Segunda-feira, 18.01.16
Presidenciais e «Voto Contra» (via J.Lopes, 2/1/2016, Entre as brumas...)

Certa esquerda (muita) inventou agora um nome diferente para
o «Voto Útil»: chama-lhe
«Voto Contra». E parece feliz por ter descoberto algo que
não existe e por não querer votar no/a candidato/a com que mais se identifica.
Dou um exemplo para que fique mais claro: nas redes sociais, encontra-se um batalhão de gente de esquerda, que gostaria de votar Marisa Matias ou Edgar Silva e que diz que votará Sampaio da Nóvoa «contra» Marcelo Rebelo de Sousa. É não perceber nada do que é a matemática de uma primeira volta de eleições presidenciais e a diferença da realidade numa eventual segunda. *****
Junto um texto publicado por Miguel Cardina, hoje, no Facebook:
«Os debates sobre as presidenciais, agora iniciados, mostraram-nos a persistência de um fenómeno político nestas eleições: o populismo. Ele revela-se de múltiplas maneiras: na tónica indistinta na corrupção (Paulo Morais), na reivindicação da capacidade de interpretar diretamente o “sentir do povo” (Tino de Rans), na meritocracia como hipótese de organização social, tendo como paradigma o paleio do empreendedorismo, feito de start-ups bem-sucedidas e frases supostamente inspiradoras (Jorge Sequeira), nos apelos à “independência” como virtude (de Marcelo a Sampaio da Nóvoa).
Importa perceber que o populismo não é (apenas) um recurso demagógico. O facto de ele ser mobilizável – ao ponto de organizar o discurso, implícito ou explícito, dos candidatos – resulta da sua capacidade de atração. Hoje, o populismo é sexy. Ou seja, é sexy falar genericamente da “classe política” como coisa à parte, é sexy pegar no conceito de “corrupção” e tomá-lo como uma espécie de pecado primevo, é sexy entender os partidos como sendo todos iguais e acusá-los de constituírem uma corporação de interesses.
O certo é que o populismo tem sido, também, politicamente ineficaz. É verdade que José Manuel Coelho teve quase 5% nas últimas presidenciais e Marinho Pinto surpreendeu nas europeias. Mas mesmo este último - talvez a versão mais promissora do populismo luso - acabou por se afundar eleitoralmente nas últimas legislativas. Para além da inexistência de um líder carismático (que surge sempre, havendo as circunstâncias), em Portugal a “hipótese populista” tem falhado porque não tem conseguido afirmar dois aspectos essenciais: por um lado, não conseguiu criar espaços alternativos à intermediação política (parlamento, partidos, sindicatos), que pudessem ser receptáculo e amplificação do seu discurso; em segundo lugar - sobretudo pela importante presença social das esquerdas, mas também pela inexistência dos tais espaços políticos que o conformem – o populismo, nas suas diferentes emanações, tem sido incapaz de articular um discurso moral sobre a crise que seja externo, e até antagónico, a um discurso político sobre a crise.
E a verdade é que - mesmo sem grande sucesso eleitoral e sem grande capacidade de construir lastro político – o populismo tem alimentado candidaturas. Porquê? Porque é o discurso que conjuga, como nenhum outro, denúncia e despolitização. É o discurso confortável que permite criar um “exterior” da política, que seria o lugar habitado pela autenticidade e pela defesa do bem comum, e o “interior” da política, habitado por uma classe indistinta de oportunistas mancomunados. Tornar a política mais politizada é um caminho, não só para conter o populismo, mas também para dar consistência às formas de denúncia às desigualdades e às injustiças.»
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Portugal tem um sistema político "semi-presidencialista"/ parlamentar (poderes e competências do PR versus poderes e competências do Governo e da AR)
."Causas presidenciais" (-por Vital Moreira, 2016/01/07, Económico e CausaNossa):
O presidente da República (Portuguesa, PR) não governa nem determina as políticas governativas, que são coutada constitucional dos governos (o poder executivo, apoiado por uma maioria parlamentar).
