"Julgo que é preciso intervenção do Governo, sim. É preciso pôr as empresas e patrões do trabalho portuário na ordem porque, basicamente, o que querem é poder contratar pessoas ao dia", afirmou a líder bloquista, Catarina Martins. -- (Lusa/JNegócios, 24/5/2016).
A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) expressou esta terça-feira, 24 de Maio, o desejo de que o Governo socialista tome uma posição de força face aos empresários dos portos, comentando a greve dos estivadores. A dirigente bloquista defendeu que "é preciso explicar-lhes [aos patrões] que a contratação de pessoas ao dia era uma coisa comum no século XIX, que, ao longo do século XX, a legislação foi adaptada para que as pessoas fossem respeitadas" e que o BE não vai aceitar, "no século XXI, voltar à contratação à hora ou ao dia como no século XIX". "O que é preciso é respeitar os direitos de todos os trabalhadores, trabalhem eles nos portos ou noutro sítio qualquer. Nenhum trabalhador é menos que o outro. Todos devem ser respeitados", concluiu. Os operadores (associação de patrões e de empresas de trabalho portuário/ temporário/ precário) do Porto de Lisboa (e de outros portos) vão avançar com um despedimento colectivo por redução da actividade, depois de o sindicato dos estivadores ter recusado, na sexta-feira, uma nova proposta para um novocontrato colectivo de trabalho(que lhes reduz direitos laborais), sem especificar quantos dos 320 estivadores serão abrangidos. A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de Abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados. De acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 Junho 2016.
Representante do sindicato diz que há sempre possibilidade de entendimento, mas recusa regressar ao "século XIX" com trabalhos "por turnos, precários, com baixos salários, dependendo dos favores dos chefes, dos jagunçosà frente das empresas". ...os trabalhadores estão dispostos a chegar a um entendimento, caso a empresa criada paralelamente (Porlis) seja encerrada e forem resolvidas duas situações do contrato colectivo de trabalho., fiquem resolvidos problemas com a grelha salarial, e querem continuar a fazer o planeamento dos navios. António Mariano falava hoje de manhã no Porto de Lisboa, onde os estivadores estão concentrados devido à presença de uma equipa da PSP, numa medida de prevenção para a retirada de contentores retidos há cerca de um mês naquele local, quando começou a greve dos estivadores. "Nós não aceitamos aqui uma empresa com trabalhadores precários de 500 euros, que foi criada pelos nossos patrões ao mesmo tempo que negociavam ao lado e ao mesmo tempo o contrato colectivo. Todo este processo é de má-fé. Se encerrarem a empresa. estaremos em condições de fazer o acordo", sublinhou, em declarações à Lusa. Na segunda-feira, os operadores do Porto de Lisboa anunciaram que vão avançar com um despedimento colectivo por redução da actividade, depois de o Sindicato dos Estivadores ter recusado, na sexta-feira passada, uma nova proposta para um novo contrato colectivo de trabalho. "Com os estivadores há sempre possibilidade de entendimento, não há é a possibilidade de nos elevarem até aquele ponto onde nos querem levar, ou seja, a uma profissão como a que tínhamos o século XIX, de trabalharmos por turnos, precários, com baixos salários, dependendo dos favores dos chefes, dos jagunços à frente das empresas", declarou. António Mariano disse que os estivadores "vão continuar calmos" e a esperar que "o poder político perceba o que se está a passar". "O que se passa aqui hoje é extremamente grave. Para este terminal, em Alcântara, não foram pedidos serviços mínimos, não foi o Porto de Lisboa, mas a Liscont, a empresa que tem a concessão deste terminal, não pediu serviços mínimos, chamou a Polícia de Intervenção para colocar lá dentro trabalhadores fura greves para fazer a manutenção de cargas", destacou. No entender do responsável, esta situação "é uma violação grosseira da lei da greve, tal como na segunda-feira foi violada a lei quando se ameaçou os estivadores de despedimento coletivo". No Porto de Lisboa entraram até às 09:00, três camiões para recolher contentores, mas o primeiro saiu vazio, perante o aplauso dos estivadores, enquanto um segundo, pelas 09:15, saiu carregado, tendo o motorista sido insultado pelos estivadores em greve. Este foi, esta manhã, um dos momentos de tensão dos estivadores, que se encontram há mais de um mês em greve. Como a Lusa observou no local, estão cerca de 30 agentes da PSP, alguns da Equipa de Intervenção Rápida, para garantir que os camiões entram e saem sem problemas, e também elementos da Polícia Marítima. Pelas 10:30 entraram no Porto de Lisboa mais quatro camiões, sob vaias de protesto dos estivadores.
Amanhã, solidários com a greve que estamos a levar a cabo em Portugal, os Estivadores Europeus irão parar os Portos durante duas horas. Nesse mesmo dia o mesmo se passará em Setúbal e na Figueira da Foz. O alargamento das fronteiras da nossa luta é uma resposta cabal à tentativa de isolarem a luta dos Estivadores de Lisboa que, como se sabe, enfrentam um conjunto de medidas (neoliberais) que está a ser programada para aplicar em Portugal e exportar para toda a Europa. Se o que nos oferecem é a globalização da austeridade, dos despedimentos fraudulentos e da precarização do trabalho portuário, nós ripostamos com as lutas e a solidariedade internacionalistas.
