É farinha do mesmo saco.
Falar de senhores com vivendas em Boliqueime, nos que venderam ações do BPN pouco tempo depois de as comprar pelo valor duas vezes e meia superior, nos que tiram licenciaturas aos domingos ou em quem nem sequer vai à universidade para ficar dr.,é tudo farinha do mesmo saco.
Em qualquer outro país, com o mínimo de credibilidade na justiça ou de dignidade popular, já alguém (muitos) teria sido julgado, retirados os seus patrimónios adquiridos de forma fraudulenta e preso.
O joio cresce nas mesmas zonas produtoras de trigo e com ele misturado. Considera-se uma erva daninha desse cultivo. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande, que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como "falso trigo".
Por cá, “somos o melhor povo do mundo” que engole pão feito de farinha de joio como se de trigo se tratasse. Continuamos a eleger, como nossos representantes, gente sem escrúpulos que se apresentam como falsos políticos que se governam a si próprios e seus correligionários quando prometem governar a rés pública.
A promiscuidade entre o exercício de funções governativas e as que, antes ou depois, se exercem no privado, precisamente nas mesmas áreas de interesses economicos, são tão frequentes que além de não ser proibida já quase ninguém se escandaliza. isto já não é, em rigor, promiscuidade é corrupção e trafico de influencias em que o Estado e os contribuintes saímos sempre prejudicados.
Tratam como ricos que tenha uma remuneração ou pensão acima de 600.00€. Chupam-nos até à medula.
O mais grave é que permitimos que sejam eleitos sucessivamente há mais de tês décadas sem os responsabilizar.
Haja, festa, estalem os foguetes e toque a banda. O povo aguenta, aí aguenta, aguenta!
O facto de um dia dizer uma coisa e ao outro fazer o seu contrário não quer dizer que seja “troca-tintas”. Mesmo as pessoas que “nunca tem dúvidas e que raramente se enganam” mudam de opinião, conforme as circunstâncias e as conveniências do momento.
Cavaco Silva, toda a gente sabe embora só alguns tenham a coragem de o afirmar, não é menos que a figura tutelar do atual governo e da ideologia (se tal se pode dizer) governativa que nos rodeia.
Quem se der ao trabalho de elencar a evolução de alguém que depois de quase trinta anos a viver sob o manto da política e se afirma como não político, que ideologia defenderá? Será de direita? Poderá Definir-se como neoliberal? Ou um escondido e perigoso extremista de esquerda?
Como se poderá definir alguém que andou anos a fio a incentivar a população para aderir ao “capitalismo popular” e a arrancar vinhas e olivais além do abate de navios de pesca e agora afirma como “desígnio nacional o mar”?
Temos alguém no mais alto cargo da nação que parece jugar às escondidas com o governo e com o povo, dando sinais (errados) que, ora tutela um defendendo o outro ora tutela o outro esbofeteando o tutelado anteriormente.
É um dividir para reinar, sem fim à vista!
O “nosso” ideólogo económico, desta democracia pouco social que nos governa desde que o próprio foi 1º responsável governativo, passou a maior parte da sua vida a promover e a apadrinhar ideias e comportamentos cujas acções envolveram agricultores, pescadores, empresários, investidores e população em geral.
A uns sugeriu o arranque de vinhas, oliveiras, a redução de quotas leiteiras e drásticas reduções produções em geral a troco de uns tantos patacos e promessas de bom futuro à sombra de uma PAC que acabou por definhar; a outros, com igual pago, aconselhou, convictamente, que virassem costas ao mar visto que as suas embarcações eram, demasiadamente, obsoletas e nada rentáveis comparadas com os arrastões espanhóis; aos operários, funcionários públicos e trabalhadores em geral aconselhou-nos a investir nas empresas públicas, por si privatizadas, embebedados num “capitalismo popular” onde todos seriamos empresários de sucesso; certos amigos criaram bancos pouco transparentes ou mesmo fraudulentos que vão sugando o suor de quem trabalha. Era um estado de alma, era um modo de vida à cavaquistão.
Tudo nadava num oceano de fartura de fundos da CEE que permitiam o surgimento de empresas (quase só para colocar amigos altamente remunerados) associadas em tudo que era Empresas Publicas e Comunidades Municipais. Assim se foi edificando uma cultura social, e se criou uma ideologia cavaquista.
Agora, conhecedor dos devastadores resultados, com o mesmo esforço e empenho este “nosso” padrinho deveria desconstruir a/s mentalidade/s que não só apadrinhou mas foi convicto mentor (não basta vir agora dizer, numas mansas palavras, que “o mar é o nosso desígnio”) sob pena dos portugueses continuarem na senda inversa do que foi, historicamente, a evolução das sociedades que “se foram, pouco a pouco, separando da selvajaria para alcançar a civilização” de que a história das mentalidades, no escrito de Georges Duby faz registo.
A manterem-se as práticas mais recentes (dos últimos 20 anos) caminhamos a passos largos - Passos de Coelho – ou talvez de Canguru, da civilização para a selvajaria. Se assim for de pouco valeu o esforço de Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço, ao aprofundar a relação entre o eu e o outro, enquanto membros de um todo regulado pela entidade Estado, a que se acrescentaram os conceitos de Estado Previdência e Estado Socialmente Solidário.
Cavaco Silva, quer enquanto pessoa quer como PR, que jurou defender a Constituição da República, identifica-se com a civilização ou com a selvajaria económica e financeira e com a ideologia de agiotagem? Terá, obrigatoriamente, de ser consequente.
É nosso dever de cidadãos exigirmos essa consequência. Exigirmos a transparência das contas e divida públicas. Exigirmos saber o que devemos e não devemos pagar. Nós, população, temos o direito de saber o que, da dita divida soberana, corresponde à responsabilidade das nossas distracções e o que derivou da fuga/esbulho que nos querem/estão a impor indevida e desonestamente.
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