1. Em 1987, os deputados da “Intervenção Democrática” (eleitos nas listas do PCP) propunham rever a Constituição no sentido de fazer cessar o mandato do governo em funções a cada eleição do Presidente da República, salvo se mantida a sua nomeação pelo presidente recém-eleito.
Com essa alteração, os governos passariam a ficar dependentes das eleições presidenciais (e não apenas das eleições parlamentares), que passavam a ter impacto direto na subsistência governativa.
Tratava-se de uma proposta manifestamente oportunista, pois estava-se na era governativa cavaquista e o Presidente da República era Mário Soares. A proposta não vingou, obviamente.
Mas foi a primeira e a única vez que se tentou reverter a “despresidencialização” do sistema de governo operada pela decisiva revisão constitucional de 1982, pela qual os governos deixaram de ser politicamente responsáveis perante o Presidente da República, perdendo este o poder os demitir discricionariamente.
É certo que o Presidente mantém o poder de dissolução parlamentar (da AR, Assembleia da República), o que implica a cessação do governo em funções.
Mas, para além dos períodos de “defeso” quanto ao uso desse poder (nos seis meses seguintes a cada eleição parlamentar e nos seis meses finais dos mandatos presidenciais), não está em causa um poder arbitrário, pois tem de ser justificado, nem o Presidente pode arriscar um “tiro pela culatra” se as novas eleições parlamentares reconduzirem a maioria preexistente.
2. Apesar da irrelevância das eleições presidenciais para o sistema de governo e para a condução das políticas públicas – que cabem exclusivamente aos governos -, a verdade é que a cada eleição presidencial continua a apresentação de listas de opções e de propostas políticas substantivas pelos diversos candidatos.
-? Faz sentido a apresentação de tais propostas ? Faz pouco, se algum.
- Primeiro, é evidente que elas vão muito para além do mandato constitucional do Presidente da República, que é o de velar pelo regular funcionamento das instituições no quadro constitucional, fazendo valer nomeadamente a separação de poderes entre o Parlamento e o Governo e os direitos da oposição.
- Em segundo lugar, o Presidente da República não tem nenhum meio de executar as políticas públicas que propõe.
O presidente da República não governa nem determina as políticas governativas, que são coutada constitucional dos governos.
O próprio poder de veto legislativo, além de ser um poder puramente negativo, é em geral superável pela maioria governamental no Parlamento.
É certo que o Presidente da República não está inibido de expressar opiniões políticas, incluindo sobre políticas públicas, nem está impedido de aconselhar o primeiro-ministro quanto à condução governamental (especialmente quanto à política de defesa e à política externa).
Por isso, pode ter alguma utilidade que os candidatos exprimam previamente a sua pauta de valores e preferências políticas. Mas seria errado atribuir valor decisivo a esse fator na escolha presidencial.
É pelo uso que se comprometem fazer dos seus poderes constitucionais (poder de veto legislativo, poder de dissolução parlamentar, etc.)
e pelas suas características pessoais (passado/ experiência política, moderação, imparcialidade, estabilidade) que se devem julgar (escolher/votar) os candidatos presidenciais.
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Político, legal, injusto, imoral, ... (-por Xa2, 22/1/2016)(Resposta a: «Quando a Constituição Portuguesa é imoral...» 'post a propósito das chamadas subvenções dos políticos portugueses e dos direitos adquiridos' ...)
Não, Não é a Constituição da R.P. que é imoral e/ou culpada.
- Há alguns diplomas legais (e acórdãos/ interpretações da Constituição, e normas administrativas) que poderão ser considerados 'imorais', injustos, ... com falhas.
- Há alguns (muitos?) "políticos" (mas todos os cidadãos devem assumir-se como Políticos) que poderão ter comportamentos/ actos 'imorais', injustos, anticonstitucionais e até ilegais (estes, se os autores forem 'apanhados', se existirem provas e se ... dão direito a Pena, Multa e/ou Cadeia).
