Sexta-feira, 17 de Outubro de 2014

Da Crise e das "Ajudas" a Portugal e à Grécia como Resgastes de Bancos Alemães

 A notícia, chocante!, decorre da entrevista que, Philippe Legrain concedeu a propósito do lançamento do seu livro European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess (ou seja: "A Primavera Europeia: Porque estão uma confusão as nossas Economias e Políticas"). Philippe Legrain foi conselheiro de Durão Barroso, enquanto Presidente da Comissão Europeia e regista, sem dissimulações ou equívocos, a natureza da estratégia das chamadas "ajudas" a Portugal e à Grécia que nos conduziram à pobreza, à inércia e à dependência em que hoje se encontram os países do sul europeu. Publicada no jornal Público, a notícia que aqui transcrevo pode ser lida aqui:
      "Philippe Legrain, foi conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro deste ano, o que lhe permitiu acompanhar por dentro o essencial da gestão da crise do euro. A sua opinião, muito crítica, do que foi feito pelos líderes do euro, está expressa no livro que acabou de publicar “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess”.
A tese do seu livro é que a gestão da crise da dívida, ou crise do euro, foi totalmente inepta, errada e irresponsável, e que todas as consequências económicas e sociais poderiam ter sido evitadas. Porque é que as coisas se passaram assim? O que é que aconteceu?
Uma grande parte da explicação é que o sector bancário dominou os governos de todos os países e as instituições da zona euro (-» bancocracia e bangsters). Foi por isso que, quando a crise financeira rebentou, foram todos a correr salvar os bancos, com consequências muito severas para as finanças públicas e sem resolver os problemas do sector bancário. O problema tornou-se europeu quando surgiram os problemas da dívida pública da Grécia. O que teria sido sensato fazer na altura – e que era dito em privado por muita gente no FMI e que este acabou por dizer publicamente no ano passado – era uma reestruturação da dívida grega. Como o Tratado da União Europeia (UE) tem uma regra de “no bailout” [proibição de assunção da dívida dos países do euro pelos parceiros] – que é a base sobre a qual o euro foi criado e que deveria ter sido respeitada – o problema da Grécia deveria ter sido resolvido pelo FMI, que teria colocado o país em incumprimento, (default), reestruturado a dívida e emprestado dinheiro para poder entrar nos carris. É o que se faz com qualquer país em qualquer sítio. Mas não foi o que foi feito, em parte em resultado de arrogância – e um discurso do tipo ‘somos a Europa, somos diferentes, não queremos o FMI a interferir nos nossos assuntos’ – mas sobretudo por causa do poder político dos bancos franceses e alemães. É preciso lembrar que na altura havia três franceses na liderança do Banco Central Europeu (BCE) – Jean-Claude Trichet – do FMI – Dominique Strauss-Kahn – e de França – Nicolas Sarkozy. Estes três franceses quiseram limitar as perdas dos bancos franceses. E Angela Merkel, que estava inicialmente muito relutante em quebrar a regra do “no bailout”, acabou por se deixar convencer por causa do lobby dos bancos alemães e da persuasão dos três franceses. Foi isto que provocou a crise do euro.
--Como assim?
Porque a decisão de emprestar dinheiro a uma Grécia insolvente transformou de repente os maus empréstimos privados dos bancos em obrigações entre Governos. Ou seja, o que começou por ser uma crise bancária que deveria ter unido a Europa nos esforços para limitar os bancos, acabou por se transformar numa crise da dívida que dividiu a Europa entre países credores e países devedores. E em que as instituições europeias funcionaram como instrumentos para os credores imporem a sua vontade aos devedores. Podemos vê-lo claramente em Portugal: a troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas. Já é mau demais ter-se um patrão imperial porque não tem base democrática, mas é pior ainda quando este patrão lhe impõe o caminho errado. Isso tornou-se claro quando em vez de enfrentarem os problemas do sector bancário, a Europa entrou numa corrida à austeridade colectiva que provocou recessões desnecessariamente longas e tão severas que agravaram a situação das finanças públicas. Foi claramente o que aconteceu em Portugal. As pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa.
--Quando diz que os Governos e instituições estavam dominados pelos bancos quer dizer o quê?
Quero dizer que os Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos. Por várias razões. Em alguns casos, porque os Governos identificam os bancos como campeões nacionais bons para os países. Em outros casos tem a ver com ligações financeiras. Muitos políticos seniores ou trabalharam para bancos antes, ou esperam trabalhar para bancos depois. Há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos. No meu livro defendo que quando uma pessoa tem a tutela de uma instituição, não pode ser autorizada a trabalhar para ela depois.
--Também diz no seu livro que quando foi conselheiro de Durão Barroso, o avisou claramente logo no início sobre o que deveria ser feito, ou seja, limpar os balanços dos bancos e reestruturar a dívida grega. O que é que aconteceu? Ele não percebeu o que estava em causa, ou percebeu mas não quis enfrentar a Alemanha e a França?
Sublinho que isto não tem nada de pessoal. O presidente Barroso teve a abertura de espírito suficiente para perceber que os altos funcionários da Comissão estavam a propôr receitas erradas. Não conseguiram prever a crise e revelaram-se incapazes de a resolver. Ele viu-me na televisão, leu o meu livro anterior (*) e pediu-me para trabalhar para ele como conselheiro para lhe dar uma perspectiva alternativa. O que foi corajoso, e a mim deu-me uma oportunidade de tentar fazer a diferença. Infelizmente, apesar de termos tido muitas e boas conversas em privado, os meus conselhos não foram seguidos.
--Porquê? Será que a Comissão não percebeu? A Comissão tem a reputação de não ter nem o conhecimento nem a experiência para lidar com uma crise destas. Foi esse o problema?
Foram várias coisas. Claramente a Comissão e os seus altos funcionários não tinham a menor experiência para lidar com uma crise. Era uma anedota! O FMI é sempre encarado como a instituição mais detestada [da troika], mas quando foi juntamente com a Comissão à Irlanda, as pessoas do FMI foram mais apreciadas porque sabiam do que estavam a falar, enquanto as da Comissão não tinham a menor ideia. Por isso, uma das razões foi inexperiência completa e, pior, inexperiência agravada com arrogância. Em vez de dizerem “não sei como é que isto funciona, vou perguntar ao FMI ou ver o que aconteceu com as anteriores crises na Ásia ou na América Latina”, os funcionários europeus agiram como se pensassem “mesmo que não saiba nada, vou na mesma fingir que sei melhor”. Ou seja, foram incapazes e arrogantes. A segunda razão é institucional: não havia mecanismos para lidar com a crise e, por isso, a gestão processou-se necessariamente sobretudo através dos Governos. E o maior credor, a Alemanha, assumiu um ponto de vista particular. Claro que isto não absolve a Comissão, porque antes de mais, muitos responsáveis da Comissão, como Olli Rehn [responsável pelos assuntos económicos e financeiros], partilham a visão alemã. Depois, porque o papel da Comissão é representar o interesse europeu, e o interesse europeu deveria ter sido tentar gerar um consenso de tipo diferente, ou pelo menos suscitar algum tipo de debate. Ou seja, a Comissão poderia ter desempenhado um papel muito mais construtivo enquanto alternativa à linha única alemã. E, por fim, é que, embora seja politicamente fraca, a Comissão tem um grande poder institucional. Todas as burocracias gostam de ganhar poder. E neste caso, a Comissão recebeu poderes centralizados reforçados não apenas para esta crise, mas potencialmente para sempre, que lhe dão a possibilidade de obrigar os países a fazer coisas que não conseguiram impor antes. É por isso que parte da resposta é também uma tomada de poder."       (-


Publicado por Xa2 às 07:40 | link do post | comentar

2 comentários:
De Desgoverno, devastação do país. a 17 de Outubro de 2014 às 15:24

Pedro Delgado Alves: Contra o esquecimento e a desfaçatez


«Hoje pede-se a esta Câmara que faça um exercício de esquecimento colectivo dos últimos três anos. (...) Quem tem um legado de DESTRUIÇÃO social, como a actual maioria, não tem autoridade, não tem credibilidade para pretender abrir uma discussão séria sobre esta matéria [a natalidade].
(...) Depois de ter colocado o «visto familiar» na gaveta mais recôndita da Gomes Teixeira - e na recta final de uma legislatura que não dá tempo para implementar qualquer alteração estrutural que se queira séria, transformadora e capaz de, efectivamente, inverter o rumo - o PSD apresenta-nos um Projecto de Resolução em que nem sequer consegue concretizar, do relatório que vem em anexo, as medidas que aparentemente serão desejáveis.

(...) Recordemos o que foram estes três anos. Recordemos o que a maioria fez para permitir o crescimento demográfico.
Em primeira linha, o mote dado pelo senhor secretário de Estado da Juventude, que entretanto já cessou funções, e pelo primeiro ministro, quando convidava à EMIGRAÇÃO e quando dizia que o fundamental era sair da "zona de conforto".
A geração mais qualificada da história portuguesa foi convidada a sair.
Famílias inteiras abandonaram o país e os índices que revelam a quebra demográfica, por essa razão, são reveladores do erro estratégico desta mesma maioria.

Por outro lado, se olharmos para a legislação LABORAL, também facilmente percebemos por que é que não há autoridade moral nesta maioria e neste governo, para falar em NATALIDADE.
Olhemos para o Banco de Horas individual. Olhemos para o aumento do HORÁRIO laboral para as 40 horas.
Olhemos para a PRECARIZAÇÃO adicional das relações laborais, especialmente penalizadora das mulheres e da sua capacidade de conciliar vida profissional e vida familiar. Mas não fica por aqui.

Olhemos para o DESEMPREGO jovem. (...) Olhemos para as propostas aqui discutidas na passada semana, relativamente às rendas sociais e ao impacto devastador que terão em muitas famílias numerosas, cuja capacidade de sustentar custos com a HABITAÇÃO também é piorada por esta via.
Mas, finalmente, não esqueçamos também o domínio da EDUCAÇÃO. Porque se olharmos para a devastação provocada na Escola Pública nos últimos três anos, e se olharmos até para aquelas medidas no âmbito da Escola Pública que mais directamente podiam contribuir para a natalidade, vemos também que o legado deste governo é tudo menos famoso. (...)
Olhemos para o fim dos PASSES 4-18 e Sub 23, que mais uma vez oneram os orçamentos das famílias com crianças em idade escolar. (...)
Olhemos para a eliminação e alteração das regras sobre a dedução à colecta, em matéria de Educação.
Olhemos para isto tudo e perguntemo-nos:
este devastador efeito dos últimos três anos, que legado e que responsabilidade traz à actual maioria?
Não era seguramente de apresentar esta resolução! Era do pedido de desculpas, que já está a começar a ser habitual entre os membros do governo, mas que aparentemente ainda não chegou à bancada parlamentar do PSD.
Estivemos três anos, não parados, mas sim a remar para trás em matéria de políticas públicas na área da natalidade.
Apesar disto, apesar deste cenário de DEVASTAÇÃO, poderíamos estar hoje perante uma genuína contrição. Poderíamos estar hoje, com esta Resolução, perante uma vontade genuína de lançar um debate sério, para começar a ter, eventualmente, uma borboleta a sair do casulo da bancada parlamentar do PSD.
Só que parece-me que tem asas, que está a procurar voar, mas que é uma TRAÇA que vem comer o que sobrou, no armário que a TROIKA deixou. Não há borboleta nenhuma neste debate e para isso basta olhar para o que foi apresentado ontem com o Orçamento de Estado para 2015.»

(Da imperdível intervenção de Pedro Delgado Alves, a ver na íntegra, no debate em reunião plenária - «Aprofundar a protecção das crianças, das famílias e promover a natalidade» - ontem realizado na Assembleia da República).

(-Postado por Nuno Serra, 17.10.2014, http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/ )


De Obrigado FMI, Troika e desGoverno neoLib a 10 de Novembro de 2014 às 12:55

Obrigado FMI

“A economia portuguesa continua a recuperar de uma grave crise de endividamento”, diz o FMI na primeira linha da declaração que emitiu depois da sua recente visita a Lisboa.

A crise agora é de endividamento, não da “dívida soberana”. Sempre o foi, como muitas vezes aqui (e aqui), por exemplo, dissemos. Mas, ao FMI convinha mais falar em “dívida soberana”, já que desta forma era mais fácil justificar cortes nos salários e pensões e aumentos de impostos.

Continua logo de seguida o FMI a cantar loas aos resultados do ajustamento: recuperação do produto, recuo do desemprego, correção do défice externo, contenção do endividamento privado, consolidação orçamental “substancial”, acesso restabelecido aos mercados de dívida soberana…

Seguem-se 11 parágrafos de “but”s e uma sentença final. Tentarei resumi-los:

- O crescimento é fraco, o desemprego alto e o sub-investimento está a erodir o stock de capital. É pouco provável que o crescimento do emprego continue, o que se pode traduzir em emigração continuada de numerosos trabalhadores qualificados;

- O “ajustamento orçamental” está a parar quando devia prosseguir para que a dívida pública fosse sustentável;

- Portugal precisa de aumentar a competitividade externa, mas isso é muito difícil tanto mais que: “a baixa inflação nos principais parceiros comerciais torna o necessário ajustamento de preços relativos ainda mais difícil”. “Sem instrumentos que permitam a desvalorização [cambial], as reformas estruturais são a única via…”.

- Para aumentar a competitividade externa Portugal deve aproveitar o seu potencial (boas infraestruturas públicas, sistemas de saúde e de educação de alta qualidade, forte capacidade de inovação e investigação e relativa facilidade de iniciar novos negócios). Deve também ultrapassar constrangimentos: administração pública ineficiente, justiça lenta, regulações laborais restritivas e falta de concorrência nos mercados de produtos locais.

- A dívida excessiva das empresas impede o investimento e o crescimento da produtividade. Deve ser reestruturada. Os bancos devem evitar assumir riscos excessivos

- A sentença final: Portugal não se pode desviar dos seus comprometimentos orçamentais. Mas, “o orçamento de 2015 não está em linha com os comprometimentos assumidos no atual quadro orçamental de médio-longo prazo”.

Vamos lá ver seu eu entendi bem. A coisa poderia ser dita de outra forma:

"Vocês foram bem-mandados. Fizeram tudo o que nós dissemos e obtiveram alguns dos resultados que nós esperávamos. Mas agora estão metidos num grande sarilho. A dívida parou de crescer mas agora vocês estão mais pobres e com menos capacidade para recuperar e até pagar a dívida. As empresas continuam sobre endividadas e os bancos frágeis.

O que temos para vos propor é mais ajustamento orçamental e mais reformas estruturais para recuperar a competitividade externa.

Nós sabemos que recuperar a competitividade externa é muito difícil em contexto de deflação e fraco crescimento na Europa. É certo que podiam tirar proveito do que têm de bom, mas com mais consolidação orçamental é difícil não darem cabo da boa educação, saúde, infraestruturas públicas e capacidade de investigação e desenvolvimento. Resta-vos portanto continuar a acabar com a legislação do trabalho para desvalorizar salários, com a justiça (lenta), com a administração pública (ineficiente), e com misteriosas rendas que ninguém vos vai dizer onde estão.

Resta-vos, portanto, continuar a fazer o que vos meteu neste sarilho. Não temos outra coisa para propor. Desculpem qualquer coisinha.

Na verdade estamos desorientados. Quisemos resolver uma crise de endividamento, sacrificando tudo e todos, sem beliscar um cabelo que fosse da hirsuta cabeleira dos credores. Como resultado estamos a colher uma ventania em quem nem os credores ficam livres de ficar sem a peruca que lhes escondia a careca."

(-por José M. Castro Caldas , 9/11/2014,)
---
em 2013, 870 multimilionários deste país aumentaram as suas fortunas em 11,1%.
De 2010 para 2013, as 25 maiores fortunas aumentaram 17,8 por cento; a parte do capital no rendimento cresceu de 50,8%, em 2009, para 53,4%, em 2013.

É fartar vilanagem. Com a benção da troika , do FMI e dos seus comparsas a viver das rendas, PPP, ...


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