 milhões de assinaturas por energia 100% limpa
organizamos um monte de passeatas, negociações de alto nível, pesquisas de opinião e campanhas publicitárias, todas financiadas por nossa comunidade;
por dois meses, pressionamos a liderança da cúpula do G7, especialmente a chanceler alemã Angela Merkel, para que o tema entrasse na pauta e houvesse acordo com essa meta. Durante quase dois meses, seguimos a anfitriã da Cúpula do G7, Angela Merkel, aonde quer que ela fosse.
Nosso trabalho está longe de ser concluído, mas o momento pede celebração. Clique aqui para ler mais sobre o que fizemos e parabenizar a todos os membros desta comunidade maravilhosa! Há um ano, as mudanças climáticas pareciam um monstro que perseguia a humanidade e aumentava a probabilidade de nossa extinção, resultado de nossa própria estupidez e corrupção.
Mas com esperança e boa estratégia (ou seja, com o efeito Avaaz :)), e graças aos esforços de muitos líderes, como a chanceler alemã Angela Merkel e o Papa Francisco, além de organizações como nossos amigos da 350 e à cobertura do jornal britânico The Guardian sobre o desinvestimento em combustíveis fósseis, assim como as pesquisas incríveis de grupos como o World Resources Institute, a maioria dos especialistas agora acredita que a maré está virando. Estamos ganhando força para obter um acordo global em Paris no final do ano, o que irá colocar o mundo nos trilhos certos a caminho de uma solução. Será uma longa luta. Não podemos nos dar ao luxo de baixar a guarda. Hoje celebramos a vitória em uma batalha! Com gratidão e alegria, Ricken, Alice, Emma, Iain, e toda a equipe da Avaaz.
Na primeira encíclica dedicada à crise ecológica, o líder católico reconhece o consenso científico sobre a responsabilidade humana nas alterações climáticas e pede uma “real conversão ecológica” dos fiéis. - 18 de Junho, 2015
"Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático (efeito de estufa). Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenómeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam”, diz o papa Francisco na encíclica “Laudato Si”, a primeira da sua inteira responsabilidade, aqui citada pela Rádio Renascença.
Na encíclica, o líder católico aponta as consequências da crise climática, como o surgimento de novas guerras pelos recursos naturais. E não se limita a recomendar mudanças no dia a dia de cada pessoa, como reduzir o consumo de plástico, aumentar o uso de transportes públicos ou separar o lixo. Para além do habitual alerta contra o consumismo desenfreado, Francisco incentiva os fiéis a pressionarem o poder político “a desenvolver normativas, procedimentos e controlos mais rigorosos. Se os cidadãos não controlam o poder político – nacional, regional e municipal –, também não é possível combater os danos ambientais”, conclui.
Para o papa Francisco, a crise ecológica "é um apelo a uma profunda conversão interior". Aos cristãos que "com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente", o líder católico diz que lhes falta "uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus".
"A desigualdade não afecta apenas os indivíduos mas países inteiros e obriga a pensar numa ética das relações internacionais. Com efeito, há uma verdadeira 'dívida ecológica', particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efectuado historicamente por alguns países”, prossegue a encíclica papal, apontando também o dedo à “exportação de resíduos sólidos e líquidos tóxicos para os países em vias de desenvolvimento” ou para a “atividade poluente de empresas que fazem nos países menos desenvolvidos aquilo que não podem fazer nos países que lhes dão o capital." (deslocalização predadora dos recursos, do ambiente e dos trabalhadores).
A encíclica agora lançada destaca igualmente a luta pelo direito à água como “um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável”, defende o papa Francisco antes de lançar críticas aos “oásis” dos condomínios fechados nas grandes cidades.
"Nalguns lugares, rurais e urbanos, a privatização dos espaços tornou difícil o acesso dos cidadãos a áreas de especial beleza; noutros, criaram-se áreas residenciais 'ecológicas' postas à disposição só de poucos, procurando-se evitar que outros entrem a perturbar uma tranquilidade artificial. Muitas vezes encontra-se uma cidade bela e cheia de espaços verdes e bem cuidados nalgumas áreas 'seguras', mas não em áreas menos visíveis, onde vivem os descartados da sociedade”, assinala o líder católico.