- Há muitos cidadãos que não exercem plenamente a sua cidadania (por impossibilidade física-falta de saúde, por iliteracia, por alienação consciente ou inconsciente, por 'burrice-estupidez', por corrupção, ... por interesse indigno e/ou má formação)
e, por isso,
Não votam, Não se informam, Não participam em acções de cidadania nem de partidos ou movimentos políticos, Não se candidatam, Não se aliam/coligam por causas comuns, Não falam/ denunciam injustiças ou comportamentos errados ou maldosos, ...
isto é,
esses cidadãos (ou quase todos nós pelo menos algumas vezes na vida), com essas Falhas de Cidadania, Falhas de Políticos (por direito adquirido/ conquistado com sacrifício de muitos), é que são/ somos Responsáveis, pelo que temos ou não temos, pelo que "os políticos" fazem ou não fazem (e como fazem ou deixam fazer...), pelas Injustiças, pela Imoralidade, ...
Portanto:
Não é a Constituição ou a República, não são "Eles" (os outros, os 'políticos'), somos "Nós", somos NÓS (portugueses 'aptos' e maiores de 18 anos) que somos os CULPADOS.
Nota: - Quanto às críticas ou desencantos da 'política'/ governação deste território e sociedade, Estado, União Europeia, Mundo, ... quanto às críticas sobre as desigualdades de acesso, à corrupção, à injustiça e indignidades ... compartilho e espero que (nós e os vindouros) façamos melhor pelo Bem comum, pela Terra e pela Humanidade.
MARCADORES: abstenção,
candidatos,
cidadania,
competências,
constituição,
democracia,
eleições,
governação e democracia,
governo,
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poderes e governação,
política,
políticos,
populismo,
portugal,
presidenciais,
república,
sistema político,
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voto útil
Segunda-feira, 24.11.14
(por João Mendes, 12/11/2014, Aventar)
Apesar de aproximadamente 99% da população mundial não ter condições para contratar um profissional do lobby*, existe sempre aquele 1% (muito ricos) disposto a financiar um Miguel Relvas pelos mais variados motivos. Quer sacar fundos europeus para seu benefício? Crie uma ONG de fachada e contrate um “abridor” de portas num dos partidos do arco do poder/ centrão (o modelo Passos Coelho já provou ser altamente eficiente). Quer controlar um país no quintal do seu arqui-inimigo? Contrate um Poroshenko, encomende um vídeo emotivo com uma menina bonita e a extrema-direita fará o resto. O dono do quintal zangou-se e a coisa evoluiu para sanções que prejudicaram a sua empresa? Contrate dois senadores norte-americanos na reserva e eles resolvem por si em Washington. Dirige um regime autoritário oficial com inclinação para o anti-semitismo? Não há problema: contrate você também um antigo senador norte-americano para que ele defenda os seus direitos junto do centro do império. Ele era activista anti-anti-semita e o seu novo emprego poderá causar constrangimentos? Também não há problema. (Almost ) No one cares !
Bem vindo ao admirável mundo do lobby. Seja corrupto, prejudique milhões, contribua para a morte de outros tantos ou simplesmente ajude a destruir a sua economia. É fácil e ainda se habilita a chegar a primeiro-ministro ou presidente da república.
--------- *- o que é fazer 'lóbi'/ lobby (lobbying, lobbyist) ? (o termo vem do inglês: local de recepção, antecâmara, corredor ou sala de um palácio ... onde se conversa e se conciliam/acordam posições antes de se chegar ao local oficial de decisão).
A actividade de 'lobby' vai desde o tentar chamar de atenção para uma determinada situação, o tentar convencer/ influenciar e/ou "pressionar" até ao obrigar uma pessoa decisora ou representante de uma autoridade pública para que a sua decisão favoreça (ou não penalize) uma pessoa, negócio ou actividade, seja de empresa própria ou de quem lhe encomendou/contratou o serviço de lobbying - é a ponta do 'iceberg' que procura controlar o poder.
