Uma greve geral?
Não há uma réstia de dúvida de que os trabalhadores e o povo português têm razões de sobra para protestar contra este governo (como, alias, contra todos os que não respeitam os compromissos assumidos em campanhas eleitorais) assim como contra as medidas por ele tomadas. As divergências que podem existir são quanto à forma, ao momento aos meios e modos de protestos a levar por diante. Quase todos são legítimos, em democracia, mas,...
Não deixa de não ser contraditório o que se constata, entre o dito e o decidedo. Arménio Carlos, novo coordenador da central sindical afirmou, em entrevista à antena 1, que as decisões das lutas teriam que vir de baixo, teriam que ser assumidas pelos trabalhadores. No dia a seguir a tal entrevista ter ido par o ar o Conselho Nacional da central decide marcar uma greve geral. Não é credível que houvesse mandato para tal a menos que se considere que tal mandato deriva da concentração feita no sábado anterior na praça do comércio.
Se assim for não passará de uma greve (que nunca será geral) de funcionários públicos e de alguns sectores dos transportes levados a reboque, numa luta continuada de interesses partidários e pouco estratégica na prossecução dos verdadeiros interesses dos trabalhadores e do povo português.
Parece que “a luta continua” de derrota em derrota até vitoria final dos inimigos dos trabalhadores e dos povos, em favor do capitar financeiro e especulador.
Não admira que as direitas tenham ascendido aos poderes governativos dos países europeus e seja tão confrangedora a mediocridade dos actuais polítricos visto que das esquerdas nada de melhor ou de significativamente diferente emerge, infelizmente.
Há muito se exige ao Partido Socialista e a todas as forças à sua esquerda que se comportem segundo os princípios mais elementares da democracia, conjuguem esforços e actuem quer internamente como no âmbito da União Europeia.
Deixo, apenas, duas perguntas:
O que fazem os seus deputados no parlamento europeu?
Que conjugação, de actividade, têm com a do parlamento nacional?
(Ferreira Fernandes - DN)
Os tripulantes da TAP vão fazer dez dias de greve.
Eu sempre gostei de gestos atrevidos. Por isso ainda me lembro de René Higuita. Guarda-redes colombiano, brilhou no seu clube, o Atlético Nacional, e na selecção. Era bom, mas tanto como outros de quem já me esqueci o nome.
De Higuita, El Loco, lembro-me. A bola caía-lhe na área, e ele esperava o adversário para o fintar. Deve ter sido o guarda-redes que mais ataques de coração deu aos seus adeptos. Inventou uma defesa, arriscadíssima: quando a bola vinha em sua direcção, pelo ar, atirava-se em mergulho para a frente, mas não a agarrava. Deixava que a bola sobrevoasse a sua cabeça e as suas costas e quando se pensava que ela ia entrar na baliza, com os calcanhares cortava-lhe o perigo.
Chamaram àquela jogada a defesa do escorpião, porque também este se defendia com a cauda. Esperava-se que o ponto alto de Higuita fosse o Mundial de 90, em Itália. A Colômbia chegou aos oitavos e deveria continuar: jogava com o fraco Camarões.
A dado momento, Higuita saiu da sua área e deu-lhe para fintar Millá, um velho e astuto camaronês. Não fintou. E a Colômbia foi para casa. Mas ainda me lembro de Higuita.
Também vou lembrar-me deste gesto atrevido na TAP, do fintar a crise com uma greve - a cauda do escorpião a picar o seu próprio ganha-pão. A concorrente Ryanair também gosta de gestos soberbos: mandou dez rosas ao sindicato, uma por cada dia de greve da TAP.
BLOGS
Ass. Moradores Bª. Cruz Vermelha
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
MIC-Movimento de Intervenção e Cidadania
Um ecossistema político-empresarial
COMUNICAÇÃO SOCIAL
SERVIÇO PÚBLICO
Base - Contratos Públicos Online
Diário da República Electrónico
SERVIÇO CÍVICO