Ou muito me engano ou a Carochinha da Mota-Engil é capaz de ter mais respostas para dar do que aquelas que apresenta. Não basta mentir para esconder a verdade. Até para isso é preciso alguma competência.
---
Mente, e mente com todos os dentes. 1º, porque diz, que os actuais trabalhadores não serão preteridos. Então vejamos o que estes grupos económicos fizeram em Aveiro, e prepararam o mesmo cenário para Lisboa. Em Aveiro, depois de conduzirem a ETP à insolvência (desviando as cargas para o porto de leixões, onde também operam), seguiu-se a demissão na gestão da empresa(ETP). Os Trabalhadores como principais credores, conseguiram e decidiram pela recuperação da empresa. Entretanto, ao lado (50 metros), as empresa de estiva (dos grupos mota e engil e E.T.E.) abriram uma nova empresa de trabalho portuário (GPA). De seguida, essa GPA, vai recrutar trabalhadores a uma ETT. Tudo para que possam colocar os trabalhadores temporários, prioritariamente ao serviço. E é isso que temos, trabalhadores temporários, a trabalhar, e trabalhadores efectivos, a aguardar que haja eventualmente um volume de trabalho que justifique a sua requisição. Note-se, que a especificidade das (ETT´S), sendo de trabalho temporário, seria só de elas mesmo, acudirem temporariamente a picos de maior trabalho, o que não acontece. Tudo isto se passa, perante uma errada interpretação da lei 3/2013 (contra a qual lutámos e muito), e com total inércia do governo e do instituto que regula o sector. Esta senhora, Joana Coelho,efectivamente oculta a realidade e a verdadeira intenção. - A. Júlio, Trabalhador Portuário (Aveiro).
Começa a ficar definitivamente claro o que move os estivadores e o que defendem os patrões. Os primeiros estão em luta pelo trabalho digno e com direitos, pela reintegração dos estivadores despedidos e contra a negociata que está a levar à sua progressiva substituição por trabalhadores precários. Os segundos estão em luta pelos lucros da Mota-Engil e dos seus enteados, pela exploração de um negócio que se agiganta à conta da relação promiscua entre os governantes e os representantes dos interesses económicos em jogo. Os primeiros pela produtividade nos portos, pela segurança dos trabalhadores e das cargas e, consequentemente pelo interesse nacional. Os segundos pela transferência dos salários de centenas de trabalhadores para a fortuna e subida no ranking de bilionários deste país.
Joana N.Coelho, a porta voz dos patrões e a mulher de mão da Mota-Engil, que acusa o sindicato pela quebra da produção, devia era dizer qual tem sido a produtividade dos trabalhadores precários, que não têm nem experiência nem a devida formação, e cuja inépcia e baixa produtividade tem mais responsabilidades na quebra de produção do que a greve ao primeiro turno.
Será que agora são as empresas que querem escolher as direcções dos sindicatos? (tal como no salazarismo!/fascismo!) O que pretendem com mais esta calúnia no dia em que aceitaram reunir-se à mesa com os sindicalistas, pressionados pela recusa dos armadores em aceitar que os seus navios sejam operados por equipas de fura-greves inexperientes? Porque não reconhecem que andam a provocar a falência da actual empresa de trabalho portuário?
É sabido que aqueles que só respondem às perguntas que colocam, normalmente não estão a dizer a verdade. Esperamos para ver se vão continuar a insistir na história ou se, face à enormidade dos dados que têm vindo a público e à incapacidade de continuarem a esconder a verdade, os seus últimos refúgios são o silêncio e as falácias.
Mente, e mente com todos os dentes. 1º, porque diz, que os actuais trabalhadores não serão preteridos. Então vejamos o que estes grupos económicos fizeram em Aveiro, e prepararam o mesmo cenário para Lisboa. Em Aveiro, depois de conduzirem a ETP à insolvência (desviando as cargas para o porto de leixões, onde também operam), seguiu-se a demissão na gestão da empresa(ETP). Os Trabalhadores como principais credores, conseguiram e decidiram pela recuperação da empresa. Entretanto, ao lado (50 metros), as empresa de estiva (dos grupos mota e engil e E.T.E.) abriram uma nova empresa de trabalho portuário (GPA). De seguida, essa GPA, vai recrutar trabalhadores a uma ETT. Tudo para que possam colocar os trabalhadores temporários, prioritariamente ao serviço. E é isso que temos, trabalhadores temporários, a trabalhar, e trabalhadores efectivos, a aguardar que haja eventualmente um volume de trabalho que justifique a sua requisição. Note-se, que a especificidade das (ETT´S), sendo de trabalho temporário, seria só de elas mesmo, acudirem temporariamente a picos de maior trabalho, o que não acontece. Tudo isto se passa, perante uma errada interpretação da lei 3/2013 (contra a qual lutámos e muito), e com total inércia do governo e do instituto que regula o sector. Esta senhora, Joana Coelho,efectivamente oculta a realidade e a verdadeira intenção. - A. Júlio, Trabalhador Portuário (Aveiro).