A hipocrisia ocidental (OJumento, 19/11/2015) Os serviços de segurança dos EUAconseguem escutar a senhora Merkel, os satélites americanos conseguem saber a marca do relógio de Putin, mas não conseguem saber que países fornecem os carros às centenas, os países que compram o petróleo ao ISIS ou os países irmãos do ISIS que lhes dão os recursos financeiros para contratar dezenas de milhares de mercenários? O terrorismo tem um ódio de morte a Israel mas ninguém consegue ouvir do ISIS a mais pequena referência àquele país, os terroristas não atacam nos Montes Golan, território sírio ocupado por Israel, e apesar de estarem em força na península do Sinai não há qualquer registo de incidentes entre terroristas e israelitas nas fronteiras com Israel? Os terroristas usaram livremente o território da Turquia para entrarem e saírem às dezenas de milhar, atravessando um Estado policial e fortemente militarizado e o governo turco nada tem que ver com o assunto? Durante anos a Turquia não deixou os sírios fugir para o seu território, nem mesmo quando estavam a ser chacinados pelo ISIS e em poucos meses de 2015 centenas de milhares de refugiados atravessa tranquilamente a Turquia para se dirigirem para a costa próxima das ilhas turcas e gregas? E logo de seguida a senhora Merkel vai à Turquia prometer o ingresso deste aliado duvidoso na UE? Será boa ideia bombardear a Síria, (ou) a melhor forma de atingir o ISIS não seria bombardear a Mossad, Riade ou Ancara ?
--... No princípio a diplomacia ocidental tentou fazer passar a ideia de que a Rússia não estaria a atacar o ISIS. ...
--... Como agora se começa a perceber, a principal força que combate o EI / ISIS / Daesh no terreno é a Rússia, com a ajuda do Irão. Todos os outros ou arrastam os pés, ou dizem que atacam o terrorismo e aproveitam para matar uns curdos, outros apoiam os dois lados e dão apoio moral á França e dinheiro aos terroristas. Não admira que há uma semana todos condenassem a Rússia e agora a França já trata a mesma Rússia como um aliado no terreno. A Europa começa a perceber que o futuro não está em apoiar todos os que ataquem a Rússia e os seus aliados, sem querer saber se são terroristas, fascistas ou as duas coisas. ...
----- Missionária, denuncia os autores da guerra da Síria (via RPNarciso, puxapalavra, 25/11/2016)
A RTP transmitiu no telejornal de 2016-11-24 uma entrevista* dada por uma missionária católica argentina - a irmã Maria Guadalupe - a viver em Aleppo, aos seus correpondentes na Síria.
Maria Guadalupe - A Síria era um país muito tranquilo, muito calmo. Precisava de descansar e pedi aos meus superiores que me enviassem para a Síria para Aleppo. Cheguei lá em Janeiro de 2011 e em Março eclode a guerra.
Comentário da Jornalista - Ao longo de quase quatro anos assistiu a todos os horrores inerentes à guerra numa cidade onde a guerra espreita a cada esquina.
MG - Nas ruas, a todo o momento, caíam projécteis, mísseis, havia tiros, obuses… Tantos feridos, tantos mortos... E é algo quotidiano. Urge pensar que quando há um atentado na Europa, um só, fala-se disso toda a semana.
Comentário da Jornalista- Podia ter deixado Aleppo mas preferiu ficar. Foram anos de dor que lhe deram outra perspectiva da guerra.
MG - O que acontece na Síria não é uma guerra civil, não é o povo que se levantou contra o governo; isso é uma mentira daquelas que promovem esta guerra e utilizam e manipulam os mediae a informação para que no ocidente as pessoas acreditem que isto é o povo sírio a combater nas ruas, não…
Jornalista - Quem é ?
MG- São grupos armados do exterior da Síria, grupos terroristas, são grupos mercenários, grupos pagos. Ou seja os que estão a financiar esta guerra, países do Médio Oriente como a Arábia Saudita, e os países do ocidente que apoiam os rebeldes. Estão decididamente a apoiar o terrorismo. Por isso, precisamente, basta de vender armas, basta de vender armas à oposição moderada pois esta não existe e nunca existiu.