O 'lobby' pode ser actividade legal (USA,...) ou ilegal (Portugal, U.E.,...), feita por uma pessoa (seja técnico ou ex-político com bons contactos e/ou 'prestígio'), por uma empresa (especializada ou mista de consultoria jurídica, fiscal, financeira, política, técnica, ... e de comunicação social) ou até por uma ONG/ associação (com ou "sem fins lucrativos", defensora dos interesses dos seus associados/ membros ou de um determinado sector).
O 'lobby', em regra, é feito de forma pouco transparente, disfarçada de encontros informais, conferências, artigos de opinião/propaganda, notícias/'spin', comentários nas TVs (e jornais, net), pareceres, inquéritos ou estudos ('universitários', 'científicos' ou 'técnicos', geralmente enviesados/ deturpados/ falaciosos para levar a concluir o que o 'encomendante' pretende), acompanhada com 'prendas', subornos, 'luvas', (promessas e futuros) empregos ou cargos bem remunerados (para a pessoa a corromper ou para seus familiares) ou até ameaças (físicas directas ou indirectas, pessoais, judiciais, laborais ou 'morais') e atentados (camuflados de acidentes) àqueles que não querem ceder ao poder do dinheiro.
MARCADORES: administrações,
assédio,
concorrência,
corrupção,
crime,
democracia,
desgoverno,
desigualdade,
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neoliberal,
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união europeia
Sábado, 12.07.14
Sistema partidário sem banca: o fim de um regime e o começo de outro.
Tudo começou a rolar muito depressa no dia 22 de maio último, quando a Reuters divulgou que o Luxemburgo começara a investigar irregularidades graves do Grupo Espírito Santo (GES) numa das suas empresas no Luxemburgo, detetadas numa auditoria da KPMG realizada a pedido do Banco de Portugal e divulgada no dia 20 de maio passado.
Em causa estão irregularidades nas contas da Espírito Santo International, que foram detetadas numa auditoria realizada pela KPMG a pedido do Banco de Portugal, informação que foi divulgada na noite de terça-feira no prospeto de aumento de capital do Banco Espírito Santo. A ES International é uma holding de topo na estrutura do império Espírito Santo, que concentra as participações na área financeira (o BES) e na área não financeira (a Rio Forte) — Expresso, 22.05.2014
(Reuters, 27-06-2014) - Luxembourg justice authorities have launched an investigation into three holding companies of Portugal's Espirito Santo banking family, the biggest shareholder in Portugal's largest listed bank which bears their name, a spokesman for the authorities said on Friday.
The three companies - Espirito Santo International SA, Espirito Santo Control SA and Espirito Santo Financial Group SA - are all holding companies in a complicated, cascading ownership structure by the family.
Banco Espirito Santo (BES) warned last month of "material irregularities" at one of the companies, Espirito Santo International.
The spokesman for Luxembourg's justice authorities said the investigation was launched on May 22 over alleged breaches of company law. He declined to give any further details about the investigation.
A situação é hoje clara: o grupo financeiro Espírito Santo está a completamente falido, e começou a ruir às claras diante de todo o mundo no dia em que Ricardo Salgado tentou sucessivamente e sem sucesso um financiamento de urgência, no valor de 2.500 milhões de euros, junto dos governos português e angolano.
A abébia que o Banco de Portugal lhe dera há cerca de um mês, autorizando um empréstimo do BES, no valor de 100 milhões de euros, ao insolvente RioForte, uma das holdings do GES, foi apenas uma tentativa desesperada de impedir que o dique GES desabasse em plena operação de aumento de capital do BES.
O dique, entretanto, cedeu depois de Maria Luís Albuquerque, Pedro Passos Coelho e José Eduardo dos Santos terem recusado atirar dinheiro para um buraco negro que, soube-se hoje por uma nota do BPI citada pela Reuters (ler notícia no Dinheiro Vivo), andará pelos 7.300 milhões de euros.
“...de acordo com fontes da imprensa, a ESI tem entre 2.000 e 2.500 milhões de euros de ‘book value’ negativo e a dívida total do GES está nos 7.300 milhões de euros”.
