Segunda-feira, 23.06.14

Do Genocídio ao Etnocídio dos Índios Guarani-Kaiowá

Os Índios Guarani-Kaiowá anunciaram, no Matogrosso do Sul, um suicídio em massa

                "Por Felipe Patury, Época
   Uma carta assinada pelos líderes indígenas da aldeia Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul (Brasil), e remetida ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI), anuncia o suicídio coletivo de 170 homens, mulheres e crianças se a Justiça Federal mandar retirar o grupo da Fazenda Cambará, onde estão acampados provisoriamente às margens do rio Hovy, no município de Naviraí. Os índios pedem há vários anos a demarcação das suas terras tradicionais, hoje ocupadas por fazendeiros e guardadas por pistoleiros. O líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), enviou carta ao ministro da Justiça pedindo providências para evitar a tragédia.
Leia a íntegra da carta dos índios ao CIMI:
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
      Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012.   Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.
     Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay.   Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminando as nossas vidas.   Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira.   A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil?   Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.   Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.
   Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.
   Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.
    Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.
Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.
Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay". 
(Portal do Luis Nassif) (via F.Pinto no FB, 


Publicado por Xa2 às 19:51 | link do post | comentar | comentários (1)

Sexta-feira, 16.05.14

Crimes Contra a Humanidade versus Povos Sacrificados...

"Que esta imagem passe por todo o mundo:
  O Chefe da Tribo "Kaya po" recebeu a pior notícia de sua vida:  Dilma, a presidente do Brasil, deu sua aprovação para a construção de uma grande central hidroeléctrica (a terceira maior do mundo).

    A albufeira da barragem vai inundar cerca de 400 000 hectares de floresta ( 4 000 Km2 !!).   É a sentença de morte para todos os povos que vivem perto do rio.
    Mais de 40 mil índios terão que encontrar novos lugares para viver.
    A destruição do habitat natural e o desaparecimento de várias espécies são factos reais!

   Este é o preço que estamos dispostos a pagar para garantir a nossa "qualidade de vida" do nosso estilo de vida chamado "moderno"!?!
   Não há mais espaço no nosso mundo para aqueles que vivem de forma diferente, onde tudo é nivelado, onde todos em nome da globalização perdem a sua identidade, a sua forma de vida!!!

    Por favor, se ficou indignado, partilhe a mensagem...
       Obrigado pela vida e biodiversidade."
(via R.Menezes, M.F. Fitas e muitos mais amigos solidários no FB)


Publicado por Xa2 às 10:52 | link do post | comentar | comentários (1)

Domingo, 23.06.13

LUTAS SOCIAIS NO BRASIL!

Claudio Nasdcimento,investigador e militante brasileiro da autogestão e economia social foi
resistente á ditaduta brasileira nos anos oitenta, torturado e exilado durante vários anos, colaborador da CUT. A nosso pedido enviou um conjunto de primeiras impressões/reflexões sobre as lutas sociais que emergem com grande força no Brasil! 
«Alguns elementos em relação a um processo com muito ineditismo:
É um movimimento com inedistismo e muito forte, no sentido de profundidade e no de amplitude.
Iniciou de forma isolada, numa ou noutra capital. Depois, em muitas capitais. Ontem, dia 20, foram mais de 100 cidades com milhares de pessoas.Sobretudo, o movimento, a ‘onda de participação’ ,foi pro interior, o que vem ocorrendo desde 2ª feira, dia 17.
Na 5ª feira da semana passada, a policia foi super violenta em SP.
A partir desse momento, a participação aumentou, tanto q no Rio na 2ª feira eram 100 mil nas ruas.
Ontem, em Recife mais de 50 mil, SP cerca de 100 mil, e no Rio umas 500 mil.
O movimento começou na luta pela tarifa de ônibus. Mas, após a 2ª feira, se ampliou e luta por muitas reivindicações. Não há lideranças e um Projeto claros. Um cilco se esgotou, de refluxo em termos de participação nas ruas e praças. O Governo Lula trouxe melhorias econômicas e sociais, mas houve carência em termos de organização popular-sindical e consciência politica em torno de um Projeto de Nação. Ficou reduzido ao pragmatismo politico com politicas ,fundamentais, de apoio as camadas mais pobres, contra a miséria.
Agora, PT, Cut e Governo federal estão perplexos com a nova conjuntura.