A única defesa do povo sírio nestes cinco anos, a única defesa foi o seu próprio exército nacional. E agora ultimamente a Rússia.
Jornalista - Seja como for, matam civis… Ou não?
MG - O que acontece aqui é que só se divulgam os erros de uma parte, e não os da outra. Eu falo do que vivi, do que vi com estes meus olhos…
-- * - vídeo em http://www.rtp.pt/noticias/mundo/missionaria-argentina-em-alepo-desde-2011_v964505.
---------------------------------------- ['postado' originalmente em 8/9/2015] :
Ir à origem do 'problema refugiados' (-V.Moreira, 3/9/2015, CausaNossa)
A declaração desta criança síria diz tudo: a origem da vaga de refugiados que se dirigem à Europa está principalmente na guerra na Síria, que começou por deslocar milhões de pessoas dentro do País e para os países vizinhos (Líbano e Jordânia). A Europa (UK, Alem.,Fra, ...) e os Estados Unidos (e a NATO, Turquia, Arábia, ...) têm grossas culpas no cartório na onda de refugiados que arriscam a vida (e tantas vezes a perdem) no Mediterrâneo, ao terem contribuído para a destruição do Estado e para a instalação da violência, da guerra civil e do caos no Iraque, na Líbia, na Síria (para não falar na criação do "Estado Islâmico"). A reposição da autoridade do Estado e da paz civil nesses países é a primeira condição para resolver o problema do refugiados que ameaça submergir a Europa. Entretanto, até pela sua responsabilidade na situação, a Europa tem a obrigação de cuidar dos desesperados que chegam, com humanidade e meios adequados.
----- A história do 'Estado Islâmico'(by Walead Farwana, 24/8/2014, texto anexo em inglês, http://original.antiwar.com/walead_farwana/2014/08/23/the-history-of-the-islamic-state/ )... Islamic State, ISIS, DAESH, Terrorists, Jihad, ... AlQaeda, ... índice:
-- Jama’at al Tawhid w’al Jihad -- Iraqi Tribal System -- Sectarian violence in Iraq during the US occupation -- Islam and tribalism -- JTJ metamorphoses into Al Qaeda in Iraq -- Sahwa Militias and the disintegration of the Iraqi state -- Describing Jihadi Organizations -- 2011 -- US destabilization of Syria -- Jabhat al Nusra and ISIS -- ISIS -- The Islamic State and Kurdistan -- Notes on the Kurds -- Notes on US involvement . . . ... ISIS has gone through several transformations. I will detail each stage, as well as the US’s role within each of them. They are as follows: 1. Jama’at al Tawhid w’al Jihad (JTJ) 2. Al Qaeda in Iraq (AQI) 3. The Islamic State in Iraq (ISI) 4. The Islamic State in Iraq and Sham (ISIS) 5. The Islamic State (IS).
. ... Notes on US involvementI think it is necessary to recap how the US helped precipitate this crisis:
They invaded Iraq, thus upsetting the balance of power there and leaving a vacuum to be filled by Zarqawi and JTJ
They pursued a policy of sectarian divide-and-conquer, thus effectively setting up sectarian military boundaries in Iraq when they simultaneously armed Sunni tribes alongside the Shiite-dominated central government
The attack on Libya that toppled Gaddafi created the rise of jihadists there and a subsequent flood of weapons into Syria that bolstered ISIS
US support for rebel groups in Syria undermined Assad who was a bulwark against Jihadism in the region, again bolstering ISIS. ..----... Síria: perceber a realidade(18/11/2015, Entre as brumas...)