Para agravar este colapso irremediável soube-se ainda que a PT decidiu, sem consultar 90% dos seus acionistas, ajudar um dos seus sócios comprando 900 milhões de euros de papel comercial ao insolvente RioForte. Resultado: as ações do BES fecharam hoje a cair 11,43%, as do ESFG, cairam 18,51% e as da Portugal Telecom, 5,64%, e o PSI20 1,65%.
Entretanto Cavaco Silva convocou ontem o Conselho de Estado para o dia 3 de julho. Até lá iremos assistir a uma verdadeira derrocada bolsista da Senhora Dona Branca Espírito Santo e Comercial de Lisboa
Apesar dos motivos oficialmente invocados, parece evidente que quem convocou de facto o Conselho de Estado foi o GES, ou melhor, a implosão acelerada do banqueiro do regime. Ninguém sabe que parte do BES poderá vir a ser engolida pela implosão do grupo. Ninguém sabe, aliás, muitas coisa, nomeadamente sobre os fundos de capitalização do grupo, sobre submarinos, herdades, aeroportos, campanhas eleitorais, e muito mais. Mas sabe-se, isso sim, que o sistema partidário indígena está neste momento em estado de choque, a começar pelo CDS, que tentou in extremis levar Pedro Passos Coelho a usar dinheiro da Troika, via CGD e BCP, para acudir à família Espírito Santo sem lhe exigir, como vem estabelecido nas regras da Troika, a abertura do baú das contas.
Como escrevemos a 20 de junho, o colapso do BES pode arrastar o regime para uma crise sem precedentes!
A promiscuidade entre alguns banqueiros indígenas e a partidocracia que capturou o regime foi a base de uma estabilidade democrática ilusória, sustentada por uma desastrosa alocação de recursos financeiros importados, pelo consequente processo de endividamento que nos levou até à pré-bancarrota, e pela corrupção pandémica do regime e do país.
No entanto, depois da implosão do BPN e do BPP, da redução a cêntimos do BCP e Banif, e do grande estouro em curso do BES-GES, a base oculta, mas até agora decisiva, do nosso sistema partidário e do nosso regime pseudo-constitucinal ruíu.
Os principais responsáveis políticos e financeiros da tragédia que se abateu sobre o país tentam ainda e desesperadamente agarrar-se aos destroços do navio Portugal, em nome dos vícios que não conseguem abandonar. Mas o mais provável é que tenham um dia destes que responder em tribunal pelo mal que fizeram.
Neste sentido, Pedro Passos Coelho e António José Seguro, e esperemos que António Guterres, ou até Rui Rio, são a porta estreita que se entreabre entre um passado que não consegue, e sobretudo não pode voltar, e um futuro incerto, mas de rigor e esperança, que falta e é urgente construir.
Quem nos trouxe até a este buraco não merece senão a mão pesada da Justiça. Se a indígena, por corrupta, não servir, que venham os tribunais europeus recolocar este país nos carris!
PS: vale a pena ouvir o que disse ontem José Gomes Ferreira na SIC sobre a crise no BES.
E ainda o que disse Ana Gomes sobre o BES-GES (Youtube):
No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender "o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN".
Segundo a eurodeputada socialista, o "banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo". "Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso", sublinha.
"Nem os empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só, à solta no Grupo Espírito Santo", alerta.
Ouvida pelo jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer financiamento do resgate "para não ter que abrir as contas do grupo à supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado".
Para além de acusar Ricardo Salgado de tentar "paralisar as tentativas de investigação judicial" em vários casos -- como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco --, Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível europeu "obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a contragosto e com muito jeitinho".
A eurodeputada socialista critica a escolha da consultora PMG -- "uma empresa farta de ser condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros" e que "foi contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria", só que "a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir".
Três citações:
Duas em relação a atual BES e outra ao anterior Governador do BP:
"Há cerca de um ano que Ricardo Salgado não devia ser presidente do Banco Espírito Santo. Em meados de 2013, quando se soube que tinha recebido uma comissão de 8,5 milhões de euros de um construtor civil por causa de um qualquer serviço que lhe terá prestado em Angola, nesse mesmo dia o Banco de Portugal deveria tê-lo declarado pessoa não idónea para se manter à frente do banco verde. Era o mínimo. Nos Estados Unidos, uma situação idêntica dá também direito a prisão, com punhos algemados e as televisões a filmarem em direto."