O Parlamento idem, aprova nessa conjuntura Leis anti-populares e contra a cidadania.A CUT e o PT só entraram ontem. Dilma essa manhã chamou reunião do Ministerio.A direita em todas suas formas, tenta se aproveitar em forma eleitoral para 2014 ,eleições presidenciais.Chega a falar em “golpe” , exibe na TV o processo que derrubou Collor, no empecheament de 1992.A direita tem um Partido : a Mdia ,como em toda America Latina.Suas bandeiras estão centradas em ‘contra a corrupção”, e buscando localiza-las no PT e Dilma (mensalão).
Perdeu o pé na historia e busca aproveitar a conjuntura em curso para vencer em 2014.A conjuntura econômica não é ruim, inflação há mas controlada; desemprego muito baixo.A Copa do Mundo ativou : Estadios caríssimos construídos em parte com recurso publico.Isso contrasta com situação social em muitos campo ainda muito precária.A desigualdade é parte da formação histórica do Brasil, não vai mudar em 15 anos.Há distribuição de renda , mas há uma enorme concentração de renda e desigualdade.As mazelas sociais e a violência ficam expostas ,às claras.Hospitais, escolas, mostram grandes carências.Transporte, por onde o movimento começou, com muitos problemas, tarifas altas, serviço ruim, transito lento.Em todos os campos, assim, as bandeiras são muitas e foram todas misturadas para as ruas.
Como em todo processo de mobilização de massas ,há também grupos extremistas, pequenos, a esquerda e a direita.A esquerda alguns partidos fazem a oposição pela oposição ao Governo e disputam com o PT. A direita, há provocadores da policia e grupos neonazistas. Atos violentos espantam a afastam as pessoas das ruas. E a Midia ,Globo, centra os noticiarios nesse aspecto. E há saqueadores, grupos que estão marginalizados, talvez traficantes,etc.A Midia só destaca a violência e vandalismo, depredações e saques.
O movimento tem um forte caráter ‘a-partidario” e anti Poder Publico.
Partidos e Parlamento e Governos ficaram parados em um pragmatismo politico.Estão centrados em eleições.O processo está em curso e aberto. O movimento social ainda não tem condições para ir além das reivindicações atuais.Por exemplo, como criar órgãos populares e democráticos de gestão das Cidades e do Estado, a partir de bairros,etc. Os Governos atendem algumas reivindicações, com a da tarifa que foi diminuída. Mas, e depois ? Faz tempo que na formação politica, na educação popular, estávamos nos preparando para um nvo ciclo de lutas. Ele chegou e com ineditismo. Não é como os anteriores, com hegemonia de trabalhadores de campo e cidade. Agora, começou com a juventude e setores populares da periferia. O processo está aberto, em disputa. Hoje mais manifestações.»
Abraços.
Claudio Nascimento
Autogestão
Site: www.claudioautogestão.com.br
(recebido via BASE-FUT)


Publicado por Zurc às 22:47 | link do post | comentar | comentários (4)

Segunda-feira, 04.02.13

Uma das versões da história, mitológica, do Rei Artur conta que na Britânia antiga terá existido um rei que em lugar de combater os invasores os convidava a entrar no reino fazendo, com eles, acordos que submetiam o povo não só à sua própria tirania de terra-tenete como, também, dos invasores.

Tal como na Britânia do século V, também nós, portugueses, temos sido governados por terra-tenentes, tiranos, que convidam os invasores a entrar no país que, fazendo estudos sobre nós, sobre as nossas vidas (que não conhecem) e sobre o nosso putativo futuro, nos vão submetendo a torturas económicas e psicológicas.

Um dos terra-tenentes dos nossos dias chama-se Pedro e os invasores dão pelo nome da Troica. Terá isto alguma semelhança com a cultura romana da velha Troia? Cavalos são muitos e entram-nos pela cidade dentro!