No esteio das edições de anos anteriores, a Associação Fórum Manifesto promove mais uma Universidade de Verão, que se realizará na Pousada da Juventude de Almada nos próximos dias 29 e 30 de Maio. Este ano, o evento é dedicado a um conjunto de debates que se perspectivam como fundamentais no ciclo de governação que se avizinha, mantendo-se os traços de abertura, encontro e pluralismo que marcam, desde o seu início, as universidades de Verão da Manifesto. A entrada é livre e as inscrições podem ser feitas aqui. Apareçam e divulguem. São todos muito bem-vindos. Reduzir a TSU dos trabalhadores: o início de uma reforma subversiva(-J.Bateira)
Nos anos '50, a Universidade de Chicago ('escola' neoLiberal) participou num programa de ajuda do governo dos EUA visando formar um grupo de economistas de alto nível para ensinarem na Universidade Católica de Santiago (do Chile) e enfrentarem a teoria económica de esquerda, preponderante na América Latina daquele tempo. (...) Começaram a defender publicamente o monetarismo e, anos mais tarde, no regime ditatorial de Pinochet, com a ajuda de colegas dos departamentos de economia de grandes universidades americanas, foram elaborando propostas para uma viragem radical na política económica do Chile [incluindo uma reforma das pensões]. (...) O novo sistema eliminou a velha segurança social substituindo-a por contas privadas individuais [descontos para si mesmo]. Quem tinha contribuído para o sistema anterior recebeu ‘títulos de dívida’ do Estado que foram depositados nas contas e rendiam quatro por cento. As receitas do novo sistema foram geridas por fundos de pensões privados. A taxa do desconto para a pensão foi fixada em 10% do salário, adicionada de 3% para um seguro de vida e invalidez. Isto reduziu substancialmente os descontos e aumentou o montante do salário líquido, o que tornou o novo sistema muito popular entre as classes trabalhadoras. ... -(Mitchell Orenstein, 2005) Um outro importante revés na campanha de privatização das pensões veio do Chile, aquele muitíssimo simbólico lugar, onde um governo de centro-esquerda da Presidente Michelle Bachelet iniciou em 2006 uma grande reforma do pioneiro sistema privado de pensões. Na introdução ao Relatório da Comissão de Reforma das Pensões, Bachelet anunciou que o sistema privatizado tinha “baixa cobertura ... pouca concorrência e grandes encargos em comissões ... e discriminava as mulheres”, uma incrível confissão para um país cujo sistema de pensões se tinha tornado um modelo internacional. -(Mitchell Orenstein, 2011)
"Syriza tem que fracassar, senão, como os governos dos outros países da União Europeia continuarão dizendo a seus povos que não há alternativa?" Vale a pena seguir o Blog do Emir, ... sobre o que se passa do lado de lá e do lado de cá. ... ao contrário de cá, lá as forças progressistas tiveram, apesar de todas as dificuldades, vitórias significativas desde a viragem do milénio. Cá, as derrotas têm-se sucedido. Uma das razões é indirectamente apontada por Sader: “Uma certa esquerda europeia tem dificuldade de compreender o caráter nacionalista, antimperialista, popular, dos governos pós-neoliberais.” Uma certa esquerda europeia ainda dominante não acerta na chave ganhadora da política nas semiperiferias e nas periferias do sistema mundial. Entretanto, o Syriza, claro, não tem de fracassar: basta só levar o seu carácter objectivamente nacionalista, antimperialista e popular até às suas consequências maisóbvias. Precisamos mesmo no lado de cá de governos pós-neoliberais, ou seja, de governos que reconquistem a margem de manobra que só a reconquista de instrumentos de política (monetária, financeira e económica) pode conceder.
---- Noruegueses, esses comunas (J.Mendes, 25/5/2015, Aventar)
Vivemos em contacto com a natureza e beneficiamos da força do trabalho de homens e mulheres. Tomamos decisões políticas para dividir a riqueza gerada por toda a população. Assim, temos muito poucos ricos e muito poucos pobres, todos estão no meio.(uma enorme classe média.) Penso também que encontrámos um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Quando tudo isto se soma explicam-se os nossos resultados elevados nos índices. (de desenvolvimento, de qualidade de vida). --Ove Thorsheim, embaixador da Noruega em Lisboa.
(O petróleo claro que ajuda, mas a cuidadosa gestão dos seus recursos, do seu Fundo soberano e os princípios humanistas, ambientalistas e social-democratas ... separam muitíssimo a Noruega dos outros países também produtores de petróleo/ riquezas naturais mas que têm aberrantes desigualdades económicas, políticas e sociais.)