"Quanto mais se vai sabendo sobre a família Espírito Santo mais preocupado se fica. Não que pensássemos que fossem, como o nome indica, 'santinhos', pelo contrário; mas por verificar que a irresponsabilidade que advém do sentimento de impunidade chega a pontos inimagináveis.
Há no caso da família Espírito Santo uma falta enorme de perspetiva e de cultura. Da falta de perspetiva resultaram os negócios ruinosos que fizeram, os quais, não fora a intervenção do Banco de Portugal, teriam feito perigar (ainda mais) o Banco a que dão o nome e de que são (por quanto tempo?) os principais acionistas. Da falta de cultura, resulta não terem percebido que o mundo mudou e que os seus privilégios, contactos, amizades e cunhas já não podem funcionar como dantes."
Ler mais:
http://expresso.sapo.pt/chamem-me-o-que-quiserem=s25609#ixzz37F2gLICL
"
Daniel Bessa, ex-ministro da Economia e diretor geral da Cotec, comparou Vítor Constância (sem nunca citar o nome) de ser o mentor da política "terrorista" de José Sócrates, acusando o ex-governador do Banco de Portugal de ser o principal culpado do desastre financeiro de Portugal.
Numa intervenção em que comentou uma conferência no Porto do atual governador sobre os Desafios do Crescimento Económico, Bessa comparou Sócrates ao "egípcio que tomou os comandos do Boeing e embateu nas terras gémeas". No avião, "estávamos nós todos, os 10 milhões de portugueses". Mas, se reconhece que Sócrates "poderia ter mudado a trajetória e evitado o desastre financeiro", a verdade é que o principal responsável da "nossa desgraça" é um banqueiro central "que funcionou como mentor, proclamando "endividai-vos até à morte". O professor nunca citou o nome de Constâncio, mas tornou claro que se referia ao antecessor de Carlos Costa.
O mentor e o executante
Já o Boeing estava em pleno voo quando Sócrates, seguindo um guião que "começara lá atrás com outro engenheiro" sentou-se ao comando, "acelerou quanto pôde e enfiou-se contra as torres gémeas", comentou Bessa. Mas, a responsabilidade maior "é do mentor, não do executante", comentou com acinte.
Bessa explicou que, tal como se ensina nas escolas, Constâncio considerou que uma pequena economia aberta, integrada no espaço do euro, "não teria restrições financeiras" e se poderia endividar sempre sem prémio de risco.
Na sua conferência, Carlos Costa usaria a imagem do chefe de uma coluna em corrida para definir a função de um banqueiro central face aos incentivos à procura interna. O chefe da coluna "tem de saber parar a tempo, em condições de segurança, evitando a queda no precipício".
No debate promovido pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), Daniel Bessa defendeu o fim do IRC porque a receita é reduzida e dificulta o autofinanciamento das empresas.
A tributação fiscal só deve acontecer "quando os lucros se transferem para o universo pessoal do empresário". Em contrapartida, as contas das empresas devem ser mais escrutinados para impedir que o empresário "meta lá os carrinhos e as feriazinhas da família como custos da empresa".
Quinta-feira, 10.10.13
Transcrevo conforme recebi dum amigo e camarada, por e-mail...
No passado dia 29 de setembro, realizaram-se as eleições autárquicas em todo o país. Não pretendo comentar os resultados, pois já existem "comentadores" de media mainstream em excesso. Desejo apenas levantar o pano ao fundo do palco para podermos ver o que está por detrás dos resultados destas eleições. E também para mostrar como, na minha opinião, os eleitores e os espectadores / leitores dos media mainstream são manipulados pela ELITE DO PODER.