Será que depois dos Cavacos, dos Barrosos, dos Lopes, dos Socrates, dos Pedros, dos Migueis, dos Coelhos, dos Silvas, dos Gaspares e dos rapazes “especialistas” que invadiram os ministérios, chegará algum Artur, minimamente Seguro de si, capaz de entregar esta Britânia ao povo?

Pelo andar da procissão, qua ainda vai no adro, não é por aí que o povo se libertará. O povo terá de tomar nas suas mãos a sua própria liberdade se a quiser alcançar algum dia.

Como diria o poeta “tive muitos sonhos a maior parte não se realizou mas ainda bem que os tive”. O meu sonho é que a lenda do Rei Artur possa significar a capacidade de um povo se assumir em plena cidadania democrática e a todos os níveis bem como em todas as formas de organização na vida colectiva. Um povo capaz de criar novas organizações que refundem ou substituam os atuais partidos políticos apropriados por grupos estranhos à democracia, mesmo a interna.

Lenda ou história só perdura quando se alicerce nas raízes culturais e modos de vida de um povo, de contrário dilui-se na espuma dos dias que passam.

Como naquele tempo, também nos tempos correntes, temos os nossos exilados a que, pomposamente, designamos de imigrantes.



Publicado por Zé Pessoa às 14:18 | link do post | comentar

Segunda-feira, 30.01.12

Essencial ...

 

 

... o essencial é perceber que nem tudo o que parece evidente é, de facto, conhecido (e assumido/ praticado)!... e que há uma História de milhões de massacrados até que os princípios aparentemente simples se tornem Lei e sejam reconhecidos como tal, universalmente!... depois... depois é a grande luta!... esta em que todos nos sentimos comprometidos de fazer o melhor que podemos para que a Lei seja uma prática natural, inquestionável... Acreditem!... todos ganhamos, muito!, em ver este vídeo até ao fim!

         

 



Publicado por Xa2 às 13:40 | link do post | comentar | comentários (1)

Segunda-feira, 31.10.11

Padre Frederico e Duarte Lima

Há quem diga que um não existe sem o outro, ou dito de outra forma, um é a razão de existência do outro.

Quem ainda se lembra de um tal padre Frederico que, segundo se dizia na época, tinha a protecção do seu respectivo Bispo na Ilha da Madeira? Seria só do bispo essa, tão divina, protecção que lhe permitiu a fuga para o Brasil?

São poucos é verdade, mas ainda há alguém que não esqueceu e coloca agora a hipótese de uma troca, entre os dois estados irmãos, desses dois “filhos ... de Deus”. Pois se um é padre o outro um, carismático, católico praticante e ilustre ex-deputado da Assembleia da Republica.

Esta será a hipótese que o juiz-desembargador brasileiro, Marco António Silva, coloca para que os arguidos, padre Frederico regresse a terras lusas e o advogado Duarte Lima rume até terras cariocas.

Se for para que se faça justiça, nós por cá, não nos importaremos de contribuir com os nossos impostos para que se entregue “o seu a seu dono”.



Publicado por DC às 22:52 | link do post | comentar | comentários (1)

Quarta-feira, 19.10.11

Como alguém referiu num encontro em que participei somos (des)governados por estes "estrangeirados" que vindos de púlpitos, catedrais e areópagos criadores de ideologias que nos levaram ao estádio de penúria em que nos encontramos nos aparecem agora quais salvadores da pátria aplicando-nos receitas que cangalheiros e outros abutres de desgraças alheias nos administram.

Há quem chame a estes, vindos de fora, e a muitos que “andam por aí” os boys de Chicago, os rapazes que no período do governo democratico do então presidente do Chile, Salvador Allende, congeminaram, naquela cidade americana, o seu derrube e a implantação da ditadura de Pinochet.

Estes rapazes são tambem conhecidos por discípulos de Milton Friedman e acérrimos defensores das suas teorias liberalistas da economia que nos tempos correntes significam “um Estado mínimo com um mercado máximo”. O privado é endeusado ao mesmo tempo que se diaboliza tudo o que possa cheirar a intervenção publica.

Neste caso a ditadura não incide num só país mas em todo o planeta. É a ditadura especulativa financeira de fuga capitalista para os tais paraísos. É do conhecimento público que faz tempo existir gente (certos escritórios de gente importante) cuja actividade principal é tratar de fugas de dinheiro para tais paraísos.