Noruega. Os segredos da melhor sociedade do mundo. ... É o melhor país para se ser mãe, ideal tanto para os homens como para as mulheres ambicionarem carreiras de topo ou tranquilo para trabalhar só as horas necessárias, chegar a casa antes das 17h e dar atenção à família. ... forma como se educam as crianças: “Lá elas têm muito mais poder e liberdade. Não há testes ou notas nas escolas até terem 13 anos e são estimuladas a ter as suas próprias opiniões e tomar parte das decisões familiares.” ... é mais difícil viver em Lisboa porque se “trabalha mais horas por dia e se chega a casa muito mais tarde”.
(uma breve anotação # por Raimundo P. Narciso, PuxaPalavra)
. A RENDIÇÃO DA ALEMANHA NAZI
No dia 8 de Maio de 1945, faz agora 70 anos, chegaram à antiga Escola de Engenharia Militar alemã, em Karlshorst, nos subúrbios de Berlim, os representantes das forças armadas aliados e das forças armadas alemãs para estas assinarem perante aquelas a capitulação da Alemanha na guerra mais monstruosa que a humanidade conhecera, a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). (A Itália já se tinha rendido e a guerra com o Japão ainda duraria).
O marechal Zhukov representou o comando suprema soviético, o marechal da força aérea Tedder o da Inglaterra, o general Carl Spaatz, o dos Estados Unidos e Lattre de Tassygni o de França. Em representação das forças armadas da Alemanha entrou na sala depois de aberta a sessão por Zhukov, o marechal de campo Keitel, o almirante Friedeburg e o coronel general da Força Aérea Stumpf que vieram assinar a rendição completa e sem condições da Alemanha em representação de Doenitz que assumira as funções de chefe de Estado após o suicídio de Hitler, no dia 2 de Maio. Dia em que também se suicidaram Goebbels e a sua mulher depois de matarem os seus seis filhos, crianças entre os 4 e os 13 anos.
Parece ter ficado combinado fazer o anúncio do fim da Guerra a 9 mas a notícia foi posta a correr em 8 e os aliados ocidentais festejam a 8 de Maio e os Soviéticos e agora os russos a 9.
O certo é que, ao contrário das forças nazis que restavam em ordem de combate se foram rendendo nos dias seguintes, o mesmo não aconteceu com uma importante concentração de forças alemãs, na Checoslováquia que não se quis render e teve de ser vencida pelo Exército Vermelho, a 9, para a libertação de Praga. Também há quem radique neste facto a razão de 9 em vez de 8, como dia dos festejos em Moscovo.
Os nazis pretendiam render-se apenas aos Aliados ocidentais (EUA, Inglaterra e França) e não à URSS e por isso o coronel-general Jodl, um dos mais próximos colaboradores de Hitler, em representação pessoal de Doenitz foi ao quartel-general de Reims, em França, entabular negociações e fazer a rendição a Eisenhower o que não foi aceite.
. O CONTEXTO DO INICÍO DA GUERRA
Em meados dos anos 30 do século XX a Alemanha suplantou no plano económico a França e a Inglaterra mercê da grande ajuda financeira prestada pela França, a Inglaterra e especialmente os EUA na sequência da derrota da Alemanha na Grande Guerra de 1914-18.
No plano mundial o maior confronto político e ideológico era entre a União Soviética comunista e o mundo capitalista na sequência da tentativa falhada da invasão da Rússia após 1918, por exércitos de 14 países para derrotar os comunistas que avançavam na bolchevização do país com a coletivização da agricultura e a nacionalização da economia.
Com Hitler e a militarização acelerada do país a URSS esperava que mais tarde ou mais cedo a Alemanha a atacaria. Perante as conquistas alemãs da Áustria e da Checoslováquia a França, a Grã-Bretanha e os EUA começavam a temer o poderio germânico mas a posição estratégica prevalecente era a de se manterem neutrais militarmente ainda que contra o expansionismo hitleriano no plano político para ver se Hitler se contentava por aí. Entretanto recusavam propostas de Moscovo de aliança contra os nazis antes que fosse tarde demais. Mas a Ocidente por um lado até agradeciam que Hitler invadisse a URSS e acabasse com o comunismo de Moscovo que eles não conseguiram em tempos liquidar mas por outro lado temiam o poder crescente da Alemanha.