I. As eleições
II. Os media mainstream, os "comentadores" e o grupo Bilderberg
III. Os "Independentes" e o grupo Bilderberg
IV. Os elogios a Rui Rio
V. Conclusão das eleições autárquicas
I. As eleições
As eleições tiveram:
- 52,60% Votos válidos
- 40,58% Abstenções
- 2,95% Votos Nulos
- 3,87% Votos Brancos
Fonte: Direção Geral de Administração Interna | Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.
Também existem alguns concelhos que tiveram abstenções (por os eleitores não irem votar muito superiores a 50%), votos nulos e votos em branco, existindo aqui disparidades muito grandes.
Exemplos de concelhos com abstenções muito superiores a 50%:
- Cascais (62,01%)
- Setúbal (61,27%)
- Seixal (61,14%)
Exemplos de concelhos com votos em branco elevados:
- Leiria (8,41%)
- Mafra (6,62%)
- Alcobaça (6,41%)
Exemplos de concelhos com votos nulos elevados:
- Leiria (5,05%)
- Odivelas (4,56%)
- Amadora e Seixal (4,41%)
Fonte: Direção Geral de Administração Interna | Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.
II. Os media mainstream, os "comentadores" e o grupo Bilderberg
Assisti excecionalmente durante 2h30m aos programas da TV (RTP1, TVI e SIC). As principais mensagens que íam sendo passadas pelos repórteres e os comentadores:
- Há que defender a democracia representativa...
- Há que ter humildade democrática...
- Há que ter obrigação democrática...
- A democracia Portuguesa ganhou...
- A estabilidade política é muito importante...
- Todos congratularam-se pelo civismo com o qual decorreram as eleições democráticas...
O que transpareceu de todas as afirmações é que a essência e o importante na democracia representativa são os PARTIDOS POLÍTICOS. O eleitor / espetador deve ficar convencido que ao escolher um partido político ele escolhe entre várias opções democráticas, o que na realidade não é verdade.
Quem eram os comentadores?
RTP1
- José Sócrates (PS), participante na reunião do Bilderberg 2004*
- Nuno Morais Sarmento (PSD), participante na reunião do Bilderberg 2005*
SIC
- António Vitorino (PS), participante na reunião do Bilderberg 1996*
- Marques Mendes (PSD)
TVI
- Paulo Rangel (PSD), participante na reunião do Bilderberg 2010*
- Marcelo Rebelo de Sousa (PSD), participante na reunião do Bilderberg 1998*
- Francisco Assis (PS)
- Nuno Melo (CDS)
- Constança Cunha e Sá (Jornalista)
* Fonte: Blog Farplex
Podemos efetivamente constatar que a esmagadora maioria dos comentadores são membros do Clube Bilderberg e que passam a mensagem para os espetadores que nós, os cidadãos temos efetivamente uma escolha ao optarmos por diferentes partidos políticos. Na verdade estes obedecem no fim todos à mesma força supranacional.
III. Os "Independentes" e o grupo Bilderberg
Surgiram nestas eleições autárquicas uma nova figura que são os candidatos "independentes" e que esses independentes são mesmo independentes e que representam a vontade do povo. Vou explicitar isto no caso do candidato e vencedor à Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que teve 3 apoiantes relevantes:
- Miguel Veiga (PSD), participante na reunião do Bilderberg 1994* / Maçon assumido)
- Artur Santos Silva (Próximo do PS), participante nas reuniões do Bilderberg 1986* e 1999* / Maçon assumido)
- Paulo Portas (CDS), participante na reunião do Bilderberg 2013*
Quando Rui Moreira lançou o seu livro em setembro 2012, "ULTIMATO, O antes e o depois do 15 de setembro", quem apresentou o seu livro em Lisboa foi o António Costa (PS), participante na reunião do Bilderberg 2008*. No Porto quem fez a apresentação do livro foi Paulo Rangel (PSD), participante na reunião do Bilderberg 2010*.
* Fonte: Blog Farplex
Eu pessoalmente acredito que estas pessoas, em nome dos interesses que os unem, irão pedir tributo por ajudarem Rui Moreira a ganhar as eleições. Será que nessas circunstâncias conseguirá manter a independência face a este poder supranacional (Grupo Bilderberg)?