Alguém acredita que uma mãe queira, por sua livre vontade, matar um dos seus filhos? Mesmo as putas, que me perdoem as mulheres cuja situação extrema as empurra para práticas que nunca desejaram e mesmo aquelas que por opção assumiram tal actividade nos merecem o maior respeito, não destroem os seus filhos, como podemos esperar que os filhos da pu... que criaram as offshores as matem? Para que tal desiderato se concretize será necessário que as populações se levantem e mostrem sem rodeios nem equívocos o seu descontentamento.



Publicado por DC às 10:51 | link do post | comentar | comentários (3)

Quarta-feira, 13.07.11

O Filosofo José Gil declarou, entre palavras de incredulidades e de expectante esperança, que “há algo que se anuncia”.

Pelos vistos, nós que por aqui, no LUMINÁRIA, vamos escrevinhando sobre tais preocupações, não somos os únicos nem temos o exclusivo de duvidas, incertezas e deficientes entendimentos dos paradoxos comportamentos, por parte de políticos e financeiros que manobram os destinos das populações a seus belos prazeres.

Perante a estranha e incompreensível incapacidade dos políticos na condução das políticas que garantam uma vida saudável dos povos, terá afirmado aquele filosofo que a “agitação é inevitável”.

Acrescentando que “dado que a globalização da economia financeira se tem desenvolvido de forma global, injusta e arruaceira provoca um movimento generalizado, algo que se joga, também, globalmente e levará, inevitavelmente, à revolta global.”

O paradoxo de que, quem diz querer ajudar, através dos acordos institucionais ou dos mercados financeiros, o fazer de tal forma que a ajuda se torna contraproducente. Isto é, os ajudados ficam pior do que estavam antes de o serem, é algo paradoxalmente tão chocante que, mais tarde ou mais cedo, terá de ser encontrada uma saída.

Qual exactamente?, quando?, como?, com quem? é impreciso  determinar, mas que "há algo em movimento não há duvidas".



Publicado por DC às 10:35 | link do post | comentar

Segunda-feira, 20.06.11

Um jovem diplomata, em diálogo com um embaixador que viera a despacho com o ministro e enquanto esperavam que este os recebesse, revelava o seu inconformismo.

A situação económica do país é, deveras, muito complexa, os índices nacionais de crescimento e bem-estar, se bem que em progressão, revelavam uma distância, cada vez mais significativa, face aos dos nossos parceiros. Olhando retrospectivamente, tudo parece indicar que uma qualquer "sina" nos condena a esta permanente "décalage", que se aprofunda. E, contudo, olhando para o nosso passado, Portugal "partira" bem:

- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental.

O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:

- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.

- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?

- Nós descendemos dos que ficaram por aqui...

 

Como diz o Zé das Esquinas, o Lisboeta a 20 de Junho de 2011 às 10:24

Gostava de voltar a ler aqui no Luminária, coisas sérias.
Faz tempos que não «vejo» aqui nada de jeito.
Só minudências e ressabios...
Onde pairam os ideais para uma possível melhor sociedade e vida que norteavam muito do que aqui se postava?
Andam todos escondidos? Ou «morreram»?

 

Nós, portugueses que por aqui ficamos, gostamos muito da má-língua. Coisas sérias obrigam a reflectir e cansam muito o cérebro. Cultivamos muito aquela ideia de mãe que dizia para a filha “chama-lhe p... a ela antes que ela te chame a ti”. A mãe lá saberia o que a filha andava a fazer!



Publicado por Zé Pessoa às 12:35 | link do post | comentar | comentários (2)

Quinta-feira, 07.04.11

Pobres dos nossos ricos

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.

Mas ricos sem riqueza.

Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.

Rico é quem possui meios de produção.

Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.

Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.

A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".

Aquilo que têm, não detêm.

Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.

É produto de roubo e de negociatas.

Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.

Vivem na obsessão de poderem ser roubados.

Necessitavam de forças policiais à altura.

Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.

Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.

Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem...

Mia Couto


MARCADORES: ,

Publicado por Otsirave às 14:54 | link do post | comentar

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS