. (Extracto do artigo de Correia de Campos no 'Público' de 1/6/2015).
Para quem se governa
O crime que deveria tirar o sono a Blatter (-por josé simões, derTerrorist)
O Coletivo Passa Palavra deixa claro que a partir deste momento todos os seus integrantes serão apoiados frente a toda e qualquer tentativa de trashing, respondendo publicamente e enquanto coletivo a qualquer ataque. (-Passa Palavra, 5/2/2015)
«Eis os 3 documentos que servem de base ao Colectivo Passa Palavra. Leia-os (são curtos). Pontos de Partida — 12 pontos para uma visão do mundo, da vida e da política. Estatuto Editorial — Um jornal como? E para quê? 10 tópicos para tentar defini-lo. Organização Interna — 7 regras para sermos desde já o que há-de ser o mundo depois.»Há algum tempo o Passa Palavra traduziu e publicou um artigo da autoria de Jo Freeman que refletia sobre a questão do trashing nos movimentos de mulheres. O trashing foi então definido não como uma modalidade honesta de oposição ou desacordo político, práticas perfeitamente comuns e toleráveis no âmbito das esquerdas, mas como uma modalidade cruel, manipuladora e desonesta de assassinato de reputação ou detonação.
O assassinato de reputação pode ocorrer de várias formas, mas ele possui características distintas que devem ser observadas: tendo em vista a detonação de um indivíduo, o agressor pode divulgar informações falsas a seu respeito; difundir versões negativas relativas às suas falas, escritos e ações; projetar sobre ele falsas expectativas, pretendendo desacreditá-lo frente aos demais; negar suas verdadeiras percepções da realidade; e diminuir ou mesmo negar sua própria existência, com a intenção de que sua presença e seus posicionamentos sejam ignorados. Seja como for, trata-se de um ataque dirigido à pessoa e não às suas ideias, práticas e posicionamentos políticos: as próprias motivações do indivíduo é que são questionadas, sendo sua própria trajetória militante e sua própria personalidade colocadas em causa.
Um dos efeitos do ataque é fazer o indivíduo sentir que sua própria presença no grupo ou organização é prejudicial à luta, levando-o a se afastar da vida política. O detonador procura destruir antes o indivíduo que as ideias por ele defendidas. Por meio do assassinato de reputação, conflitos pessoais são disfarçados de divergências políticas ou, pelo contrário, divergências políticas desdobram-se em ataques pessoais. Além disso, é comum que, tendo em vista o combate às posições políticas de determinadas organizações, membros dessas organizações sejam tomados por alvo. Ainda segundo aquele artigo, são alvos preferenciais do trashing: pessoas que se destacam de alguma maneira, seja pela suas opiniões, seja pelas suas práticas; e pessoas que são mais assertivas ou possuidoras de uma forte personalidade.
Frente a isso, declaramos:
I. Já faz tempo que membros do nosso coletivo são vítimas de trashing em outros espaços políticos que atuam ou nas redes sociais. Não foram poucas as ocasiões em que, para atacar uma posição do Passa Palavra, os membros do coletivo tornaram-se alvo de tentativas de assassinato de reputação, tendo de manejar e conviver com falsas alegações relativas às suas vidas pessoais; tendo as suas falas, escritos e ações sido submetidas a deturpações; tendo rechaçadas as suas legítimas opiniões; tendo diminuída ou mesmo negada a sua própria existência; tendo questionadas as suas motivações individuais e colocadas em causa as suas próprias personalidades e trajetórias políticas; e tendo sido apresentados como pessoas prejudiciais à luta no âmbito das esquerdas.
Além disso, membros do nosso coletivo têm sido vítimas de ataques pessoais em decorrência de suas posições políticas, bem como alvejados por ataques resultantes de desavenças pessoais e disfarçados de divergências políticas. Se quem foge aos padrões hegemônicos de opiniões e práticas fixados pelo politicamente correto tem maiores chances de estar na mira de uma tentativa de detonação, os membros do Passa Palavra têm sido especialmente visados pelos agressores, o que não será mais tolerado.
II. O trashing, como bem colocado no referido artigo, só é eficaz se suas vítimas sofrem a detonação isoladamente e sem qualquer apoio ou solidariedade da parte de seus companheiros de luta. A essência dessa prática cruel, manipuladora e desonesta é o isolamento político dos indivíduos e sua responsabilização individual por decisões políticas coletivas consideradas equivocadas ou nocivas. Havendo apoio e solidariedade imediatos e resolutos por parte da organização de que faz parte a vítima do trashing, os agressores acabam sendo privados da plateia e do respaldo coletivo de que necessitam para desferir triunfantemente seus ataques venenosos e destrutivos. O coletivo editorial que auto-organiza o Passa Palavra não pretende interferir negativamente nas dinâmicas políticas dos movimentos e coletivos nos quais seus membros também participam, entretanto não vamos tolerar ataques que, disfarçados de divergências políticas, visam atingir o Passa Palavra detonando pessoalmente os seus membros. Tendo isso em vista, o Coletivo Passa Palavra deixa claro que a partir deste momento todos os seus integrantes serão apoiados frente a toda e qualquer tentativa de trashing, respondendo publicamente e enquanto coletivo a qualquer ataque.
III. Nosso coletivo sempre teve como norte a edificação de um espaço democrático para o debate político franco entre as esquerdas. Infelizmente, nossa valorização de um espaço aberto e plural acabou abrindo uma brecha para que pessoas movidas pela má-fé e desinteressadas em contribuir com a luta anticapitalista tentassem minar o nosso projeto por meio de ataques desferidos contra membros do nosso coletivo. No passado, sem que nos apercebêssemos da gravidade, da violência e da destrutividade de tais práticas, acabamos permitindo essa atuação. Tal não mais se repetirá. Nosso site continuará a ser um espaço democrático aberto ao debate franco e plural, mas ficará de portas fechadas para os desonestos e mal-intencionados, pois entendemos que há uma grande diferença entre debate franco, duro – e muitas vezes grosseiro – com o trashing.
Em nosso site não mais serão publicadas colaborações ou mesmo comentários de detratores de integrantes do Passa Palavra, sobretudo de pessoas que no passado pretenderam instrumentalizá-lo para a veiculação de agressões e perseguições pessoais. Da mesma forma, ataques aos nossos companheiros perpetrados em outros espaços públicos receberão também uma resposta imediata e enérgica do nosso coletivo. Pretendemos com isso dar um basta à prática do trashing dirigida contra membros do Passa Palavra e ajudar a difundir o combate a essa prática nefasta no âmbito das organizações e movimentos.
O Passa Palavra sempre enfatizou que, na luta contra o capitalismo, as esquerdas devem ser capazes de desenvolver e defender desde já práticas emancipatórias contrárias a toda e qualquer forma de exploração, opressão e barbárie. Por conseguinte, com este manifesto pretendemos deixar claro que estamos e sempre estaremos na linha de frente do combate a práticas fascistas que visam e muitas vezes logram penetrar o campo da esquerda anticapitalista, corroendo-a por dentro. Não titubearemos em combater, com a dureza necessária, a prática desumana e bárbara do assassinato de reputação perpetrada por pessoas que, contrárias ao diálogo honesto e incapazes de impor suas ideias, apelam para práticas rastejantes que a esquerda não deve e não pode mais tolerar.
Políticas Sociais, Homens, Mulheres e Cultura... (-por A.P.Fitas, 13/2/2015)
Mulheres sem medo (-por Ana C. Câmara, Sol, 2/2/2014)
Em grupos de cinco, as jovens abordam rapazes ou homens que andam a assediar mulheres e avisam-nos de que esse comportamento tem de acabar. Se o alvo não dá importância à mensagem, as jovens da Brigada Vermelha avançam para o passo seguinte: a humilhação pública – o terror na machista sociedade indiana.
Em casos pontuais, admitem recorrer a estalos. E estão preparadas para isso, com aulas de artes marciais onde aprendem técnicas que podem salvar-lhes a vida.
------------ V, de Violação
Mais uma violação colectiva, numa zona rural da Índia, voltou a revoltar o país. Mas as grandes manifestações de Dezembro de 2012, que levaram milhares de pessoas para as ruas de Deli a exigir uma justiça mais célere e dura, parecem ter ficado para trás.
Por ter sido encontrada com um homem numa cabana da aldeia, numa zona remota da Índia, uma mulher de 20 anos foi condenada a violação colectiva, na semana passada. A família não tinha como pagar 27 mil rupias (pouco mais de 310 euros) da multa aplicada pelo conselho tribal, o que levou o ancião de Subalpur a ordenar aos homens que "usufruíssem dela", segundo disse a vítima à Polícia. O relatório médico estima que W – a vítimas de violação – terá sido violada por entre 5 e 15 homens. 13 foram detidos. O lugarejo de Subalpur reagiu, aliando-se contra W.
Há um muro de negação – e de silêncio – naquela aldeia do estado nortenho de Bengala Ocidental. Os habitantes não refutam que, na segunda-feira da semana passada, W foi surpreendida numa das cabanas com outro homem, casado, de uma aldeia vizinha. Nem que ambos foram atados a uma árvore, enquanto o conselho tribal resolvia a punição que o caso merecia, dado que relações com membros de outras comunidades são proibidas – para mais com um muçulmano. Nem tão-pouco que a sentença foi uma multa (que a família do homem infractor conseguiu pagar). ...
Os conselhos tribais, de minorias étnicas que habitam regiões isoladas do país, regulam os povoados e gerem as disputas, em lugares onde a justiça tarda e é vista com desconfiança. "É assim que fazemos. Não vamos à Polícia. Se há um problema, resolvemo-lo entre nós", explicou Fulmoni Tudu, de 40 anos, cujo marido está entre os 13 detidos.
Segundo conta o Guardian, W estava longe de ser acarinhada pela comunidade, onde a esmagadora maioria não sabe ler nem escrever. Há quatro anos, tinha decidido trabalhar em Deli: a mais de 1.600 km de distância, é quase o mesmo que dizer que se mudou para outro planeta, numa terreola onde os vizinhos nunca chegaram sequer à cidade mais próxima, Suri, a 35 km dali.
"Os nossos homens trabalham no campo. Nós ficamos com as crianças. Porque é que algum de nós iria para uma cidade, a não ser para fazer alguma asneira?", questionou Manika Tudu. W teria arranjado um trabalho numa cozinha em Deli, mas em Subalpur dizem que era prostituta.
A jovem relatou às autoridades que foi levada para outra cabana e repetidamente violada durante a noite. ...Fechada em casa e ameaçada de represálias caso saísse, W escapou graças à mãe e a dois irmãos que, dois dias depois, conseguiram levá-la a uma clínica – de onde foi transferida para um hospital, devido à gravidade dos ferimentos. Daí ao alerta da Polícia foi um passo.
O caso Nirbhaya
A história de W não provocou até agora as ondas de choque do caso Nirbhaya – nome que significa ‘sem medo’, dado à estudante universitária de 23 anos que em Dezembro de 2012 foi violada e espancada por seis homens num autocarro em Nova Deli.
Após a morte da jovem, que não resistiu aos ferimentos, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital e enfrentaram a Polícia, para exigir mais segurança para as mulheres. "Não posso vestir o que quero, não posso ir onde quero sem ter homens especados a olhar para mim... Onde está a minha liberdade?", perguntava uma manifestante. "Ela podia ter sido eu", reconhecia outra, identificando-se com a vítima.
Mas essa empatia por uma universitária, que motivou multidões na megacidade de Deli, não tem eco quando se trata de uma jovem analfabeta de um meio rural, num país a desenvolver-se num colete-de-forças de castas, onde o machismo impera apesar de milhões venerarem no dia-a-dia as mais variadas divindades femininas.
Mais impacto teve a notícia, em meados de Janeiro, da violação e assalto de uma turista dinamarquesa de 51 anos, em Nova Deli, por cinco homens – três já foram detidos. Ou o caso da polaca violada por um taxista que a levava (e à filha) para a capital indiana. Ou a suíça que no ano passado também foi vítima de uma violação colectiva no centro do país. Ou ainda a história de uma cidadã britânica que para escapar a uma agressão saltou pela janela do hotel em Agra, a cidade do Taj Mahal. Esse impacto, teme o Governo indiano, pode reflectir-se no turismo : os números são de crescimento, mas registam desaceleração (9,3% em 2010; 13% em 2011; 5,4% em 2012 e 4,1% em 2013, segundo o Ministério do Turismo).
Dados do Gabinete de Estatísticas Criminais, do Ministério da Administração Interna indiana, referem que a cada 22 minutos uma mulher é violada.
Após o caso Nirbhaya, o Governo instituiu uma comissão para rever a legislação sobre a violência sexual contra mulheres. Daí resultaram várias medidas, como a criação de tribunais ‘rápidos’, que obrigam a que um julgamento por violação tenha sessões diárias até à sentença – mas a pesada máquina judicial continua lenta (e denegando justiça).
Também se alargou a pena de morte para violadores reincidentes ou em casos de violação que levam à morte das vítimas. À excepção de um menor que foi condenado a três anos e outro réu que apareceu morto na prisão, os agressores de Nirbhaya foram sentenciados à morte – uma medida que vai contra as opiniões das organizações que defendem os direitos humanos, como a Human Rights Watch, que, no relatório publicado no início do ano, chamou a atenção para o facto de a lei indiana ainda não ter medidas eficazes "para a protecção das vítimas ou das testemunhas".
Mesmo com mudanças – como obrigar os polícias a aceitar queixas por agressão sexual –, estas organizações avisam que a maior dificuldade será implementar as leis quando, por exemplo, apenas 7% do efectivo policial é constituído por mulheres. E quando se estima que só um em cada 100 ataques é comunicado às autoridades. ...
Despedir funcionários públicos
Mais do que uma necessidade financeira para Passos Coelho o despedimento de funcionários públicos é um verdadeiro ritual religioso,...
«Anunciou-se ... Fizeram-se proclamações que "agora é que é", e "nada foi feito até hoje". Anunciou-se o corte de quatro mil milhões na despesa, sem se explicar porquê tal montante, embora com esforço se vá percebendo que resulta da diferença entre défices anteriores e os projectados para os próximos anos, em compromissos internacionais sempre em revisão (porque, neste caminho, a realidade económico-social e os indicadores estão sempre a piorar).
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