Em Outubro de 1936 Hitler (chefe do governo nazi alemão) firmou com Mussolini (chefe do governo fascista italiano) o Eixo Berlim-Roma e em Novembro estabeleceu com o imperial Japão, que se tornara uma grande potência militarista, o pacto anti-comintern (movimento comunista internacional). Em 1937 a Itália aderiu a este pacto que tinha uma cláusula secreta contra a União Soviética.
Em 1935 a Itália conquista a Etiópia e em 1936, com a Alemanha, intervê em Espanha ajudando Franco (fascista/franquista) a derrotar a República Espanhola (Guernica).
O Japão pelo seu lado ampliava a invasão da China para a sua conquista.
Em Março de 1938 Hitler invadiu a Áustria e incorporou-a na Alemanha e no fim desse ano a França e Inglaterra/UK, com a aquiescêncianorte-americana, firmam com Hitler o célebre acordo de Munique (a “capitulação” de Munique) aceitando que a Alemanha anexe parte da Checoslováquia, os Sudetas. Mas em 15 de Março de 1939 o exército alemão ataca Praga e submete todo o país.
O Eixo Berlim-Roma prosseguiu a sua ofensiva. A Alemanha nos países Bálticos, a Itália invade a Albânia (Abril de 1939).
. O INICIO DA GUERRA - FRENTE LESTE
Em 1 de Setembro de 1939 a Alemanha invade a Polónia e esta é a data do início da 2ª GM.
Para a conquista da Áustria os nazis montaram uma farsa. Um grupo fascista, articulado com a Alemanha tenta um golpe em Viena. Em Berlim é anunciada uma insurreição comunista e para salvar a Áustria do comunismo Hitler anexou o país. Sentindo necessidade de uma boa desculpa para a invasão da Polónia os nazis enviaram para o outro lada da fronteira uns alemães com fardas do exército polaco que dispararam uns tiros para o lado da Alemanha de modo que a invasão da Polónia por Hitler foi uma “legítima resposta defensiva”.
Aos tiros de umas espingardas “polacas” que não atingiram ninguém seguiu-se uma resposta “equilibrada”: 5 exércitos compostos por 65 divisões e brigadas, 2000 aviões, 2.800 tanques, 100 navios de guerra invadiram a Polónia.
Em 3 de Setembro de 1939 a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanhamas só uns anos depois a declaração platónica se traduziu em combates militares.
A chamada guerra relâmpago nazi ("blitzkrieg") que se fazia agora à velocidade dos milhares de carros de combate em vez das penosas marchas a pé da infantaria da Grande Guerra (1914-18) desenvolveu-se em três eixos, Norte, Centro e Sul e chegou às portas de Moscovo em Setembro/Outubro de 1941, às cercanias de Leninegrado (actual S. Petersburgo) no início de Setembro de 1941 e entrou em Estalinegrado, hoje Volgogrado, um ano depois, em Setembro de 1942, na rota do petróleo do sul soviético, no Azerbaijão, no Cáucaso.
. A BATALHA DE MOSCOVO
Para o assalto, sem sucesso, a Moscovo, de 30 de Setembro a 3 de Dezembro de 1941, as forças alemãs reuniram mais de um milhão de combatentes em 3 agrupamentos de exércitos, cerca de 14.000 canhões, 1700 carros de combate e 950 aviões. A contra-ofensiva do Exército Vermelho dá-se a partir de 5 de Dezembro de 1941.
. CERCO DE LENINEGRADO
A tentativa de assalto dos exércitos nazis a Leninegrado fracassou mas a segunda ou primeira mais importante cidade da Rússia ficou bloqueada pelas forças alemãs a partir de 9 de Setembro de 1941 até Janeiro de 1943, quando começou, aqui, a ofensiva soviética.
A 2ª GM foi palco dos maiores combates jamais vistos e de massacres de muitos milhões de soldados e especialmente de civis. Depois do assassinato metódico, a frio de crianças e bébés, homens e mulheres dos campos de concentração. Depois do holocausto, de judeus comunistas, ciganos, homossexuais ou quem quer que fosse que apodassem de inimigo.
Babi Yarna Ucrânia representa o assassinato, em 29 e 30 de Setembro de 1941, da população judia. Foram mortos em dois dias 33.800 judeus, de Kiev. Quase só mulheres, crianças e velhos que os homens tinham fugido para as florestas para resistirem. Nesta ravina dos arredores de Kiev foram abatidos a tiro durante o período de domínio alemão da Ucrânia, cerca de 100 mil civis inocentes.
