... a West that is fixated on personal success and prosperity ... In the view of Putin, the battle ... is ideological in nature. It is a fight against the superficiality of materialism, against the decline in values, against the effeminacy of society -- and against the dissolution of all traditional bonds that are part of that development. ...
----- A caminho de uma primavera europeia ? (24/4/2014)
As eleições europeias em análise na edição do Courrier Internacional
Mas o mais importante é saber se há uma Europa dos ricos e outra dos pobres. Se a União é solidária e fraterna como a conceberam De Gasperi, Schuman e Adenauer, ou se é dirigida por burocratas sem alma nem pátria, com um dia anteviu De Gaulle, mais preocupados com os cifrões que com as pessoas e para quem o equilíbrio orçamental é um fim em si mesmo e austeridade o dogma sacrossanto de uma crença fundamentalista.
Até onde chega a extrema-direita ?
Este é um dos pontos sobre os quais nós, os europeus, seremos chamados a votar a partir de 25 de maio. Mas não é o único. Em tempo de crise é fácil procurar bodes expiatórios e jogar com emoções primárias, a começar pelo medo. Quando campeia o desemprego, a crise se eterniza e as perspetivas vindas dos partidos tradicionais ou das organizações sociais instituídas são poucas ou nenhumas, há campo fértil para toda a casta de demagogias.
Uma das questões em aberto nestas eleições é, justamente, até onde podem chegar os partidos xenófobos, ultranacionalistas e de extrema-direita.
A escolha do presidente
Nestas eleições, os europeus poderão dizer quem gostariam de ver à frente da Comissão E.. Essa escolha não é vinculativa, haverá muitas manobras de bastidores que são o forte da troika Barroso-Rompuy-Ashton, mas não será fácil varrer para debaixo do tapete uma escolha do eleitorado, sobretudo se esta for forte e clara.
Quando se fala numa Primavera Árabe, é bom recordar que esse grito de liberdade veio, historicamente falando, dos checos que, em 1968, se levantaram contra o domínio da URSS e pediram um "socialismo de rosto humano".
E muito antes, em 1848, viera da Primavera dos Povos, o levantamento de franceses, alemães, austríacos, húngaros, italianos, dinamarqueses, polacos e tantos outros contra os tiranos e a servidão. Irão as praças europeias encher-se de novo com multidões a querer um mundo novo, com o povo a ser guiado pela liberdade, como pintou Delacroix ?