IV. Os elogios a Rui Rio
Outro aspeto importante foram os elogios que foram tecidos a Rui Rio por Nuno Melo (CDS) e José Sócrates (PS), e possivelmente outros. Penso que Rui Rio será o próximo Primeiro-Ministro de Portugal pelo PSD.
Só assim é que se pode explicar porque os aparentes adversários políticos tanto elogiaram Rui Rio.
Se houver eleições antecipadas ou a constituição de um novo Governo, penso que os candidatos serão:
- António Costa (PS), participante na reunião do Bilderberg 2008*
- Rui Rio (PSD), participante na reunião do Bilderberg 2008*
Ambos estiveram na Reunião do Bilderberg 2008 em Virginia / EUA levados pela mão de Francisco Balsemão, que esteve nas reuniões do Bilderberg 1981, 1983, 1984, 1985, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013*.
* Fonte: Blog Farplex
V. Conclusão das eleições autárquicas
1.º O PS sai vencedor e o PSD saiu vencido. Ambos são partidos Mainstream e o Povo obteve a ilusão de poder ter escolhido entre dois partidos, que no fundo são orientados pelas mesmas forças supranacionais.
2.º Os portugueses ainda não "acordaram", pois os votos em branco ainda não passaram de 3,87% a nível nacional e ainda não há verdadeiros candidatos independentes. Ao contrário da Itália e da Inglaterra, onde os eleitores de protesto contra o sistema já atingem os 25%!
3.º Uma coisa é certa. Portugal vai ter muito provavelmente um 2.º resgate que "apenas" custará 50 mil milhões de euros (5.000 € a cada Português).
Disso, naquela noite de "FESTA", ninguém falou!
Fontes:
- Lista dos Participantes Portugueses nas Reuniões do Bilderberg (Blog Farplex)
- Link para os Resultados das Eleições Autárquicas 2013
NOTA PESSOAL:
Convinha acrescentar que este ano também António José Seguro (PS) e Paulo Portas (CDS) estiveram presentes nesse Clube. Portanto as hipóteses de haverem impolutos no regime dito democrático são sempre menores de ano para ano.
Eu percebo que os convidem…. O que eu não entendo (porque não quero) é porque aceitam o convite e vão!
Fome de poder e saber que uma recusa lhes fecha as portas de acesso a esse poder. Digo eu, não sei.
Segunda-feira, 06.06.11
A maioria absoluta na próxima Assembleia da República é de centro-direita. A esquerda perdeu.
Passo Coelho e o PSD ganharam, inequivocamente ganharam, e têm o direito e a obrigação de formara governo, após a normal e natural indigitação do Presidente da República que, como toda a gente sabe, é originário da mesma família política.
Quando menos se esperaria (ou talvez não dadas a actuais circunstancias) o desiderato que tanto ambicionou Sá Carneiro (pelo menos teve essa premunição) haveria de ser alcançado por um jovem promissor acabado de chegar à liderança do seu partido.
Depois de diversas tentativas, Passos Coelho não só consegui chegar ao lugar do fundador do PSD, presidente do seu partido, como haveria de conseguir ir mais além do que o próprio pretendeu, alcançar a Presidência da Republica, conseguir uma maioria no parlamente (ainda que em coligação, mas também nunca foi dito que seria de um só partido), formar governo e como cereja do bolo a presidencia da Assembleia da republica. É a prova provada que, como dizia Mário Soares “só são vencidos os que desistem de lutar”.
Aqui, do Luminária assumimos, como esquerda que nos declaramos, democraticamente a derrota. Sem hipocrisias nem mau agoiro desejamos as maiores felicidades ao próximo governo liderado por Passos Coelho e pelo PSD, que será assim esperamos e conforme o próprio futuro 1º Ministro afirmou publicamente, “o governo de todos os portugueses”.
Na nossa perspectiva não poderão existir desculpas, com tudo o poder concentrado, ideologicamente, na área social-democrata só tem que ser bem e honestamente usado em favor do pais e para bem de Portugal. Assim esperamos nós e todos os portugueses.