Nem só os nazis cometeram crimes de guerra. Do lado soviético há a chacina na floresta Katyn de oficiais , polícias e civis polacos, pela polícia secreta de Béria, sob a acusação de espionagem e subversão. Ou do lado dos aliados ocidentais o injustificado bombardeamento, em 13 e 15 de Fevereiro de 1945, da bela cidade de Dresden, a “Florença do Elba”, sem qualquer valor estratégico, por 1300 bombardeiros ingleses e norte-americanos com bombas incendiárias. Uma chacina de dezenas de milhar de civis.
. A BATALHA DE ESTALINEGRADO
De Julho a Novembro de 1942, 125 dias, durou a ofensiva dos exércitos nazis contra Estalinegrado. Foi a batalha mais feroz da guerra com combates rua a rua, casa a casa, andar a andar, nas ruas da cidade. A partir de Novembro inicia-se a contraofensiva do Exército Vermelho. Segundo cálculos dos soviéticos terão morrido ou ficado feridos, nesta batalha, 700 mil militares alemães.
O Exército do carismático general alemão Von Paulos foi cercado pelas tropas soviéticas em Estalinegrado. Não se rendeu. Só depois de 48 dias de cerco e duras batalhas, em 31 de Janeiro de 1943 o general se entregou. Foram enterrados os cadáveres de 147 mil militares alemães e feitos prisioneiros 91 mil, dos quais 2500 oficiais e 24 generais.
Em Novembro de 1942 as forças militares no território da URSS equilibravam-se. Os alemães e seus aliados, italiano, romenos e outros, tinham em campanha na URSS cerca de 6 milhões 270 mil militares contra 6 milhões 124 mil militares soviéticos. No entanto no verão de 1943 as forças alemãs e dos seus aliados na frente alemã-soviética era de 5 milhões e 325 mil homens contra 6 milhões e 442 mil do lado soviético.
. KURSK
Em Abril de 1943, depois da derrota de Estalinegrado as forças Alemanha em retirada para Ocidente tentaram com um grande reagrupamento de forças parar a retirada e desencadear uma nova ofensiva na Rússia que se veio a concretizar com a operação “Cidadela”, a batalha de Kursk. Foi a maior batalha de tanques da história. Reuniram no lado alemão, 900 mil combatentes, 10 mil canhões e morteiros, 2700 tanques, e mais de 2000 aviões. O Exército Vermelho mobilizou para a batalha 1.337.000 homens, 19,300 canhões e morteiro, 3.300 tanques e 2.650 aviões. A batalha durou 50 dias, de 5 de Julho e terminou a 23 de Agosto de 1943. Do lado do exército vermelho que dispunha então já de um bem montado sistema de informações e sabiam com bastante antecedência da data aproximada do ataque e das suas principais direcções adoptaram a táctica de aceitar a ofensiva alemã, tentar o desgaste das suas forças e passar depois à ofensiva com forças frescas.
Esta batalha marca o fim da ofensiva alemã, marca o início da sua derrota e a retirada até Berlim.
. O "DIA D", O DESEMBARQUE DA NORMANDIA (seguirá dentro de momentos ...)
----M: Mas uma entrevista de T.Sousa no ‘Público’ de 30/5/2016 a Ignacio Garcia Bercero, negociador-chefe da C.E. para o TTIP, parece que vamos passar a viver, após a assinatura desse Acordo, que Obama veio apressar recentemente, no melhor dos mundos. ...
----AM: Outra coisa não seria de esperar de um negociador-chefe, certo? Bercera MENTE com quantos dentes tem na boca. Logo a primeira resposta contém duas mentiras evidentes: os documentos publicados pela Greenpeace vieram SIM confirmar todos os receios que NÃO foram dados a conhecer pela UE, por isso é que foram “leakados”. E o princípio da precaução, de que Bercera diz não abdicar, não aparece uma única vez nos documentos publicados. É preciso um descaramento abismal para mentir desta maneira, passando tudo o que este homem diz ao domínio da pura manipulação. Apoiado visivelmente pela sra. jornalista.